Resumo da sessão ocorrida no dia 06.07.19 com Patrick e Fabrício. Nesta história o quarteto de heróis finalmente chega a Vila de Stalmaer, o caminho até ali foi pontuado com discussões internas e um encontro contra criaturas infernais, nunca antes vistas. Os motivos pelos quais Thrommel trouxe o grupo até aqui finalmente são revelados e a situação sai do controle logo na chegada dos heróis.
Jogadores Personagens:
Fabrício Nobre – Eophain Al´Durkan
Patrick Nascimento – Sandy Benelovoice
Thrommel – NPC
Dikstra – NPC
Chegada a Stalmaer
17 de Preparos de 592CY
s rhenos Ramirez, Miro e o velho Valter se aproximaram das sentinelas. Thrommel, Eophain, Sandy e Dikstra ficaram mais para trás. O guarda de maior patente ali que se comunicava com Valter, exibiu-lhes uma moeda e a reação do velho rheno foi quase instantânea, ele deu um tapa na mão da sentinela como se reagisse a uma ofensa grave. E o guarda foi tão rápido quanto, socando o velho firmemente na barriga.
Os heróis mais atrás foram pegos de surpresa, mas o primeiro a reagir foi Eophain que correu em apoio ao rheno. Ramirez e Miro mais próximos reagiram ofensivamente também. O tumulto iniciou praticamente em um piscar de olhos, e o kensai estava entre os rhenos e as sentinelas com sua espada em riste. Mas a primeira ação de Eophain não foi um ataque com a espada, mas um vigoroso encontrão contra o líder das sentinelas.
Sandy gritou: “- Não”, mas era tarde, o tumulto instaurado foi mais rápido que a voz da paladina.
As sentinelas partiram para cima de Eophain e o todos viram quando uma transformação irrompeu do lado dos rhenos. Urros animalescos e o som de musculatura se rompendo e ganhando forma e intensidade Os rhennee estavam se transformando em humanoides maiores, peludos, com garras e presas de lobo, eles estavam se transformando em licantropos, mais especificamente lobisomens.
Espadas contra Diplomacia
Com os ânimos completamente alterados, Eophain sabia pelo teor das sentinelas que aquele confronto só terminaria de uma forma, mas lhe surpreendeu a transformação que os rhenos sofreram. E a ponta de uma das lanças veio contra ele. Enquanto a arma navegava na sua direção, ele girou o corpo fazendo com que a haste da arma passasse a largo de sua cintura e ao mesmo tempo girou com o impulso sua espada. A lâmina foi certeira no pescoço da sentinela que tombou, cabeça para um lado e corpo para o outro, e um jato de sangue lavou o kensai na altura do ombro e face.
O combate inevitável se iniciou e Sandy estava chocada com a cena que se desenrolava a sua frente. A paladina assistiu a morte da primeira sentinela como se estivesse sob o efeito da magia lentidão. Ao se recuperar da surpresa, sentindo que precisava agir, com as mãos elevadas indicando rendição, a donzela guerreira avançou bravamente na tentativa de se interpor entre as autoridades de Stalmaer e os viajantes lupinos dizendo a plenos pulmões:”- PAREM! PAREM COM ESSA LOUCURA! AL’DURKAN deponha a arma!” Neste ímpeto de evitar uma tragédia maior ainda a paladina foi mordida por um dos rhenos, enquanto atravessava o caminho para se interpor.
Sandy gritou de dor pelo ataque raivoso de Miro, mas mesmo assim continuou a bradar para que o combate cessasse, mas foi em vão, os ânimos ferviam e o sangue entre os dois lados vertia, o que impedia que qualquer diplomacia parasse o que se desenrolava ali.
Mais guardas chegavam, e Eophain avançava fatiando carne, ossos, membros como se fossem nada. Sua superioridade marcial era notável, e praticamente nenhum dos ataques chegava a ameaçar sua integridade. Em seu pensamento, os rhenos eram os seus protegidos e como tal, mereciam a sua ajuda, o seu apoio.
Deposição de Armas
Miro havia tombado ao chão, enquanto Ramirez e Valter estavam severamente feridos. Eophain em contrapartida poderia continuar aquele combate por muito tempo ainda. Mais guardas vinham, alertados pelo som de um sino que alertava para o problema à frente da vila. E foi uma voz que interrompeu a carnificina produzida pela habilidade do kensai, e essa voz era de Thrommel:
“- Eophain, deponha a sua arma.”
