Esse resumo é uma continuação da aventura “A Guilda de Rakdos“. Essa sessão ocorreram nos dias 16.02.2019 e depois continuada no dia 24.03.2019.
Os aventureiros da Ordem: Aescriel, Kalin, Lester e Rathnar se veem inesperadamente envolvidos em uma trama para frustrar os planos de uma Guilda de Escravocratas, conhecidos como a Guilda de Rakdos.
Jogadores:
Marcelo Guimarães – Aescriel;
Bruno Freitas – Rathnar;
Bruno Simões – Kalin;
Lester ou Fester?! – PdM;
Insix – PdM.Esse é um artigo original escrito por Bruno de Brito e revisado por Bruno Simões.
O Guardião da passagem
10 de Preparos de 592CY
grupo avançou pelos entulhos, esperando encontrar ali alguma passagem escondida e como Rathnar e Insix já haviam alertado o grupo, eles não se surpreenderam tanto quando uma fera saiu por debaixo e atacou o grupo. Fester fugiu amedrontado pela presença da criatura, mas fora o único.
A criatura se revelou um inimigo poderoso e parecia estar ali para guardar realmente alguma passagem. Após muita habilidade e estratégia conseguiram vencer o desafio.
Aescriel descobriu em uma pedra falsa, uma passagem secreta e uma nova câmara se revelou para os heróis.
A nova câmara que se abriu para o trouxe consigo um cheiro forte de matéria orgânica em decomposição e logo o grupo viu o que era – corpos, dezenas, incontáveis partes e muito sangue, fresco e seco. O local era uma grande câmara de descarte de corpos, talvez das escravas que não conseguiam sobreviver ao processo de transporte. Mas haviam ali corpos de homens também. Insix deduziu rapidamente que se tratava um bom lugar para descartar vítimas de crimes da superfície. Achar alguém naquelas pilhas de corpos era muito difícil. Além disso parte dos corpos era jogado dentro de um fosso existente na região central da câmara.
O grupo avançou com cautela, enquanto Kalin se aproximava de uma das pilhas. Algo em seu íntimo lhe dizia que ele precisava averiguar e sua primeira inspeção revelou 3 pessoas vivas! O estado em que elas se encontrava era deplorável e pelo estudo que ele tinha, claramente não havia muito que pudesse ser feito para aquelas pobre almas. Membros cortados, olhos vazados, órgãos expostos, toda a cena era perturbadora. O primeiro pensamento que veio à mente de Kalin foi cuidar daquelas pessoas, mas isso lhe custaria um tempo precioso e ele sabia claramente que não dispunha ali, de todos os recursos necessários para aliviar a dor e cuidar dos graves ferimentos daquelas pessoas. Claramente desorientado ele se afastou, colocou as mãos na cintura e olhando para cima, em direção do teto.
Os demais notaram e enquanto Fester se aproximava do sacerdote para verificar se estava bem, Rathnar foi até o ponto de onde Kalin tinha saído. E o alto elfo também notou as vidas…
Rituais a um ser
Fester e Aescriel analisaram cuidadosamente os corpos, o sangue e a sala. Tudo ali parecia mais que apenas uma área de descarte de corpos. Havia um propósito, e foi o halfling que identificou primeiro. Haviam escritos intrincados e quase imperceptíveis. Um explorador mundano passaria facilmente despercebido, mas os olhos treinados do elfo e do halfling logo identificaram.
Tudo ali era uma oferenda a um ser, uma entidade mencionada como Rakdos em diversos pontos. A dupla identificou que se tratava de um demônio, cultuado exclusivamente por meio-orcs. Era a esse ser que todo aquele rastro de morte e dor era ofertado…
Corredor mal iluminado
Aescriel e Insix avançaram até o limite da sala e notaram um corredor pouco iluminado, observando silhuetas nas sombras e recuaram. O punhal de Rathnar pôs fim ao tomento dos corpos moribundos e em seu íntimo uma prece foi recitada para dar paz aquelas almas. Fester identificou que tudo aquilo era uma oferenda a uma entidade e tal como, as almas daqueles condenados estavam destinadas a servirem a essa entidade.
