Essa é uma história original escrita pelo DM Diogo Borges
O capítulo anterior pode ser conferido aqui.
Deixando Harash e Artanis para trás, o grupo formado por Kirkmund, Caliban e Andrea volta sua atenção para os gritos. Eles ecoam pelas brumas, sendo difícil localizar precisamente sua origem. Mesmo assim, os heróis seguem, com os gritos cada vez mais próximos. Após alguns momentos, Caliban nota uma diferença na floresta, mas não há tempo de realizar uma análise minuciosa desta diferença.
Repentinamente, uma senhora surge correndo diante do grupo, em desespero. A anciã era a origem dos gritos ouvidos por todos, e as palavras que ela balbuciava eram irreconhecíveis para os heróis. Com toda a neblina, a senhora tropeça e cai. Quase que imediatamente, ela é cercada por criaturas que vem das sombras, de pelo preto, combinando características de lobo e cavalo. São criaturas grandes, com presas afiadas e olhos rubros como o sangue.
Caliban, Kirkmund e Andrea engajam-se em combate contra as criaturas, de forma a proteger a senhora caída. Com a escuridão e a neblina, era difícil dimensionar a quantidade de criaturas presentes, visto que elas atacavam a partir das sombras, e para lá voltavam. Passados alguns instantes, Artanis e Harash surgem do meio da névoa e unem-se ao combate. A expressão do elfo deixa evidente sua insatisfação em ter sido deixado para trás.
Ao perceber que as criaturas tratavam-se de Vukodlaks, o clérigo Kirkmund empunha seu símbolo sagrado, e concentra sua fé, canalizando um poderoso pulso de energia positiva para destruir os mortos-vivos. Enquanto isso, o druida Caliban convoca as forças da natureza para auxiliá-lo no combate, e o mago Harash faz uso de seus poderes arcanos para aniquilar parte das criaturas. Porém, algo está diferente, e cada um dos conjuradores percebe algo em seu íntimo.
Kirkmund percebe sua energia rasgando e queimando a carne morta-viva dos Vukodlaks, porém, logo em seguida, o clérigo de Lathander sente um grande vazio dentro de si.
Caliban, ao convocar seus aliados da natureza, sente uma agressividade incomum; poderia-se dizer que é uma hostilidade. O druida percebe que, para conseguir este auxílio, foi exigido mais do que o comum: foi necessário sangue.
Harash percebe pequenas mudanças na Trama, mas que para as conjurações mágicas, são deveras significativas. Ao utilizar os Olhos do Passado, o elfo teve ciência do motivo dessas mudanças, e a partir dali ele deveria ter cautela em suas conjurações. O grupo enfrentaria um grande desafio deste momento em diante.
As reflexões em relação à estas sensações estranhas são subitamente cortadas por um som agudo de um apito. Imediatamente, os Vukodlaks remanescentes regressam às sombras, e a senhora, ainda caída, levanta-se e procura abrigo atrás do grupo de heróis. Das brumas, quatro homens surgem, e seu líder se apresenta como Cedric Yussef. O homem declara que a senhora está sendo perseguida por ser uma criminosa condenada: por ter roubado um pão, ela deveria ser enforcada. Ao dirigir-se aos heróis, o homem utiliza o termo “estrangeiros”, o que causa uma certa uma estranheza.
O grupo tenta argumentar com Cedric, expondo o quão extrema é aquela punição, para um crime tão simples. Porém, o homem simplesmente ignora as palavras dos heróis e ordena o ataque de seus “filhos”. Mais uma vez soa o apito, e os Vukodlaks avançam. Além disso, os outros três homens sofrem uma transformação, e se engajam no combate.
Os heróis liquidam o desafio sem maiores dificuldades, derrotando as criaturas sem maiores ferimentos, à exceção de Harash. Ao perceber o poderio que enfrentava, Cedric Yussef evadiu-se do local.
Concluído o combate, a mulher dirige-se aos heróis, lhes agradecendo pela ajuda. Seu nome é Katia Volde, e ela explica que Cedric Yussef é o xerife da Vila da Barovia, e certamente irá retornar com reforços. Katia pede que os heróis a acompanhem até uma taverna na beira da estrada, onde poderiam conversar com mais tranquilidade. Caliban, Kirkmund, Andrea e Artanis não entendem sobre o que a velha Katia estaria falando, pois desconhecem uma vila com este nome, e tampouco haviam tavernas próximas ao Ninho de Galath.
O grupo segue Katia Volde, e, durante o caminho, Harash explica a todos o que está acontecendo, revelando a todos suas visões quando do uso dos Olhos do Passado:
Não estamos mais em Faerun, meus amigos. Naquelas brumas, atravessamos um portal, e agora, salvo engano, estamos em Ravenloft
O vento aumenta sua força, e neste ponto percebe-se que a floresta fica menos densa. Ao final de uma curva da estrada que segue, os heróis são agraciados com uma vista ampla de toda a região.
