Começando por Kir

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Nos dias 01 e 06/06/2021 foi a vez de acompanhar a aventura do grupo liderado pelo mago Aescriel rumo a Colinas Kron, com uma missão perigosa e de grande importância pessoal para o próprio Erzurel.

Jogador: Aharon Freitas (Erzurel).

Essa história é uma continuação do artigo Reencontro, e é um texto de autoria original de Bruno de Brito e revisado por Bruno Simões.

De Volta a Kir

08 de Flocos de 592 Ano Comum

Ao fim da reunião dos Defensores do Trono, Aescriel, Keira e Erzurel tomaram rumo para Pedra de Kir. Eles foram de forma rápida, graças a magia de teleporte invocada por Aescriel. Chegando a Kir, eles se depararam com o clima alegre e contagiante de uma típica comunidade gnomo. Pedra de Kir poderia ser considerada um vilarejo, ainda mais após a destruição da Fazenda de Dandelion, no episódio da invasão dos gigantes ao local. Muitas famílias gnomo sobreviventes migraram para Pedra de Kir, em busca de segurança e abrigo.

Graças a ajuda de Pedra de Kir, a fazenda de Dandelion aos poucos ia sendo reconstruída e deixando de ser conhecida como a Fazenda de Dandelion, para se tornar parte da Pedra de Kir. Um guarda da entrada da fazenda escoltou os heróis até o restaurante a céu aberto, sob a copa de uma árvore, para aguardar ali novas instruções. O grupo notou alguns elfos reunidos sob a mesma sombra. Ainda que afastados, eles notaram a chegada do grupo.

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A Fazenda de Pedra de Kir

Não tardou a própria Korine Tyle surgir. A gnomo era a líder da região, e considerada por muitos como “prefeita” da vila. Korine conhecia Aescriel, e sua recepção para com o elfo não escondeu a alegria em vê-lo. O grupo formado Rathnar, Aescriel, Eophain e Kalin havia ajudado, na verdade, socorrido o local em um momento muito importante há cerca de dois meses. Após apresentar a Korine, Erzurel e Keira, Aescriel, explicou a gnomo o que pretendia ali. E ela se surpreendeu com a coincidência. Havia um grupo de elfos que também estavam em busca de amigos desaparecidos. E foi assim que eles conheceram Naeryndam.

Litos de Golenar

O grupo formado por cinco elfos, eram todos peculiares em si. Erzurel conseguiu identificar que dois dos cinco pertenciam a uma mesma etnia, devido a pele pálida, ele poderia julgar que se tratava de elfos prateados, ou elfos da lua. Outros dois certamente eram grugach, ou também conhecidos como elfos silvestres. Erzurel pouco sabia sobre eles. E um quinto membro, era uma elfa de pele da cor de bronze. Ele desconhecia aquela etnia, e lhe chamou deveras a atenção, pela sua beleza. Ela parecia ter seus 13 anos, se fosse comparada em corpo e fisionomia com uma humana.

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Da esquerda para a direita: Chi’n nestre, Ruvaen, Naeryndam, Rhespen e Beluar

Cumprindo o que cabia a educação, Aescriel apresentou o seu grupo. Korine explicou que eles eram de uma caravana maior, que foi atacada e sequestrada por trolls. Agora eles queriam de alguma forma a ajuda dos gnomos para conseguir localizar os seus amigos raptados.

Naeryndam, explicou o que se passou com o seu grupo. Eles eram aproximadamente quarenta elfos e seguiam rumo ao Viscondado para fazer comércio. Quando foram atacados no Desfiladeiro da Garra Troll. Erzurel conhecia bem o local. Foi ali que ele encontrou os Cavaleiros do Novo Sol enfrentando uma quantidade perigosamente elevada de trolls e ele, Keira e os Cavaleiros da Rosa liderados por Etibaldo conseguiram ajudar e vencer o assalto troll. Ali foi o primeiro reencontro com seu pai Arziel Graysson em anos. E pensar que aquilo tinha acontecido a aproximadamente um mês.