Ao passo que Kalin notou murmúrios e choros vindo do corredor, uma voz colocou todos em alerta: “- Larguem suas armas. Temos reféns sob a lâmina de nossas espadas, e um movimento errado, elas morrem!”
Rapidamente o grupo se reagrupou e Rathnar sussurrou para Aescriel e Fester: “- Deixe Insix invisível”. Aescriel se afasta e invoca um sensor mágico que constata verdade nas palavras de quem ameaçava os heróis. E é Fester que fala primeiro: “- Deixe meus companheiros seguir seus caminhos. E como gesto de boa fé, me ofereço como refém, para que nenhum mal lhes ocorra”.
A proposta foi bem recebida e ao mesmo tempo o halfling avançou em direção ao corredor, Kalin também o fez, e completou: “- Eu também me ofereço como refém. Deixe meus companheiros seguir os seus caminhos”.
A essa altura, o meio-orc nas sombras, sorria diante da boa sorte que tivera.
O Plano do Halfling
Fester sussurrou para seus companheiros antes de adentrar o corredor: “- Siga o plano de Rathnar.” E olhando para Kalin balançou a cabeça negativamente. O que quer que o halfling estivesse pensando em fazer, ele não contava com o voluntariado do sacerdote em seguir junto como refém…
Rathnar, Aescriel e Insix se afastaram. A sondagem de Aescriel, uma capacidade mágica especial que o mago possuía mostrava que em um primeiro momento, os malfeitores não feriram os novos reféns. E Rathnar disse: “- Aescriel, assim que sairmos do campo de visão deles, torne Insix invisível.” E o alto elfo não precisou dizer a pirata o que ela deveria fazer. O plano foi subentendido.
Kalin e Fester foram conduzidos para dentro de uma câmara, e lá o sacerdote viu mulheres chorando, feridas e amarradas a grilhões. Suas condições eram péssimas e havia um fedor de fezes e sujeira no ambiente. Em um canto mais afastado, o sacerdote viu uma mulher bastante debilitada, havia claros sinais de violação, roupas rasgadas e sangue. Um ódio percorreu o sacerdote da luz, mas na situação em que se encontrava nada podia fazer, e foi Fester que notando a preocupação do seu companheiro, disse: “- Aquela mulher está muito mal, se não fora tratada adequadamente morrerá e vocês perderão um ativo. Para a sorte de vocês, meu companheiro é um sacerdote e pode cuidar de seus ferimentos. Permitam que ele possa prestar-lhes auxílio e cuidar da moça.”
Os meio-orcs se entreolharam e a diplomacia do halfling havia sido boa o suficiente para conseguir convencer os captores. Kalin foi solto e advertido a não fazer qualquer idiotice, ou ele e aquelas mulheres poderiam pagar caro o preço. E ele começou a cuidar da mulher convalescida.
A Execução dos Heróis
Insix surgiu no centro da câmara e com suas lâminas riscou as paredes com o sangue de três dos quatro inimigos. Os meio-orcs mal tiveram tempo de entender o que estava acontecendo. A pirata surgiu entre as mulheres, Fester e Kalin como um turbilhão de lâminas que não deu o mínimo tempo de reação para um contra-ataque ou vitimar qualquer uma das mulheres. Apenas Fester estava com uma faca em seu pescoço e no susto um estranho efeito ocorreu.
Quando o meio-orc tentou tirar a vida do halfling mediante o estresse do momento, a lâmina da faca passou no pescoço do halfling e ao mesmo tempo que um pequeno corte se abria, a lâmina se partia como vidro em centenas de pedaços. No dedo do halfling um belo anel de prata com uma esfera amarelada no centro brilhou. Aquela joia havia sido obtida durante o leilão do Museu de Arte de Verbobonc, e agora provava seu valor.
