Greyhawk

Keristen e Oxenfurt – Duas cidades em uma

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Esse é o resumo da sessão ocorrida no dia 16.02.19. Os aventureiros da Ordem: Aescriel, Kalin, Lester e Rathnar finalmente chegam a Keristen e impressionam com a beleza e movimento da cidade que é atualmente a principal fonte de conhecimento de toda Furyondy.

Jogadores:

Marcelo Guimarães – Aescriel;
Bruno Freitas – Rathnar;
Bruno SimõesKalin;
Lester ou Fester?! – PdM.

Esse é um artigo original escrito por Bruno de Brito e revisado por Bruno Simões.

Uma curiosidade notada por Marcelo, foi o fato da mesa estar sendo composta por 3 “Brunos”…

A Cidade do Saber e dos Piratas

10 de Preparos de 597CY

escriel conhecia um pouco sobre aquela cidade, mas era Kalin que sabia mais a respeito, e falou para os seus companheiros:

A cidade de Keristen é famosa pelo fato de que seu território é quase completamente tomado pelo campus da universidade, cercada por um anel de muros. Além deste anel, havia um segundo: o enorme, barulhento, ofegante, agitado e ruidoso anel da colorida cidadezinha de madeira com ruelas apertadas e telhados pontudos. Uma cidadezinha que vive da Academia, seus estudantes, professores, pesquisadores e convidados; que vivia de educação e conhecimento, de tudo aquilo que acompanha o processo do aprendizado. Pois era das sobras dos fragmentos da teoria que provinham a prática, os negócios e o lucro da pequena Oxenfurt, a universidade mantida e patrocinada por Furyondy.

Kalin e seu grupo caminham lentamente por uma apinhada ruela lamacenta, passando por oficinas, ateliês, barracas e lojas que, graças à Academia, fabricavam e vendiam milhares de mercadorias e maravilhas inalcançáveis em outras partes do mundo, onde sua produção era considerada impossível ou sem utilidade prática. Passavam por estalagens, albergues, quiosques, tendas e tabuleiros sobre tripés, dos quais emanavam deliciosos aromas de iguarias não existentes nos demais recantos do mundo, preparadas de formas ignoradas em outros lugares e temperadas com condimentos não conhecidos ou não usados por ninguém mais. Assim era Keristen, a colorida, alegre e buliçosa cidadezinha de coisas milagrosas, na qual pessoas espertas e cheias de iniciativa sabiam transformar a seca e inútil teoria pescada aos poucos da universidade. Oxenfurt era, também, uma cidade de diversões, de festivais constantes, feriados permanentes e folguedos incessantes. Durante o dia, as ruelas ecoavam com o som de músicas, cantos e cálices e canecos batendo uns contra os outros, já que nada aumenta mais a sede do que o processo de absorção do conhecimento. Apesar de o reitor ter proibido alunos e mestres de consumir álcool antes do pôr do sol, bebia-se tanto de dia como de noite, pois, se há algo que pode aumentar mais a sede do que o processo de absorção do conhecimento, esse algo é uma proibição total ou parcial.

Insix estalou a língua para seu baio castrado e seguiu adiante, forçando passagem através da multidão que ocupava as ruas. Bufarinheiros, vendedoras ambulantes, camelôs de todas as espécies ofereciam seus produtos e serviços em altos brados, potencializando a barulheira reinante em volta. Finalmente seu contato havia chegado e se fossem certas as histórias que ouviu acerca da fama que o precedia, finalmente ela poderia colocar seu plano em ação. Sinalizou para a Espada de Dol Angra, grupo formado por parte de sua tripulação e seguiu por uma estrada diferente, rumo a estalagem Papagaio de Pirata. Em breve, eles viriam ao seu encontro.

