De volta a Casa | Heróis de Ferro

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Esse é o resumo da partida ocorrida no dia 03.03.18, com os Heróis de Ferro:

Erzurel Graysson (Aharon)
Sandy Benelovoice (Patrick).

Esta é uma história original criada por Bruno de Brito (DM).

O Último grupo a partir

28 de Inverno de 597 Ano Comum

Greyhawk_Letra-T-200x191 Aurora dos Conflitos Greyhawk Pathfinder 2ª Edição odos os demais aliados já tinha seguido seus caminhos. Sandy observou cada um de seus amigos partir e uma incerteza sobre os desafios que se apresentaria para eles martelava em sua cabeça. Havia um aspecto de insegurança misturado com fé.

Antes de tomar rumo, a dupla conversou brevemente acerca de como procederiam em Verbobonc. Gatts havia lhes dado uma importante pista: O Abade Regis De´La Frank. Esta figura política havia contatado o grupo e lhes destinado a missão de resolver a disputa territorial existente entre o Viscondado e o reino gnomo das Colinas Kron. Caberia agora aos Heróis de Ferro resolver esse atrito. Com a certeza de que 3 anos  de conflito, se encaminharia em breve para uma guerra.

Silvertite alçou voo pelos campos que separava a dupla do majestoso Viscondado de Verbobonc, e ao final da manhã alcançaram as primeiras fazendas que antecediam a cidade. O resto do caminho do caminho foi feito a pé, para evitar atrair atenção indesejada. Alcançaram os portões da cidade por volta do inicio da tarde. Com a fome do meio dia, Erzurel fez a Sandy o convite para comerem em um local especial. Fazia tempo que o sacerdote de Pelor não passava por Verbobonc com a pressa de suas inúmeras missões. E ele decidiu que era hora de rever sua família.

– Sandy, conheço um local com refeições de qualidade e que lembram o Sabor de Casa.

A Feira Livre

Surpresa com o brilho que surgiu nos olhos do sacerdote, a paladina sorriu e acenou positivamente. Eles se dirigiram para a região da feira livre de Verbobonc. Ali todo o misto de cheiros, sabores, cores e pessoas se reuniam. Mas um local especial era o objetivo de Erzurel e ele viu.

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A Feira Livre de Verbobonc

No mesmo local em que cresceu, na parede que divisavam as muralhas lestes de Verbobonc estava o Sabor de Casa, um restaurante que nasceu junto com o projeto da feira. Sabor de Casa era um daqueles locais conhecidos por muitos, onde uma refeição saborosa e barata poderia ser apreciada. Suas mesas ao meio dia e final da tarde eram disputadas pelos trabalhadores e viajantes que transitavam pela região. Erzurel ansiava ver sua mãe, e eles entraram no Sabor de Casa, procuraram uma mesa e aguardaram ser servidos. Erzurel olhou para o balcão e um homem liderava a turma que servia as meses. Ele não o conhecia, e foi tirado de suas duvidas por uma jovem que indagou o “casal”.

 

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Eveline Galo, atendente d Sabor de Casa

A jovem possuía um ar alegre, olhos verdes incisivos e uma alegria até contagiante.

Sabor de Casa

– Boa tarde, me chamo Eveline Galo, o que vocês irão querer? Os pratos do dia são:  Porco gratinado na própria gordura  com legumes, Lombo com Verdura e arroz ao vinho e Macarrão com frango frito e ervas. Apenas 5 peças comuns cada, e vocês ganham uma caneca de cevada , vinho ou suco.

E optando pelo lombo e suco de frutas a dupla, relaxou observando o ambiente. Erzurel parecia apreensivo. Sandy falava trivialidades, mas o sacerdote não prestava a mínima atenção. Em seus pensamentos Erzurel, se perguntava quem era aquela bela e simpática jovem. Ela lhe era familiar, mas ele não recordava. Retirado de seus pensamentos pelo estalar de dedos de Sandy, a paladina perguntou:

– Você não ouviu nada do que eu te disse não é?

– Me desculpe Sandy. Minha mãe não está aqui. Esperava encontrá-la por aqui.

E a jovem retornou com pratos e uma jarra. E Enquanto colocava tudo na mesa, Erzurel questionou:

– Minha jovem, onde está a senhora Anabele Graysson?