Quando Rathnar e Aescriel surgiram na porta não haviam mais inimigos de pé no aposento e apenas o choro das mulheres era ouvido. Kalin invocara uma magia durante o tumulto, na tentativa de suprimir qualquer intenção ofensiva, mas Insix havia sido rápida igual ao vento, e não restara nenhum escravocrata vivo.
Um Momento
As mulheres viram nos heróis, seus salvadores e enquanto Insix as conduzia junto com Fester para fora daquela masmorra, Aescriel e Kalin aproveitaram cada um, para ampliar as suas capacidades com relação aos próximos desafios. Enquanto o sacerdote de Pelor meditava fixando nas estruturas de sua energia divina novas magias; Aescriel por sua vez, sentando em posição de lótus, enviava um sensor mágico pelos corredores da masmorra. E com isso a magia do elfo do sol varreu todas as câmaras e corredores do local. Anotando de forma metódica em uma folha de papiro, Rathnar notou observações e desenhos que pareciam detalhar o que Aescriel enxergava. O Elfo do Sol podia ver onde estavam os inimigos, notou uma mesa com documentos que parecia ter sido recentemente colocada sob o fogo, e o sensor viu mais. Cadernos com nomes e pagamentos. Aescriel anotava rapidamente tudo que via. Seu sensor apesar de poderoso, tinha uma duração de poucos minutos. Mas tudo que ele havia visto, permitiria ao seu grupo, uma grande vantagem contra os meio-orcs da Guilda de Rakdos.
Rathnar observava impressionado o poder arcano ali manifesto. Aescriel, o mago especialista na escola de Adivinhação, era capaz não apenas de ler, detectar e falar através de pensamentos, mas também esquadrinhar áreas não percorridas fisicamente. Era de fato um talento mágico ímpar. O alto elfo refletia, e sentia que precisava dos poderes de Aescriel em sua missão no sul, em Celadon.
“- Rathnar, há documentos após um corredor que há a nossa frente, que prova que autoridades de Keristen de fato compactuam com o envio de pessoas para o norte. Insix de fato não mente. Precisamos desses documentos.”
Aescriel percorre o máximo possível as áreas da masmorra
O Corredor de Armadilhas
Aescriel explicava para Rathnar, tudo o que vira com o seu sensor e quando Insix e Fester chegaram, foi quase no mesmo instante que Kalin concluiu sua meditação. A frente do grupo Rathnar pediu que tornasse Insix invisível e após instruí-la, deixou a pirata seguir invisível mais à frente do grupo. Enquanto Insix ganhava um pouco distância, o quarteto restante discutia a estratégia de avanço. Nenhum deles ouviu quando no corredor mais a frente um dardo envenenado disparou durante a passagem de Insix. A pirata conseguiu se esquivar e seguiu com mais cautela. Ela não seria a única ser vítima da armadilha.
Rathnar percebeu quando uma pedra do assoalho cedeu levemente e de um orifício na parede um dardo o atingiu. A haste do dardo era oca, feita em bambu e em seu interior um líquido parecia inocular na vítima. Uma fraqueza acompanhada de vertigem abateu o alto elfo Rathnar Selfanar e este apoiou-se na parede para se recuperar. Logo na sequência alterou os seus companheiros para avançar com cautela.
O grupo já sentia o cheio de fumaça no corredor final e a luz existente na câmara que se abria já revelava os inimigos. Insix alcançara 3 deles no exato momento que as flechas de Rathnar voavam na retaguarda da pirata.
Confronto contra a Guilda
O grupo avançou em uma formação inteligente pelo corredor, e foi Kalin e Aescriel os primeiros a despontar dentro do local. Aescriel conhecia bem a passagem e onde estavam os meio-orcs. Quando o elfo do sol surgiu, calculou exatamente onde cada aliado estava para poder afetar a todos como uma magia que os tornou mais céleres. Kalin observando a pilha de documentos pegando fogo, conjurou água mágica que arrefeceu os escritos. Mas ele precisaria repetir o feito para eliminar completamente os pontos de fogo.
