Prosseguindo a série das classes híbridas, o Skald entra em cena. Ocupando o nicho do bardo guerreiro, a classe nos apresenta um conjurador habilidoso no enfrentamento direto do inimigo que também atua como curandeiro e escolástico fora do combate. O Skald icônico apareceu pela primeira em julho de 2014 no artigo “Meet the Iconics: Hakon” publicado no blog da Paizo. Texto original de Erik Mona.
Tradução: Caio Moraes
Publicação: Sandro Moraes
Alinhamento: Neutro e Bom
Raça/Espécie: Humano (Ulfen)
Classe: Skald
Gênero: Masculino
Naturalidade: Terras dos Reis Linnorm
Divindade: Desna
Altura: 1,91 m
Peso: 96 kg
Cabelos: Loiros
Olhos: Verdes
Pele: Branca
Além do Arquipélago Liga de Ferro, do outro lado do Mar Fumegante, jaz a Baía Quebrada, paraíso de patifes, saqueadores, degoladores e assassinos nas mais sangrentas tradições vikings das Terras dos Reis Linnorme. Quando jovem, Hakon esperou pacientemente a chegada da maioridade para se juntar às incursões sazonais de seus compatriotas para o sul, absorvendo ansiosamente as histórias de terras distantes que eles traziam junto com o saque. Os saqueadores orgulhosos se vangloriavam de batalhas desesperadas no mar, de tempestades incessantes, de monstros marinhos e de cidades estrangeiras envoltas em cortinas de chamas cascateantes. Hakon guardou estas estórias na memória, adicionando seus próprios floreios para criar uma tradição oral para o seu povo – prometendo um dia garantir um lugar para si mesmo nela.
A chave para a mitologia juvenil de Hakon foi Hrolf Harfargr, um dos poucos huscarls honrados da Baía Quebrada do Rei Ingmundr, o Insubmisso. O relato de Hakon da vitória de Harfargr sobre o troll do gelo Garrageada se tornou um fenômeno no assentamento-capital de Bildt, da Baía. Outros skalds tentaram superar a narrativa de Hakon, adicionando feitos ainda mais fantásticos à estória, aumentando a reputação de Hakon e sua influência. Todavia, mesmo tais enfeites não impedem o reconhecimento da narrativa original como tão de Hakon quanto de Hrolf Harfargr, e o jovem contador de histórias se tornou uma celebridade menor na Baía Quebrada. Quando ele completou 15 anos no fim daquele ano, Harfargr o reclamou para a sua tripulação e o nomeou seu cronista pessoal e proclamador de sua lenda.
Hakon compôs poemas épicos sobre o encontro de Hrolf Harfargr com o dragão da salmoura Kelizar, sua vitória esmagadora no mar sobre Styrbjorn Três-Dedos e seu romance com sua maior rival, a heroína viking Estrid, a Branca. Hakon esteve ao lado dos dois amantes quando Harfargr e seus homens uniram forças com Estrid na lendária investida através de um bloqueio chelixe no Arco de Aroden, para aportar na distante cidade de Absalom no coração do Mar Interior. Nesta jornada que levou meses, Hakon registrou as estórias de heróis como Estrid, a Branca; Runewulf, o Descrente, Molgard Palmespada e os gêmeos Bolgi e Bjarni, algozes do lobo invernal Kuldnir.
Para manter vívidas as memórias em sua mente, Hakon bordou representações das estórias na forma de emblemas de tecido costurados ao longo da bainha da sua longa túnica. Passando de emblema para emblema, Hakon avultou a lenda de seus companheiros de navio, que o fitavam em excitação a cada conto seu. Os sorrisos e encorajamento dos heróis atingiu Hakon em seu coração, porém o que deveria ter sido orgulho foi substituído por vergonha e arrependimento. Pois Hrolf Harfargr tencionava que seu skald pessoal sobrevivesse para contar sua lenda, e assim mantinha Hakon o mais longe do perigo quanto possível. Ao longo dos anos do seu tempo a serviço de Estrid, a Branca, Hakon observava os grandes feitos de heróis triunfando sobre inimigos uma vez após a outra, mas sempre como uma testemunha e nunca como o participante que ele tanto gostaria de ser.