A voz de Thrommel foi clara e elevada o suficiente para Eophain conseguir ouvir, e ele o fez. O kensai olhou para trás, onde o príncipe se encontrava e caminhou ignorando os demais soldados que vinha em sua direção temerosos de tentar atacá-lo. Eophain parou a cerca de cinco metros de Dikstra, Thrommel e Sandy e simplesmente se virou para os guardas em claro sinal de que havia cedido ao pedido de seu companheiro.
Eophain estava completamente lavado pelo sangue, não seu, mas aproximadamente dez sentinelas que jaziam agora ao solo da entrada da vila, alguns sem membros, cabeças, dentre outros sinais da habilidade do kensai. Em seu íntimo, ele estava tranquilo, cumpriu a sua missão. Mais atrás, no confronto contra os lagartos e trogloditas, Thrommel havia feito um pedido a ele e os demais, protegessem os rhenos, e ele o fez. Não havia cometido erro algum.
A Prisão de Eophain
Os rhenos já transformados em homens novamente foram amarrados e assim eram mantidos por guardas enquanto um grupo de sete homens se aproximaram de Eophain cercando-o. Um entre eles falou: “- Você está preso, pela lei de Stalmaer deve responder pelos seus atos perante a integridade dos homens que estavam a serviço protegendo essa vila. Eu Khorshmish, o declaro prisioneiro desta vila até o seu julgamento e condenação.
Eophain teve suas mãos amarradas às costas e enquanto era imobilizado olhava para Thrommel com uma perspectiva serena e tranquila. Khorsmish se aproximou da carroça onde a família dos machos lobisomens estava e sacou a sua espada. E Sandy interveio:
“- Senhor, eles não fizeram nada de errado, peço que não os prenda, tal como o fez para Ramirez, Miro e Valter.”
“- Essas criaturas são selvagens e não adentrarão Stalmaer, exceto se for da mesma forma que eles – amarrados.”
Sem maiores implicações para a família dos rhenos, todos foram levados para dentro pelas sentinelas. Aos heróis coube o teste de reação à licantropia, e após morderem uma moeda de prata sem que nada de anormal ocorresse, ouviu do líder das sentinelas.
Condições Civilizadas
“- Vocês poderão adentrar a vila, sob pagamento de uma moeda de ouro. Normalmente cobraríamos 1 peça de prata, mas dado os danos causados… Deverão obrigatoriamente se acomodarem na estalagem Passos de Durmack, a única existente em nossa vila. Lembro-lhes que estarão sob o monitoramento das sentinelas e poderão se juntar ao seu amigo, caso infrinjam alguma de nossas regras.”
“- E o que acontecerá com o nosso companheiro?” indagou Sandy.
“- Ele será julgado pela Estaroste de Stalmaer, e provavelmente sentenciado a forca, basta contemplar a quantidade de mortes que ele causou.”
Sandy, sabia em seu íntimo, que essa era a penalidade, ela mesmo estava impressionada com a irascibilidade de Eophain, como ele pudera ter feito o que fez? No fim ela sabia, não precisava refletir muito para constatar que Eophain era uma espada caótica. Havia sido assim na floresta Dapple, quando Gatts disse-lhe para não matar o wyvern derrotado, e mesmo assim ele o fez.
A Vila de Stalmaer
Depois que Korshmish deixou a comitiva levando os rhenos restantes, com o grupo ficaram dois sentinelas que ficaram responsáveis por conduzir o grupo até a tal estalagem. A primeira impressão que o grupo teve quando começou a caminhar pela vila foi que estava em um outro lugar, diferente dos casebres em ruínas do lado externo. Construções feitas de madeira e fibra, alvenaria de pedra e cimento eram inexistentes. Havia luz nas casas, e sinal de fumaça nas chaminés que indicavam domicílios aquecidos na noite fria.
Além de toda a arquitetura, algo era notável de onde quer que estivessem na vila. Uma torre solitária em uma pequena colina no centro da vila. O grupo deduziu ser a torre da bruxa.
Stalmaer situava-se a borda da floresta de Gnarley, mais precisamente em sua ponta norte, separado do contato com a floresta por uma curva do rio Velverdyva. A estalagem Passos de Durmark não estava muito distante, o que foi notado pelos aventureiros. E logo foram deixados em suas imediações pelas sentinelas.
Encontro Inesperado
A estalagem era grande. O grupo adentrou pelo que parecia ser os estábulos e logo se dirigiram para o salão principal. Haviam poucas pessoas no interior do estabelecimento, talvez isso possibilitou a Sandy reconhecer de imediato, dois dos fregueses que ali estavam – Gillius Machado do Trovão e para a surpresa de Sandy – Talglor Coração de Mithral.