– Hum, senhora Anabele está adoentada, tem uns 2 meses. O senhor Arbanus (ela apontou), está cuidando do estabelecimento em sua ausência.

– Como assim doente a 2 meses, ninguém está cuidando dela?

– A irmã dela, a senhora Farízia. Os senhores irão querer algo mais?

A Doença do Monólito

Toda a mesa estava posta e Sandy não havia perdido tempo, já estava comendo. Ela  observava curiosa a conversa breve entre Erzurel e a ta da Eveline. A jovem era bonita, ainda que um pouco maltrapilha…

A fome do sacerdote havia se esvaído. Ele mal tocou no lombo ou bebeu do suco. Erzurel aguardava sua companheira concluir sua refeição. Estava ansioso para ver sua mãe e a paladina parecia absorta em sua fome. E como comia! Sandy ainda considerou a possibilidade de pedir um novo prato, mas percebeu a angustia de seu companheiro e deu por encerrada sua refeição.

Pagas as refeições, a dupla se dirigiu para o bairro de Pedra Lisa. Um local muito denso de moradias da maior parte da população daqueles lados de Verbobonc. Para Erzurel refazer aqueles caminhos, era uma viagem em seu passado.

A casa de seus pais, era uma casa bem construída. Apesar de seu único andar, era ampla e possuía uma grande horta em seus fundos. Erzurel recordou que sua mãe adorava cultiva hortaliças. E esses mesmos vegetais eram colocados nas refeições de seu restaurante.

A Estranha Enfermidade

A tia de Erzurel – Farízia os recebeu. E prontamente conduziu o sobrinho até o quarto da mãe. A casa lhe trazia cheiros e lembranças muito agradáveis. Erzurel lembrava claramente de correr por aqueles cômodos quando criança e se brincar com primos e principalmente com seu pai… Como sentia falta daqueles tempos. Tudo havia se tornado mais sério e complexo na maturidade.

O quarto estava com a janela aberta, e uma cortina leve de renda mostrava que o vento transitava por ali. Havia uma penumbra, ainda que poucas horas houvesse passado do meio dia. Os dias de invernos estavam se indo e um frescor de clima mais ameno pairava ali. Deitada em uma cama, a mãe de Erzurel repousava em um sono. A presença dos convidados a fez abrir os olhos, e ao notar o filho que se aproximava, seus olhos se adensaram com lágrimas de saudade.

– Meu filho… Irmã, me diz que não é mais uma das alucinações. Estou vendo meu filho!

– Não minha irmã. Esta é uma visita especial e verdadeira, em nome de Pelor!

Após abraços e breves momento de silêncio, apenas sentindo um o calor do outro, muito mais Erzurel, do que a senhora Anabele. Erzurel indagou o que sua mãe sentia.

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Anabele, Mãe de Erzurel

Sandy havia sentido algo estranho naquele aposento, mas não sabia o que a incomodava.

Febre, dores no corpo, uma fraqueza inexplicável e uma constante sonolência. Esses eram os sintomas que Anabele narrara para o filho. Erzurel vasculhava em pensamentos, mas nenhuma enfermidade possuía aqueles sintomas.

Erzurel também lamentava não ter solicitado aquelas bençãos a Pelor. teria que voltar no dia seguinte e se o sol permitisse, curaria sua mãe.

Um olhar de relance pelo cômodo, trouxe para Erzurel, a mesma melancolia que a paladina havia sentido. E ao cruzar os olhos com a paladina, ambos fizeram uma comunicação sem palavras audíveis. Seus instintos advertia-lhes, algo estava errado ali.

A Cura por Heironeous

E foi o próprio Erzurel que notou, em um canto daquele quarto, sobre a penteadeira de sua mãe. Ali havia um cubo preto como ébano, com uma superfície lisa e tão polida que refletia a luz do ambiente. Aquele objeto emanava a estranha sensação.

O clérigo de Pelor se aproximou do objeto e ainda que sutilmente, pôde sentir sua energia, sua vibração. Neste instante aquele objeto lhe conectou com o seu passado. Com sua consagração como sacerdote de Pelor – O monólito. Aquele cubo era feito do mesmo material que o Monólito de Pelor. Não era possível!