Após retornarem às Terras dos Reis Linnorme vindos da extensa expedição a Absalom, Estrid, a Branca e Hrolf Harfargr tiveram uma altercação que separou Hakon do bando de heróis que tanto inspirou a sua imaginação. Enquanto Estrid e sua tripulação avançaram para derrotar um dragão linnorm e reclamar o reino de Halgrim, Hakon seguiu Hrolf Harfargr de volta à Baía Quebrada. Ao longo dos próximos anos, Hakon testemunhou a lenda de Harfargr minguar. O Rei Ingimundr o combaliu abertamente e instigou o lorde decadente a lançar um ataque sobre si. A humilhação final sentenciou Harfargr a servir na tripulação do dracar capitaneado por um rancoroso viking chamado Girt Urdiurso, um odiado inimigo. Pior: o rei ordenou que Harfargr fosse ao mar sem o seu cronista oficial e arquivista de seus feitos lendários. Em vez disso, Ingimundr designou o irmão mais novo de Hakon, Ostog, para tomar o seu lugar nos remos.
Hrolf Harfargr, Ostog e os antigos companheiros de Hakon, Bolgi e Bjarni, zarparam no navio de Girt Urdiurso em meio a uma enorme armada de saqueadores com olhos famintos por sobre as ricas terras do sul distante. Eles nunca retornaram à Baía Quebrada, mas logo chegaram até Hakon as estórias de um motim no qual Hrolf Harfargr e seus aliados intentaram tomar o navio de seu cruel capitão. Seu heroísmo foi recompensado com golpes de espada e águias-de-sangue. O vitorioso Urdiurso lançou ao mar seus inimigos derrotados, alimento para as aves marinhas e vorazes bestas das profundezas.
Outras estórias também voltaram a Bildt, todavia. Contos de um jovem e impetuoso guerreiro chamado Ostog, o Intrucidado, um sobrevivente de uma traição no mar que de alguma forma conseguiu emergir no litoral da cidade varisiana de Pontareia e que imediatamente começou a criar sua própria lenda. Hakon tinha que saber se as estórias dos distantes feitos de Ostog eram verdadeiros, e então ele partiu em um navio próprio numa tentativa de se reunir com o seu irmão. Ele chegou apenas para descobrir que Ostog já havia partido, deixando para trás os corpos mutilados de monstros hediondos e de homens cruéis. Hakon começou a trabalhar numa nova série de emblemas para sua túnica em Pontareia – a Saga de Ostog, o Intrucidado.
Hakon e um grupo de companheiros seguiu Ostog por todo o caminho descendo a costa oeste de Avistan, traçando os passos do seu irmão a partir do sangue úmido dos inimigos esquartejados pelo jovem bárbaro. Suas viagens o levaram até os mais profundos desertos de Osirion, de volta à Absalom e a uma dúzia de portos no caminho. Embora Hakon ainda não tenha se encontrado com Ostog, a jornada do skald rendeu sua própria porção de renome. Em Nisroch ele aniquilou o druida sombrio Roverud. Seus machados gêmeos – Quilha de Hagrum e Esquartejador – exterminaram o gigante do pântano Fogulnur, conferindo a Hakon o lendário Chifre de Valenhall, um artefato místico que ele só compreende parcialmente. Narrativas destas vitórias enchem seus companheiros com um espírito de batalha incomparável e de argúcia em combate, consolidando ainda mais a crescente lenda de Hakon. Agora os emblemas das façanhas de Hakon estão ao lado daquelas pertencentes aos verdadeiros heróis da Baía Quebrada, mas o skald sabe que sua jornada deve continuar até que seus feitos refuljam como os de Hrolf Harfargr, Estrid, a Branca, e Ostog, o Intrucidado. Apenas assim a Saga de Hakon estará completa, incitando aqueles que o sucederem a feitos de bravura e lenda ainda maiores.