Os dois anões logo perceberam também a entrada dos viajantes e o grupo se encontrou. Havia muita explicação a ser dada, muitas perguntas permeavam Sandy, Gillius e Talglor. Esse último dado como morto no Lar de Tamoreus.
Sandy expressou imensamente a felicidade em encontrar ambos os anões e Eophain exibiu um sorriso cordial e contido para Talglor.
“- Por Heironeous, que benção os trazem a este fim de mundo?” Indagou Sandy, ao passo que Gillius foi o primeiro a falar:
“- Uma troca de favores. Talglor precisa de uma ajudinha minha em Minas Carnalion e eu preciso de uma ajuda aqui, neste… Fim de Mundo”.
“- Achei que você estivesse morto anão” Indagou a paladina.
Missões Anãs
“- Eu achei que era mesmo o meu fim, mas o limo que destruiu Massacre e quase a mim, quando estava prestes a me dissolver, simplesmente recuou para a escuridão e me deixou lá. Ferido, agonizando – a fé de Moradin me permitiu a cura e fui me arrastando para fora daquela maldita caverna. Regressei para Minas Carnalion, onde passei alguns meses me recuperando e reforjando o Massacre. Ele não é de Adamante, mas dará para o gasto. Foi lá que decidi que era hora de tomar o que é meu por direito e expulsar todos os goblins que vivem nos subterrâneos de Minas. Soube que Gillius estava por aquelas bandas e o encontrei. Firmamos um acordo. Ele integrará o grupo que estou formando para ir até Minas Carnalion e eu o ajudo a neutralizar a maldição que o acompanha.”
Um trovão se fez presente nos céus, como que estivesse relacionado às palavras do anão.
Sandy olhou para Gillius e este sem pressa, após fumar um cachimbo, disse:
“- Então minha cara, deixei Gatts na cidade de Reymend, após conseguirmos com êxito encontrar Caleb Mengue e libertá-la. Na entrada da cidade deixei o pequenino Questin, o patrulheiro Dustran e o seu primo. A tempestade havia me alcançado e já estava recebendo visitas indesejadas. A maldição que me acompanha é forte o suficiente para ser capaz de arruinar cidades e vilas. Por isso decidi seguir para o norte, fui para a cidadela de Greylode e Baranford, nessa última cidade, encontrei Talglor e ele me pediu ajuda. E ao contar-lhes o motivo de não poder ajudá-lo, ele me disse que poderia dar um jeito paliativo. Ele me disse que uma armadura feita de escamas de um dragão de prata, é capaz de neutralizar temporariamente qualquer maldição. E que sabia do cemitério onde um desses monstros míticos estava enterrado. Bem aqui, em algum lugar dessa vila perdida no fim do mundo.”
A História do Dragão
Sandy levantou uma das sobrancelhas, ligou os pontos. Ela olhou para Thrommel e não era necessário que o príncipe dissesse mais nada. Ela sabia finalmente por quê Thrommel os havia trazido até ali.
“- Permita-me apresentar os meus companheiros. Esta é Dikstra An Craite e este é Tom.” Sandy olhou ao redor da taverna em busca de curiosos e não encontrou ninguém interessado nas conversas que eram tratadas ali naquela mesa. E continuou: “- Este é aquele que tanto procurávamos Gillius, nosso senhor”.
Sem precisar dizer mais nada Gillius assentiu com um ar de curiosidade e respeito, e ao que parece Talglor já tinha feito uma óbvia dedução também. Eles estavam diante do príncipe herdeiro de Furyondy, e ainda que a vontade de cumprir com a educação quando estão diante de nobres daquela estirpe, eles não o fizeram. Sabiam que a identidade do príncipe estava sendo mantida em segredo, apenas com as palavras da paladina.
O Nome do Dragão
“- Qual o nome desse dragão?” Indagou Sandy, e a resposta de Gillius pegou tanto ela como Thrommel de surpresa:
“- Foi um dragão conhecido como Reynard Goodfellow. Até onde as histórias contam, ele foi derrotado por forças do Olho Ancião nas imediações de Hommlet, e foi trazido para a floresta de Gnarley, mais precisamente para algum lugar por essa região”.
Sandy sentou-se e olhou para Thrommel, o príncipe por sua vez baixou a cabeça. E Talglor disse:
“- Esse dragão era conhecido de vocês?” Ao passo que a paladina continuou:
“- Sim, Reynard, era o bardo do reino, mensageiro oficial de Furyondy e companheiro sagrado de Thrommel”.