Os inimigos não estavam preparados para a força e velocidade com que os heróis atacaram. Insix travava em outro corredor o avanço de inimigos a Kalin e Aescriel. Fester estava mais a fundo do corredor por onde vieram os heróis. O halfling se preparava na conjuração de uma de suas criaturas mágicas, e Rathnar continha o avanço dos inimigos pelo terreno.
Do lado da guilda, dois conjuradores, um feiticeiro e um sacerdote, que mesmo invocando magias perigosas, não foram páreo para a força dos heróis e junto com o elemental da terra invocado por Fester, os inimigos ali presentes foram derrotados rapidamente.
A Segunda Onda
A primeira leva de inimigos estava praticamente derrotada quando Aescriel avançou pelo corredor em que Insix se encontrava. A pirata tinha adiantado pelo novo espaço e Aescriel sabia que mais inimigos seriam confrontados. Foi justamente por isso que ele avançou e parou subitamente na metade do corredor quando viu emergindo das sombras uma grande tigre. A fera surgiu com selvageria e destemor na direção de Aescriel. Quando a fera surgiu, fruto de uma magia que teve seu conjuração iniciada momentos antes, um novo efeito surgiu. O solo no espaço entre Aescriel e o início do corredor cedeu, criando buracos fundos. Insix e Aescriel tinha caído em uma perigosa armadilha.
O animal era diferente de um tigre comum, que por si só já uma criatura muito perigosa. Aquele tigre, possuía partes ósseas sobressaindo de seu corpo. Eram como protuberâncias que intensificavam sua natureza primitiva e selvagem. O tigre caiu por sobre Aescriel e os gritos desesperados do mago foram ouvidos pelos companheiros. Insix que estava mais próxima, estava tentando a todo custo chegar até um feiticeiro ao fundo do corredor. Uma aventureira experiente sabia que ele havia iniciado uma mágica poderosa, pois a velocidade da conjuração estava lenta. Mas os meio-orcs em seu caminho impediam a sua movimentação.
Kalin e Rathnar viram quando Aescriel avançou e como o movimento foi deliberado. A confiança de que a situação estava sob controle o induziu a confiança sobre o avanço. Mas eles sabiam que não tinha muito tempo, e foi Kalin o primeiro a avançar. Rathnar de onde estava mirou suas flechas no animal. Kalin notou um leão branco ao seu lado, era uma das invocações de Fester e o acompanhava na direção do corredor onde Insix e Aescriel estavam.
Rathnar olhou precisamente o Tigre atroz, também conhecido como Smilodon, e falou as palavras do caçador, seu arco brilhou e uma saraivada de flechas voaram na direção de seu alvo.
Caos, Magia e Dor
Os olhos do alto elfo Rathnar Selfanar brilharam prateados e ele viu quando suas quatro flechas cravaram firmes ao longo do corpo do Smilodon, mas Rathnar viu mais que isso. Diante do tigre surgiu Thaumiel, a Ye´Cind, Dona da Canção e herdeira do trono de Demesnes. Diante do animal ela descreveu um arco com sua lâmina élfica, e o animal tombou sem vida. Neste mesmo instante uma escuridão se fez presente, e a elfa prateada, Insix, Rathnar, inimigos e o corpo moribundo do tigre foram engolidos pelas sombras.
Kalin sabia que magia era aquela, tratava-se de uma escuridão mágica, e ele tinha a solução exata. Concentrando-se em seu poder de fé, ele transformou o seu símbolo sagrado em um disco dourado tão intenso que rasgou sem dificuldade a teia de escuridão. Mas entre o sacerdote de Pelor e o Aescriel havia um buraco com cerca de 17 metros de cumprimento, de onde estava o sacerdote podia ver que apesar de descordado devido a gravidade dos ferimentos, Aescriel respirava com dificuldade.
