A Caverna Aterro

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Nos dias 14 e 25.01.2022, os heróis encontram um fosso de onde um estranho e desagradável cheiro emanava. Sua missão ali, era garantir que a masmorra conduziria até dentro de Reymend e sobretudo, que o caminho estaria livre de perigos.

Jogadores

Esse artigo é uma continuação do artigo: A Fazenda Darlan

Lençol Freático Seco

04 de Sol Próspero de 592 AC

Pyrus foi o primeiro a descer pela corda, fosso adentro. Apenas a luz de Joramy iluminava o duto que serpenteava para baixo. Aproximadamente 20 metros abaixo, ele chegou ao leito do buraco. Suas botas chapinharam em uma poça d´água com areia bege no fundo, e as paredes eram úmidas e cobertas por líquens. Mas duas coisas chamaram mais atenção do campeão da Megera: um corpo em estágio avançado de decomposição, sem parte de seus membros, e em segundo lugar, o odor pútrido. Pyrus chegou a pensar que era do defunto, mas o cheiro era tão pujante que era ainda mais intenso que o de uma carniça.

Os demais foram descendo um a um e obtendo as mesmas impressões de Pyrus. O caminho se encerrava no buraco de um lado e do outro se estendia por um corredor longo, ainda que sinuoso. De todos, apenas Gatts conseguia ter uma visão privilegiada sobre os demais, isto porque a magia que invocara momentos antes de descer lhe permitia ver com clareza na mais completa escuridão. Rathnar, como elfo, era capaz de ver na penumbra melhor que qualquer humano, mas a escuridão ali embaixo era absoluta.

Kalin conjurou as bençãos de Pelor e fez luz mágica com alcance de seis metros. Ele poderia fazer uma mais intensa, mas foi recomendado por Naeryndan a não o fazer, para não chamar a atenção desnecessária par ao grupo.

Corredor Seco

Todos observaram o corpo moribundo, faltava todos os membros superiores e inferiores, em escala de danos distintos. A pele estava queimada por algum tipo de líquido que os heróis não se atreveram a tocar, suas vestes também eram trapos indefiníveis do que fora um dia. Mas algo chamou a atenção de Pyrus. Um objeto de metal brilhava no bolso do defunto. Ele pegou com todo cuidado e viu que o pedaço de metal polido, era na verdade um espelho. Todos concluíram que aquele era Darlan, o fazendeiro que havia alertado a quem quer que estivesse além das fazendas de Reymend, pedindo ajuda, e foi essa mensagem que Keira captou e compartilhou na reunião do dia 26 de Flocos. Era uma pena que ele não conseguira sobreviver. De todo modo Darlan teria algumas coisas importantes a dizer ao grupo, mesmo que morto, mas não era uma prática do grupo falar com os mortos.

Sem mais observações ou coisas a investigar, o grupo se pôs a caminhar, e à medida que avançaram perceberam como a substância no solo úmido foi se tornando cada vez mais gelatinosa, quase como uma gosma. Não era aderente, mas exalava um cheiro horrível e conforme seguiam pelo caminho, aquele odor foi beirando o insuportável. Naeryndan e Kalin sentiram enjoos e um mal-estar. Era possível prosseguir, mas não poderiam ingerir nada enquanto estivessem naquele local.

O grupo perdeu a noção de que distância percorreu, e igualmente perderam também a noção de tempo, se houvesse um anão no grupo, talvez essas imprecisões fossem acertadas, mas com uma composição de humanos e elfos, tais percepções eram mais limitadas.

Resíduos Orgânicos

Gotas de um líquido pastoso se desprendiam do teto insistentemente e não demorou para que os heróis perceberem que eram fruto de algum tipo de decomposição orgânica. O chão impedia um deslocamento livre e em alguns pontos bastante grudento tal qual um atoleiro. Gatts, com uma capacidade de visão muito maior notou pequenos objetos brilhantes em algumas passagens. O grupo coletou moedas e pedras preciosas nesses pontos. Em um desses tesouros encontrados um cajado mágico fora encontrado.

Continuando a exploração, o grupo tinha em mente que aquele local abrigaria o destacamento de Durandal, e para tanto precisava estar seguro. Mas o que o grupo não contou foi com o surgimento de dois seres humanoides, pelo menos do tronco para cima, feitos completamente de uma substância gelatinosa. Seus corpos reuniam ossadas e resíduos de materiais diversos. Eles surgiram em uma pequena câmara que em sua metade desaguava um pequeno lago esverdeado.