A concepção sobre a suspeita era algo que eles precisavam ter ouvido para ter acreditado. Thrommel levantou a cabeça e olhou para a meio-orc Dikstra e ela compreendeu que a ida até ali, não houvera sido por mera coincidência ou efeito de uma loucura do príncipe. Ela pousou a mão sobre o ombro de Thrommel e condoeu com seu sentimento.
Formação de Grupo
“- Iremos ajuda-los a encontrar o cemitério deste dragão. Mas antes precisaremos resolver a situação de Eophain. Falaremos a governante dessa vila pela manhã. Deve haver algo que podemos fazer para atenuar a penalidade que foi sugerida pelo líder das sentinelas” disse finalmente a paladina.
“- Eophain está aqui?” Indagou Talglor. Ao passo que a paladina confirmou, narrando o ocorrido na entrada da vila. Os anões concordaram em ajudar.
A estalagem estava sem quartos disponíveis e o heróis tiveram que recorrer às baias no estabulo. Cada um se acomodou como pôde e logo adormeceram.
Visita na prisão
Eophain foi deixado em uma torre afastada do centro das construções na vila, e recebeu das sentinelas um tratamento diferenciado oculto aos olhos dos superiores. Al Durkan, foi espancado com porretes e deixado preso a grilhões em uma parede como um animal selvagem.
Algum tempo depois, a escuridão da prisão foi iluminada por luzes que entraram pela porta reforçada. Ainda era noite lá fora.
Uma mulher estava diante da porta, de baixa estatura, talvez não mais que um metro e meio, o kensai soube de imediato que aquela era a Estaroste da vila. Quando Eophain olhou para Lytta Neyd, foi como se a beleza de uma ninfa vindo de Árborea, o plano dos elfos e das fadas tivesse surgindo diante de seus olhos. Com sua pele negra como a noite, seus cabelos resplandecendo mais que o metal mais nobre e seus olhos acompanhados da mesma luz, ela visitou o kensai em cárcere.
A atmosfera e tensão sentida por Al´Durkan não era tangível ou declarada, mas a mulher transpirava magia em toda a sua aura. As sentinelas de Stalmaer mais atrás, eram desnecessários para sua proteção, ele sabia disso. Aquela que era conhecida folcloricamente como a Bruxa da Vila, era talvez de fato uma bruxa, uma feiticeira, e a proposta que ela faria a Eophain era perigosa e arriscada.
Morte ou Elo
“- Eophain Al Durkan, este é o seu nome correto? Chegou até a mim, que foste você, o responsável por, junto com os licantropos ceifar a vida de minhas sentinelas a frente da minha vila. O que você fez é o suficiente para que sua vida termine em uma corda, mas a você dou o direito de defesa. E antes de apresentar a sua versão dos fatos, me diga, você me parece muito ferido para um guerreiro que tanto estrago causou. Ocorreu algo depois de sua entrega às minhas sentinelas?”
Eophain olhou a mulher de beleza extraordinária nos olhos. Um de seus olhos estava fechado devido a um galo provocado pela surra sofrida, e ponderou suas palavras:
“- Julgo que saiba, o que normalmente ocorre a aqueles que são presos ou capturados nas condições em que fui… E sim, meu nome é Eophain Al´Durkan. Com relação à defesa para meus atos, fui motivado pela lealdade que tive para com os rhenos que estavam comigo. Eles foram destratados e o resto da história você já deve saber como termina”.
“- Eophain, acredito em suas motivações e é muito por isso que quero lhe oferecer uma pena alternativa.”
A Escama de Prata
As palavras da estranha mulher saíram em um tom fora da expressão que ela estava usando até então:
“- Haverá um momento, em que sua espada deverá me defender, servindo como compensação contra as mortes que sua espada sorveu no início desta noite. Não ordenarei infligir seus valores ou sua lealdade, no entanto, minha vida, sobretudo, deve ser preservada. Aceite essa condição, e sua a pena será convertida a esse pedido.”
Eophain mirou a estranha mulher nos olhos, e lembrou do dragão de ossos Falkenhearth. No Templo do Elemental Maligno, tal tipo de acordo, havia sido proposto pela sua vida, e ele aceitou. Aquilo estava ficando perturbadoramente constante.
Ao sair, Lytta deixou com Eophain uma escama de prata, uma prova do acordo firmado, o kensai observou que às costas da mulher de pele de ébano, dois pares de asas finas e membranosas como libélulas batiam célere no ar e isso a fazia dispensar tocar o solo. A Escama em sua mão luzia com um brilho branco opaco e era carregada de um magnetismo estranho. Eophain sentiu alguma magia, mas qualquer que fosse ele não resistira.