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Parado na penteadeira, lá estava ele – o cubo

Uma enxurrada de perguntas veio a mente do sacerdote. Como aquele objeto havia ido parar ali; Como era possível uma parte do monólito estar emanando aquela estranha energia; Haveria alguma ligação entre seu pai e aquele objeto; Aquilo estaria ligado a condição de sua mãe?

Erzurel se virou, e para sua tia, bem como sua mãe, compartilhou parte de suas dúvidas. E a medida que as respostas foram vindo, ele soube:

  1. Aquele era um fragmento do Monólito de Pelor;
  2. O objeto havia sido trazido para sua casa por seu pai, após sua destruição…
  3. Desde que houvera sido trazido para sua casa, sua mãe tem apresentado os sintomas da doença que a está acometendo agora.

Com as respostas, Sandy percebeu que o sacerdote de Pelor, agora estava com muitas outras dúvidas na mente. O que quer tenha sido esse Monólito, ele era importante para Erzurel, isso era visível em sua reação quando sua mãe contou-lhes que o mesmo foi destruído. E decidida a ajudar seu amigo, ela se aproximou de Anabele.

– Senhora, permita que o toque de Heironeous lhe cure. Ele, tanto quanto Pelor, é temente aos bons e justos. Receba agora a unção do senhor dos Cavaleiros!

E com um intenso brilho branco azulado, Sandy curou a doença que acometia a mãe de seu companheiro.

Jornada ao Monólito

Sandy e Erzurel, saíram da casa. A mãe do clérigo agora repousava tranquilamente, não havia mais febre. A paladina mais uma vez havia lhe provado ser mais que uma companheira, lhes era leal, lhes era uma amiga verdadeira. O sacerdote de Pelor, prometeu retornar no dia seguinte para ver o estado de saúde de sua mãe. Outra coisa que ele fez, foi a remoção sem tocar no cubo, do local. O artefato com cerca de 3kg agora envolto em um tecido, estava guardado em sua mochila.

Erzurel precisava de mais respostas. O que havia ocorrido ao Monólito para causar-lhes a destruição. Ele precisava ir até o local e indagar o bispo Joachin. Sua igreja ficava próxima do local do Monólito. O bispo houvera sido o mais importante tutor de Erzurel durante seus anos de treinamento para o sacerdócio.

Sandy apenas houvia o sacerdote. Este lhes contava o que sabia do monumento e como ele era importante para o clero de Pelor daquelas redondezas. Ele existia há quase 800 anos. É um marco de luz para todos os sacerdotes. Seu negrume espelhado reflete todas as energias. Se você passa energias boas para ele, receberá. O mesmo ocorria quando os ímpios lhes transmitia energias ruins. Estes recebiam maus agouros e má sorte. Ainda que tudo isso fizesse parte de um folclore, aparentemente, Sandy percebeu que o sacerdote falava com muita fé.

E lá estava o local onde outrora ele ficava.

Outrora Monólito

Não havia mais o Monólito, em seu local uma pedra marcava sua localização. Algumas velas e fitas douradas sinalizava que ali era um local de fé, uma área sagrada.

Em sua memória, Erzurel se lembrou quando viu o monumento pela primeira vez. Com cerca de 2 metros de altura e 50 centímetros de espessura, ele era belo. Como havia sido destruído, quem faria tamanha maldade, e por quê?

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Memória de Erzurel do  secular Monólito de Pelor

Sandy percebia o lamento de seu companheiro e incentivou-o a seguirem ao templo. Lá eles conseguiriam algumas respostas, em nome do próprio Pelor. E assim o fizeram.

Não tardou a dupla chegou às portas da igreja de Pelor. O templo se localizava dentro do terreno onde fica a famosa Academia de Armas e Magias Tolariana. Uma área bastante arborizada e bem preservada nos limites a oeste de Verbobonc.

Um homem gordo e de certa idade abriu uma das portas e os olhares de familiaridade logo foi resumida em um forte abraço entre Erzurel e o homem.

O Templo – A Flor do Sol

Aquele era o bispo Joachim von Gratz Sacerdote de Pelor. Homem responsável pela orientação religiosa de Erzurel e de muitos outros sacerdotes que por aquele templo passaram. Com cerca de seus quase 60 invernos, o sacerdote houvera visto muitas coisas, era um testemunho vivo da história local.