Toda aquela aventura estava sendo feita a um elevado custo de sabedoria por parte de Kalin. Ele não esperava que tudo isso fosse ocorrer e por este motivo não havia pedido as preces a Pelor, como fazia habitualmente em todas as preparações para aventura. Ele havia cometido um erro, sobre o qual nunca mais o repetiria. Seus companheiros contavam muito com o seu apoio e suporte. Mas agora não tinha muita alternativa, ele precisava usar os recursos que estavam ao seu alcance.
O Relâmpago
Kalin tinha duas alternativas, e se encontrava diante delas. Poderia fazer sua fé curativa chegar a Aescriel através da canalização de energia positiva, com isso não apenas curaria o elfo, mas a Insix e ele, ou invocar uma ponte para chegar até a pirata e o elfo. E entendendo que estar mais próximo, não apenas poderia salvar Aescriel, mas dar o devido suporte a Insix, foi que Kalin decidiu invocar sua “ponte”.
Rathnar e Fester viram quando as rochas existentes na área se multiplicaram criando uma parede grande o suficiente para bloquear o corredor, e eles não entenderam. Foi somente quando Kalin modelou a muralha de pedra para “deitar” sobre o buraco, que a magia fez sentido aos seus companheiros. Kalin tinha transformado uma muralha de pedra em uma ponte para chegar até os seus companheiros, ainda faltava para chegar até Aescriel cerca de três metros, e foi o leão branco que carregando Kalin o levou até o outro lado.
Foi quando todos ouviram o alerta de Insix vindo do corredor: “- Se protejam!” Mesmo que soubessem o que estava por vir, nenhum deles estava preparado.
O brilho elétrico de uma descarga invocada magicamente irradiou do lado oposto em que o grupo se encontrava. O inimigo de onde estava, havia estudado muito bem o terreno no qual combateria os seus inimigos e os separou através de um corredor com armadilhas as quais nenhum deles estava preparado. Um relâmpago assobiou estalando descargas elétricas por todo o corredor e alcançou Insix, Aescriel, Rathnar e Fester em toda a sua extensão.
Caos, Desespero – Chance
Kalin escapara por uma sorte. Apesar de estar no corredor, a inclinação de sua posição, o beneficiara para evitar a poderosa descarga elétrica que irrompeu de um ponto do corredor, mas sua preocupação era só uma: Aescriel. A parca vida observada momentos antes, agora inexistia no corpo do elfo do sol. Kalin pensou “- eu preciso chegar em Aescriel” o fosso invocado já não era mais um obstáculo. Kalin olhou para trás e viu Rathnar tombado no chão. O elfo paladino enfrentara outros meio-orcs junto com Lester e dividido entre o grupo de Insix mais a frente com Aescriel e ele e Fester, acabou negligenciando seus ferimentos.
Dividido entre Aescriel e Rathnar, novamente Kalin tinha uma escolha a fazer, e considerando a resistência do alto elfo Rathnar, ele apostou que Aescriel precisava mais de seu apoio.
Kalin, o sacerdote de Pelor se deslocou até onde estava Aescriel e quando estava prestes a iniciar a conjuração, Kalin é brutalmente agarrado por um dos meio-orcs que enfrentava Insix. A pirata estava enfrentando dois inimigos, mas mediante a ordem do feiticeiro Raul Scardua mais atrás, ela entendeu. Eles tentaria frear a ação do sacerdote. Ela foi rápida em atacá-los, mas aqueles inimigos eram mais fortes e resistentes. Um foi abatido, mas o outro conseguiu passar e seguir na direção do sacerdote.