Com certeza a bruxa de Stalmaer era muito mais feérica que qualquer mulher jamais seria, e Eophain tinha certeza – isso significava problemas. Ele guardou a escama e recebeu seus equipamentos das sentinelas. Um deles guiaria até onde os seus companheiros estavam na vila.
Eophain respirou aliviado.
Reencontro
Uma fina chuva caia pela madrugada quando Eophain chegou até o estábulo. O grupo ainda estava se acomodando quando o kensai chegou. Dikstra, Sandy e Thrommel respiraram aliviados, ainda que Eophain estivesse bem debilitado, estava vivo. Al´Durkan se surpreendeu com a presença dos anões e após apertar-lhes as mãos, contou aos companheiros o ocorrido, não revelando o detalhe da escama de prata.
Depois a sós com Sandy e Thrommel ele revelou a escama. O príncipe e a paladina olharam a peça e ela reluzia com grande intensidade. Thrommel foi o primeiro a querer tocar, e foi acometido por uma intensa dor. A Escama parecia queimar ao toque. Ele soltou a escama quase instantaneamente e quando Sandy a pegou, compreendeu o motivo da reação do príncipe. Sandy sentiu sua energia ser drenada tal qual o toque de um vampiro, tamanha era a energia negativa imbuída no item.
A Escama de prata havia sido imbuída de intensa energia negativa, de forma tal que qualquer um que fosse de coração bom e puro, sentiria o sorvedouro negativo a um mero toque.
Eophain pegou a escama no chão e a guardou observando seus companheiros lamentarem as mazelas sofridas e sem saber o que dizer se retirou do aposento. Do lado de fora foi de encontro a Gillius e Talglor que conversavam. Talglor notou a ausência da espada do kensai e lhes disse que com os componentes corretos, poderia reparar o item.
Sono Inquieto
Acomodados da melhor forma que podia, todos foram descansar. Sandy ainda ponderava sobre o ocorrido com a escama e observava a mão queimada. Thrommel dormia um sono intranquilo e ela pensava sobre Eophain. Em seu íntimo ela temia a mudança que finalmente havia tido uma primeira prova. Da sua mente não saia a cena testemunhada mais cedo, do furyondês ceifando a vida das sentinelas como se nada fossem. Do wyvern na floresta Dapple, mesmo Gatts tendo-lhes dito para não fazê-lo e na Missa Heroica, quando traiu a confiança de todo o grupo e quase frustrou o evento benévolo.
Eophain há muito havia se revelando um aliado de objetivos controversos e sua índole conspurcava o caminho por onde ela trilhava. Dentre os seus mandamentos, um, ela sentia que estava no limiar de “ferir” e ela precisava agir antes que o pior viesse a acontecer, e ela olhava para o príncipe dormir.
Eophain por sua vez não dormira. Em sua mente latejava as palavras de Talglor: “- A espada de um kensai define a sua conduta e sua linha moral. Sem ela, o kensai se torna um mercenário de valores deturpados…” As palavras do anão remetiam a um antigo folclore acerca dos kensais. E de fato Eophain conhecia aquela lenda muito bem. É dito que todo kensai que perde sua espada, perde a si mesmo e se torna um guerreiro sem senhor. Será que ele havia ido além disso?
O Sinal de Prata
18 de Preparos de 592CY
Os heróis acordaram com a movimentação de muitos moradores seguindo para o norte da vila. Curiosos com a movimentação, seguiram as pessoas até o foco de maior concentração. Sandy pediu para Dikstra e Gillius ficassem com Thrommel que ainda dormia e ela não queria que ele tivesse seu sono perturbado. Ela, Eophain e Talglor seguiriam para ver o que estava ocorrendo.
E ali viram reunidos muitas sentinelas, Lytta Neyd e a sua frente os rhenos capturados. Em sua mão, a mulher possuía um pote de pedra de onde remexia com a ponta de dois dedos o conteúdo e assinalava na testa dos rhenos ajoelhados um sinal, um sinal de prata.
E foi Eophain que percebeu primeiro uma movimentação incomum, uma flecha assobiou vindo de uma árvore na direção de uma das sentinelas, e de outros pontos mais elfos surgiam. Eles tinham pinturas escuras em sua pele prateada e adornos de diversos tons de verde.
A Vila de Stalmaer estava sendo atacada!
Continua…