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Joachim von Gratz Sacerdote de Pelor, outrora professor de Erzurel

Erzurel e Sandy notaram certa palidez no velho e olheiras de quem tem tido noites de sono difícil.

– Professor, o senhor está bem?

– Estou meu caro Erzurel, fora um gripe que teima em querer me deixar na cama o dia inteiro. Luto contra o sono constante que a idade vem me cobrando…

Sentados de frente para a nave sacra, Erzurel e Sandy perceberam os mesmos sintomas que Anabele, possuía. Joachim estava sofrendo do mesmo mal.

– Padre, por favor, me diga, há aqui algum dos cubos do outrora Monólito de Pelor?

Sem delongas Erzurel, olhava em todo o entorno a procura do cubo de ébano. E ao mesmo tempo que ouvia a resposta afirmativa de Joachim, Sandy localizou o objeto. Apontado para o centro da nave de orações, um cubo repousava em meio a flores, incensos e velas.

– Padre Joachim, o quê aquele objeto faz no centro da nave?

Uma tosse interrompeu a pergunta de Erzurel. Um jovem homem parecia limpar o local.

Voltando ao seu professor, Sandy e Erzurel ouviram a história.

A Destruição do Monólito

– Há cerca de 3 anos, quando as disputas entre as Colinas Kron e Verbobonc eclodiu em pequenos conflitos. Os pequeninos desenvolveram uma arma de cerco poderosa. E esta lançou sobre o lado oeste de Verbobonc imensas esferas ferro com espinhos. Uma dessas enormes bolas de ferro atingiram em cheio o Monólito. Este não resistindo ao impacto se quebrou em inúmeros pedaços. Mas o que foi mais curioso é que ao invés de partes assimétricas, o cubo se quebrou em quadrados equiláteros. Todos perfeitos, um total de 100 cubos.

Eu, alguns crentes que estavam no culto pedindo proteção e os Cavaleiros do Novo Sol que  estavam presentes testemunhamos tudo. Recolhemos o máximo de cubos que restaram e como um símbolo de proteção levamos um “pedaço” daquela relíquia para nossas casas.

Acreditamos que ele nos protege. Com sua luz.

E foi Sandy que falou:

– Sinto-lhes dizer, meu nobre padre, mas de algum modo que ainda não sabemos. Os cubos estão sendo responsáveis por contaminar as pessoas com uma doença, que atualmente lhe acomete e certamente aos seus funcionários. O cubo precisa ser removido…

Neste momento Joachim teve uma crise forte de tosse, e mesmo sob os cuidados de Erzurel e da paladina, o velho sacerdote perdeu os sentidos. O velho padre estava conseguindo dissimular bem sua condição de saúde para a dupla, mas chegou até o seu limite.

Regis De´La Frank

Sandy e Erzurel levaram o padre até o seu quarto. A paladina não possuía mais as bençãos mágicas de Heironeous naquele dia para repetir o feito produzido em Anabele. O padre teria que aguentar até o novo dia.

Erzurel removeu o cubo do local onde estava e colocou junto com o outro em sua mochila. O peso ficou evidente para o sacerdote e Sandy dividiu a carga. Eles saíram do templo deixando o velho sacerdote sob os cuidados de seus tementes funcionários.

Decididos a aproveitar o resto do dia decidiram ir até a casa do Abade Regis. Não havia mais muito o que pudesse fazer naquele momento a respeito dos cubos. Erzurel teorizava que talvez o monólito pudesse ser refeito a partir de todas as suas partes… Sandy notava que o sacerdote pensava sobre todos aquelas pistas. Ela deixaria Erzurel em seus pensamentos. Era hora de começarem a cumprir o plano definido por Gatts.

Aquele conflito entre Verbobonc e o reino gnomo de Kron, já tinha chegado longe demais.

A paladina não sabia, mas estava enganada…

Continua na próxima sessão!

PONTOS DE EXPERIÊNCIA

Patrick e Aharom, as interpretações de vocês foram primorosas, com fortes elementos de humanidade e naturalidade. Os seus personagens passaram por maus bocados em sua última aventura e esta tarde em Verbobonc lhes trouxe um tom de recomeço “tranquilo”. Sandy adicione 50 x Nível Pontos de Experiência e Erzurel 75 x Nível.

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Sobre o Autor: Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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