Keira concluiu que desde aquela época, os trolls atacavam viajantes com o intuito de capturá-los para transformar em escravos ou comida. Mas fosse como fosse, o grupo de elfos iria se juntar à equipe para que, unidos, tentassem salvar seus confrades. Houve ainda uma curta discussão sobre quando seguirem, e foi Erzurel que convenceu Aescriel a seguir a noite ainda daquele dia. Cada hora a menos contava contra os companheiros desaparecidos, e isso foi um argumento forte o bastante para convencer Aescriel.

O Primeiro Ataque

Já era noite quando o grupo encontrou um primeiro sinal consistente de rastros. Reuven, um dos membros do grupo de elfos, identificou uma divisão de um grupo de trolls. Decididos a cobrir uma área maior, o grupo se dividiu em dois. Naeryndam ficou com Erzurel, Aescriel e Keira, e os demais membros dos Litos, seguiriam lateralmente alguns quilômetros afastados.

Algum tempo depois, enquanto Naeryndam observava marcas espalhadas pelo chão e sinalizou para o grupo que houve ali uma divisão para dois lados distintos, Erzurel também observava atento diante da luz invocada por Keira e notou algo não mencionado pelo elfo. Havia ainda uma terceira marca de pés seguindo em uma direção diferente da apontada pelo elfo. Mas antes que pudesse informar aos seus companheiros, trolls surgiram e um ataque começou.

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Confronto contra Trolls

O combate foi intenso e todos combateram com grande sinergia. Erzurel coordenava a movimentação, forçando aqui e ali, os trolls favoreceriam uma posição de benefício para ele e Naeryndam. O elfo por sua vez aproveitava dos flancos quando apareciam e mostrava toda uma habilidade magistral com sua lâmina élfica curva. Erzurel nunca antes tinha visto uma arma branca sendo usada com tamanha letalidade. O elfo sabia exatamente como e onde atacar, e os trolls, ainda que se regenerassem dos danos sofridos, sentiam cada ataque do elfo.

O Terceiro Rastro

09 de Flocos de 592 Ano Comum, primeiras horas da madrugada

Quando o combate terminou a favor dos heróis, todos puderam sentir o cheiro de fumaça no ar da noite, e Erzurel compreendeu para onde as pegadas dos trolls estavam levando – Pedra de Kir.

O grupo chegou em Pedra de Kir a tempo de ver o fogo tomar as coberturas de palha das casas e pontos pela região central da fazenda. Havia trolls por todos os lados, das cavernas e de duas cabeças tais como os enfrentados há algumas horas, mas um em especial chamou a atenção do grupo. Um troll possuía cinco cabeças e claramente dava ordens a outros trolls. Havia corpos e fileiras de gnomos amarrados em cordas. O grupo tentou empreender uma tática para pegar os inimigos de surpresa, mas apenas Naeryndam era versado em furtividade, e foi inevitável o grupo não ser notado.

O confronto que se seguiu foi duro, rápido e sangrento. Naeryndam tombou e quando foi curado por Keira, o grupo inteiro percebeu quando as garras do enorme troll abriu a caixa dos peitos de Erzurel. rasgando armadura, pele, expondo os ossos da caixa torácica e os órgãos. Erzurel tombou sem vida no chão.

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Semelhante como ocorreu há dois meses atrás com Dandelion, agora o fogo consumia Pedra de Kir

Aescriel pensou rápido e deu ordens rápidas.

” – Naerydam e Keira, afastem-se! Esse combate não pode ser vencido!”

O mago líder do grupo olhou o corpo do companheiro moribundo no chão, sacou um pergaminho e conjurou uma magia. O troll de cinco cabeças veio direto contra o conjurador, mas os três ataques do enorme humanoide apenas acertaram imagens de espelho do arcano. Aescriel então leu o pergaminho, e o troll aproveitou da oportunidade para tentar acertá-lo durante a conjuração, mas por sorte o ataque errou o arcano. Aescriel concluiu a leitura do pergaminho. As suas folhas foram sendo incendiadas, a energia do raro pergaminho do nono círculo, foram se transformado em energia e abrindo um portal enorme, com dimensões semelhantes ao tamanho do troll, e o que saiu de dentro dele já veio baforando uma descarga elétrica poderosa contra o troll de cinco cabeças. Um Dragão Azul Enorme surgiu para confrontar os trolls.