Força e resistência nunca foi o forte de Kalin e quando o meio-orc o agarrou ele pensou que sair daquele abraço era impossível. Mas havia uma pequena chance dele conseguir invocar a magia e salvar Aescriel. E foi o que ele fez. Mesmo imobilizado, Kalin conseguiu falar as palavras mágicas e fazer os movimentos da conjuração divina. E finalmente pôde tocar-lhes com a benção de Pelor. As mãos do sacerdote brilharam com a intensidade da energia convocada. No final ele soprou sobre o rosto do elfo e uma poeira dourada atingiu Aescriel. Kalin aguardou o efeito da magia. Ele esperava que os danos não houvessem sido graves o suficiente para que sua magia não pudesse salvá-lo. O Sopro de Vida pode trazer de volta a vida, qualquer um que foi morto a poucos momentos, mas mesma magia tinha um limite, e os danos sofridos por Aescriel foram severos demais.
Aescriel estava morto.
O Grupo Reage
Rathnar abriu os olhos, desorientado pelo dano sofrido com a descarga elétrica e viu Fester administrando-lhes uma poção. Levante-se Rathnar! E recuperando do baque, Rathnar viu a silhueta do conjurador no final do corredor. Suas flechas sibilaram o ar, cortando com força a resistência encontrada e atingindo a parede próxima do comandante da guilda ali presente. Rathnar piscou os olhos, ele tinha certeza que atingira o meio-orc, e logo ele entendeu. O inimigo se beneficiava da mesma magia que por vezes Aescriel utiliza “Imagens de Espelho”. Através dessa magia, o conjurador invoca réplicas de si e através dessa ilusão, pode evitar danos físicos.
Mas Rathnar foi persistente e outras 3 flechas saíram de sua aljava. Uma atingiu e o dano que essa causou, deixou o elfo satisfeito. Raul Scardua gritou com a dor provocada pela flecha presa em sua perna. E praguejou o elfo arqueiro.
Insix alcançou o meio-orc que agarrava Kalin e com muita técnica conseguiu derrotá-lo sem ferir o seu companheiro. Kalin estava com a mão estendida na posição em que fora agarrado. Seus dedos tocavam o peito de Aescriel, sem vida e o olhar fixo do sacerdote transmitia dor. Em seu pensamento ele repetia: “- De novo não”.
Kalin havia testemunhado inúmeras mortes abruptas e em todas elas ele esteve a alcance para ter uma chance de evitar. Carla Tyle, diante da flecha de Rathnar, Eophain contra Menilrkumaukreton, Alvearnelle contra o veneno de Vecna e agora Aescriel…
Rathnar e Fester avançaram com Insix para acuar Raul, mas para a surpresa dos heróis ele desapareceu em fumaça. Fester ainda considerou que ele tivesse ficado invisível, mas não havia qualquer sinal da magia. Ele havia usado de teletransporte.
O Que vem a Seguir
O grupo reuniu os espólios encontrados com os meio-orcs. Os documentos foram totalmente destruídos pois a água apenas havia amenizado o avanço das chamas, mas não tinha mais nada. Outras mulheres em estado de escravidão foram encontradas e o grupo as conduziu para a fora da masmorra em local seguro. Um sentimento de pesar intenso abatia a todos e foi Insix a primeira a falar:
“- Eu conheço um local seguro onde podemos ficar e se recuperar.” E Rathnar continuou: “- Kalin, há algo que você possa fazer por Aescriel”? “- Sim. Mas necessito de um diamante de no mínimo 5.000 moedas de ouro, além do fato da alma do elfo querer regressar”.
E Rathnar disse: “- O diamante eu tenho, e Aescriel não tem opção, ele tem que voltar. Ele precisa terminar o que começou aqui. Vamos em direção a esse abrigo Insix”.
E assim os aventureiros seguem para uma das docas do porto de Keristen.
O que virá na sequência; será que Aescriel desejará retornar? Os heróis se convenceram de que lado Insix luta?
Descobriremos em uma próxima aventura.
Continua…