Greyhawk_Omox-478x600 Aurora dos Conflitos Pathfinder 2ª Edição

As criaturas atacaram imediatamente à aproximação dos heróis, lançando esferas de limo ácidos que ao atingir seus alvos, também eram capazes de fazê-los permanecer no mesmo local. Temendo pela própria segurança e entendendo que a criatura estava em seu habitat, os aventureiros acharam por bem recuar e redefinir a estratégia de combate. Os limos não avançaram, se escondendo nas águas turvas e sujas do lago.

Caverna Aterro

Com o recuo, o grupo cuidou de seus ferimentos e avaliaram o que cada um podia saber sobre aquelas criaturas. Kalin revelou que já lera acerca de tais seres. Era um limo conhecido como Omox, no plural omoxes. Além disso, as criaturas provavelmente eram imunes a acertos críticos na cabeça ou órgãos vitais, uma vez que aparentemente não os possuíam. Gatts adicionou uma informação que foi pouco levada em conta e isso custou aos heróis tempos depois. Aqueles limos eram originários dos planos inferiores, ou seja, de alguma forma, estavam relacionados a criaturas associadas a demônios, diabos ou similares.

Recuperados, o grupo tornou a investigar os caminhos. Eles sabiam que precisariam voltar e vencer os omoxes, caso quisessem cumprir a missão dada por Durandal, mas eles esperavam obter mais informações ou recursos ali embaixo. Armadilhas foram evitadas, novos tesouros encontrados, e foi em uma dessas explorações que o grupo chegou a uma área que fluía um lençol freático, completamente contaminado pela poluição do solo. Alguma coisa na superfície estava contaminando a terra de forma dramática.

E enquanto avaliava o lago e a passagem, o grupo percebeu quando quatro omoxes surgiram, dois deles, claramente foram os que o grupo encontrou inicialmente, devido sinais do combate anterior. Os seres surgiram de certa forma cercaram o grupo, dado que havia um acima na passagem, dois no lago e um que surgira de onde os heróis haviam passado momentos antes. Na retaguarda do grupo, a parede.

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Confronto final

Luta Complexa

Um dos omoxes, mais rápido que os heróis, invocou uma nuvem fétida sobre o grupo, e além de alguns sentirem enjoados (aqueles que ainda não estavam pelo odor da caverna), ficaram mais lentos. Foi o caso de Gatts, mas não apenas isso. Dentro da nuvem, não era possível discernir com precisão alvos ou aliados além de 1,5m. O grupo logo percebeu o risco que corria.

A luta que sucedeu, foi a mais difícil tida desde que saíram da Mansão Magnífica de Durandal. Os monstros, além de lançar as bolas gosmentas, no combate corpo a corpo também empreendiam uma grande habilidade. Mesmo Pyrus, conhecido por suas defesas quase intransponíveis se viu em uma situação dramática quando precisou das bênçãos de Joramy. Outro que sentiu na pele o efeito do ataque das criaturas foi Kalin. O sacerdote pelorita foi agarrado por uma das criaturas e se viu sendo sufocado pelo bloqueio das narinas pelo limo. Rathnar lutava com grande maestria, junto com Naeryndan que apesar de conseguir desferir seus melhores golpes como ladino, ainda assim era muito habilidoso em causar dano aos monstros.

Um dos pontos altos do conflito veio quando Gatts assistiu Pyrus tombar morrendo no chão, e este precisar usar de uma potente magia de invocação para trazer um aliado poderoso à luta. Gatts invocou nada menos que um dragão de ouro.

A criatura reluzente entendeu rapidamente a batalha e entrou em ação. Os poderes de Gatts fizeram grande diferença no combate, não apenas pelo dragão, mas também momentos antes dessa conjuração ele enviou um dos monstros para outro plano, um plano labirinto. Com três criaturas, mais o dragão e sem Pyrus no combate, a situação de certa forma se equilibrou.

O Final

Uma a uma cada criatura foi sendo derrotada, e a última fora a que Gatts enviou para outro plano. Pyrus conseguiu ser recuperado pelo próprio Rathnar e posteriormente Kalin (livre do limo). E juntos eles venceram os omoxes.

A nuvem fétida se dissipou tempos depois e o grupo tentou se restabelecer da melhor forma. Avançando um pouco mais pelo corredor, o grupo chegou até o final da caverna. o fundo de um poço, similar ao que o grupo utilizou para chegar até a caverna.

Naeryndan pegou uma gema, e falando palavras intrincadas, abriu um portal mágico. E o primeiro a passar por ele, foi o próprio Durandal.

Continua em: Estratagema dos Heróis

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Sobre o Autor: Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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