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O Troll de Cinco Cabeças

Salve um amigo

Aquele pergaminho lhe havia sido entregue junto com o robe que Aescriel utilizava. Havia sido uma permuta temporária com a antiga Ordem Arcana de Greyhawk, em troca do Cajado do Mago. Um poderoso artefato encontrado por Aescriel em suas aventuras por Verbobonc. Em troca da posse temporária do item, a ordem lhe entregou o pergaminho e o robe do arquimago cinzento, que naturalmente deveriam ser devolvidos (ou substituídos por equivalentes), quando o arcano retornasse para reclamar o artefato.

Fosse poderoso como imaginava, ainda assim o dragão não duraria muito, Aescriel tinha certeza, e por isso, aproveitou o desvio da atenção para o dragão, e foi ao corpo de seu companheiro. Manter o dragão conjurado custava a Aescriel sua concentração, mas ele ainda assim invocou um círculo de invisibilidade, conjurou um disco flutuante de Tenser e saiu dali com seu amigo.

Enquanto saia da vila, o elfo ainda viu dezenas de gnomos e outros viajantes que sobreviveram ao ataque em Kir, sendo levados amarrados para algum lugar. O elfo tratou de tomar o caminho seguido por Keira e Naeryndam, e tempos depois reencontrou a dupla em um bosque próximo. Aescriel olhou para a sacerdotisa em busca da resposta para uma pergunta feita silenciosamente, e para sua consternação, Keira Mertz começou a preparar o corpo de Erzurel Graysson. Aescriel e Naerydan se afastaram, para que a Clériga pudesse invocar os poderes seu deus em paz.

Eles observavam o fogo nas colinas que formava Pedra de Kir. E agora tomaram noção de que o problema dos trolls era muito maior do que eles puderam imaginar. E foi Naerydam que falou:

“- Os trolls dominarão essas Colinas muito em breve. Algo precisa ser feito.”

“- E nós faremos. Ainda devem ter restado remanescentes daqueles que ingenuamente derrotamos esperando estar combatendo um mal, e eles na verdade representavam uma força contrária e natural aos trolls. Precisamos desfazer um erro que cometemos. Não você. Eu e meus companheiros há dois meses atrás. Mas definitivamente precisaremos voltar a Verbobonc, iremos precisar de ajuda.”

A maça tocou a testa de Erzurel. Seu peito fora costurado com cuidado e maestria e a energia prateada ainda remanescia sobre seu corpo parcialmente nu. Foi quando Erzurel abriu os olhos e voltou a respirar.

Continua….

Reflexões de Erzurel

Pensamentos…

Tenho andado numa carroça desgovernada, nestes últimos meses, venho me adaptando, entre encontros e perdas, reencontro e descobertas, mortes e caos. Apesar de nada extraordinário me acontecer, sigo lutando sem compreender ao certo no que estes desdobramentos do acaso vão nos levar. Morri e fui trazido de volta, abençoado sejam as mãos de Keira Mertz, e seu fardo é grande, mas sua generosidade é tão grande quando de a Aescriel que se lançou a me salvar mesmo já estando morto. Em outros tempos eu preguei sua destruição, quando este era um morto vivo abominável vampiro. Hoje trazido novamente a vida, me pergunto:

Qual a diferença entre vida e morte, luz e a escuridão?

Entre pensamentos desencontrados vou me encontrando neste novo e velho cenário pronto para a próxima batalha. Com as graças de St. Culbert e Pelor. Anima corpo! pois és minha morada novamente, espírito meu fortalece-te com os raios de meu saudoso Deus Sol.

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Sobre o Autor: Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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