Esta é uma história original escrita pelo DM Diogo Borges, com revisão e edição de Bruno Simões.

Abadia do Martelo Justo

O Senhor Khelvos Dermmen havia preparado tudo: eu deveria seguir para a Abadia do Martelo Justo com minha nova companhia – o halfling Blazanar Pata-Grama. Lá, receberíamos as espadas que seriam contrabandeadas para Essembra, e esse seria nosso passe para entrar na cidade.

Para saber mais sobe o ocorrido anteriormente, clique aqui

O meu novo companheiro é um criminoso condenado, no qual eu não poderia confiar. Porém, o sucesso da entrada em Essembra passaria por ele. Para garantir sua fidelidade, eu portava um documento, assinado pelo Sr. Khelvos, e que só teria validade com minha assinatura.

Esse documento garantiria o perdão e a liberdade de Blazanar Pata-Grama.

Após obter as espadas, e escondê-las em um compartimento secreto da carroça, deixamos a Abadia rumo ao norte. Nosso destino era a vila de Acaso. Ali, poderíamos repor nosso estoque de suprimentos, e seguir tranquilamente, dentro do possível, até Essembra.

Acaso

A Colina Dente do Acaso é enfeitada por uma torre de um velho mago, pousada sobre a vila que leva o mesmo nome. Há pouco tempo, o local era ocupado por um mago vermelho de nome Dracandros. Alguns aventureiros o eliminaram e expulsaram os drows que aliavam-se com este arcano. Estes drows haviam estabelecido algumas tropas em passagens secretas sob a colina.

As histórias descrevem Dracandros como um construtor e especialista em itens mágicos. Porém, não há relato de laboratório ou grandes tesouros encontrados na torre, após a queda do mago.

Muitos aventureiros aproveitam o manto da noite para adentrar a Torre do Dente, buscando os supostos tesouros não encontrados de Dracandros, mas, durante muito tempo, nada foi encontrado. Começou-se a especular que, de fato, não havia tesouro nenhum, ou então os aventureiros que subjugaram o mago haviam encontrado e escondido o tesouro.

Lucius, Malorn, Fharagauwer e VIngard Markani chegam à vila de Acaso, e o tiefling revela seu plano: ele conhece um halfling, de nome Blazanar Pata-Grama, que pode dar acesso à Essembra. Vingard informa seus aliados que este conhecido é um contrabandista de armas, e tem contatos dentro da cidade. Além disso, Blazanar tem uma dívida com ele, e era a hora de cobrá-la.

O grupo passa um par de horas circulando pela pequena vila de Acaso. No caminho, param no templo de Lathander para ter uma breve conversa com o sacerdote dali. Enquanto conversam, um homem, que claramente não é da vila, faz uma breve reza e sai, sem estabelecer contato com os heróis ou com o sacerdote.

Após isso, o grupo localiza o halfling numa taverna, chamada O Dente. Porém, para a surpresa de todos, o halfling já está submetido a outro acordo: levar um cidadão do Vale da Cicatriz até Essembra. Malorn reconhece o homem como aquele que rezava no templo de Lathander. Porém, é visível que ele não possui a postura de um clérigo.

É hora do almoço, e a comida começa a ser servida. Nota-se uma excitação por parte de todos os clientes, pois, ao que parece, a comida da taverna é famosa na região. Realmente, a refeição servida é digna de elogios, e os heróis não se lembram da última vez que haviam comido algo tão saboroso.

Após a refeição, inicia-se uma conversa sobre Essembra, e Vingard Markani expõe e resolve cobrar a dívida que Blazanar tem consigo. William pede que sejam esclarecidos os objetivos daqueles homens em Essembra, e após ter uma pequena ideia, ele entende que seria útil tê-los ao seu lado.

O halfling protesta, mas após as ameaças de Vingard, resolve acatar a ideia de levar todos até Essembra.

Segredos em Acaso

Após a discussão, William resolve dirigir-se até a cozinha. Ele estava curioso com o sabor da comida, e queria conversar com a dona do estabelecimento para tentar descobrir o segredo. A mulher se chama Loreta, e seu nome, durante o almoço, pode ser ouvido diversas vezes, acompanhado de bençãos, elogios e gracejos.

A mulher parece um pouco surpresa e desconfortável com a presença do ladino na cozinha, mas mantém a educação, e eles mantém uma conversa amigável. Porém, a mulher não deixa escapar nada de suas receitas. William fica intrigado, e resolve que vai investigar isso mais a fundo.

A noite cai, e enquanto seus novos companheiros vão repousar, William fica de vigília sobre Loreta. A proprietária d’O Dente tenta ser discreta, mas não é capaz de esconder-se dos olhos treinados e experientes do Ladino. William segue a mulher até uma construção nas bordas de Acaso. O ladino espanta-se com a altura do local, que parece ser um estábulo.

Enquanto Loreta adentra o local, William busca um ponto onde possa observar e ouvir o que irá ocorrer. Lá dentro ele observa a cozinheira conversando com outra mulher, que parece ser um tipo de ferreira.

Durante a conversa, William descobre que a mulher se chama Tomásia Slag, e as duas parecem que mantém uma relação de amizade. Porém, o ladino é surpreendido no que veio a seguir: Loreta entregou a colher de cozinha para Tomásia. Neste momento, a ferreira retirou um cinturão que portava, e tornou-se uma gigante!

Isto está começando a ficar interessante… – pensou William

Após concluir sua transformação, a gigante começou a executar algum tipo de reparo na colher de Loreta, como se restabelecesse a propriedade mágica do item. Era aquilo que fazia o gosto da comida ser tão atrativo, mas William não tinha julgamentos quanto a isso.

Finalizado o reparo, Tomásia retomou sua forma original, e mais um tópico surpreendeu William: a gigante e Loreta conversavam sobre a Torre de Acaso. Ao que parecia, Tomásia era uma das guardiãs da torre, e portava uma chave que daria acesso à mesma. Isso era especialmente interessante para William, que ouvira algumas histórias sobre o local.

Finalizada a conversa, William se retira rapidamente de seu esconderijo, e retorna à Taverna d’O Dente com informações valiosas. O ladino sabe que não poderá usar isso agora, diante da urgência em chegar até Essembra, porém, certamente Acaso estará em seus planos futuros…