Keristen, a cidade do conhecimento de Furyondy

Estalagem – Velho Chifre

Os aventureiros estavam impressionados com as cores, cheiros e quantidade de pessoas transitando para cima e para baixo, e foi justamente o cheiro de comida bem temperada que chegou às narinas dos heróis e eles se deram conta da fome de meio dia. Notaram no alto de um estabelecimento o nome ” Estalagem Velho Chifre”, e foram para lá. Apesar de ser meio de semana, no interior da estalagem parecia já ser um dia de folga de trabalhos e estudos. O estabelecimento estava cheio, mas com mesas disponíveis e foi em uma dessas que eles se sentaram.

A alegria irradiava dentro da Velho Chifre

Aescriel observava a todos em busca de sinais que lhes pudessem ser úteis em encontrar quem quer que fosse Insix e sabia que por meios mundanos não teria êxito. Pediu licença aos companheiros e se dirigiu a um banheiro. Kalin teve sua atenção direcionada ao que parecia um grande mural na parede oeste. Lá diversos papeis denotavam algum tipo de demanda. Uma jovem se aproximou e indagou o que eles iriam querer para comer. Pedidos de comida e bebidas foram feitos.

Uma vez no banheiro, Aescriel verificou se estava sozinho e invocou uma de suas magias. Através daquele encanto ele sondaria extrasensorialmente os pensamentos de quem estivesse próximo e caso o nome “Insix” fosse mencionado, ele poderia saber.

Aescriel retornou a mesa e Lester começou a falar sobre trivialidades. Kalin estava olhando o mural de mensagens. Era um grande portal de serviços, trabalhos, missões e oferta de produtos localizados em outras localizações de Keristen.

Mural de Avisos da Velho Chifre
  1. Precisa-se de um grupo de profissionais para buscar 10kg de Erva Chia, Floresta Gnarley. Tratar com o Alquimista Wendy;
  2. Precisa-se de guarda costas para segurança do Banco de Milhotim (1 Rama por Semana);
  3. Desaparecido, procura-se Andres Mondati – Informações relevantes 15 sheridans, Localização: 20 Ramas;
  4. Precisa-se de bravos aventureiros para reforçar a segurança do barco Willip Fortress, viagem de ida e volta a ilha de Sentry Luminosa;
Denotando uma jovem imberbe, o cartas faz menção a uma pirata de nome Insix

Informações

A pessoa que havia pensando no nome “Insix”, Aescriel notou que foi Kalin. Ele estava voltando após averiguar um extenso mural de avisos. E logo após sentar-se disse:

“- A mulher que procuramos é uma fora da lei. Há uma recompensa de 30.000 moedas de ouro. O que quer que essa mulher tenha feito, foi deveras grave. Outra coisa me chamou a atenção e pode ser um ponto de partida. Há um serviço que pode nos colocar no caminho desta pirata. Existe uma embarcação partindo para uma ilha do Nyr Dyv, e podemos obter informações com eles sobre essa mulher.”

Lester: “- Não sei sacerdote. Estaríamos nos colocando a mercê das circunstâncias para encontrar essa mulher.”

Rathnar “- Vou tentar obter alguma informação com o estalajadeiro.”

E foi o que ele fez.

O homem calvo e com poucos cabelos já grisalhos na cabeça notou a aproximação de Rathnar e questionou que bebida o elfo iria querer. Rathnar indagou o homem sobre o serviço na ilha Sentry Luminosa mencionada em um cartaz no mural. Rudolf, o estalajadeiro, deu-lhe os detalhes:

“- Meu caro elfo, você deve procurar Artaud Terranova, ele é o dono e capitão da Willip Fortress, uma das naus de guerra mais famosas de Keristen. Você o encontrará na estalagem Papagaio de Pirata. Mas vale uma advertência: Cuidado ao andar por aqueles prados”.

” – E sobre Insix, o que o senhor sabe?”

“- É uma fora da lei, e se eu fosse o senhor, não me meteria neste assunto”.

Rathnar agradeceu os conselhos e informações e se retirou rumo a sua mesa, onde a comida estava sendo colocada à disposição dos heróis. O estalajadeiro olhou o elfo enfezado após este sair sem deixar qualquer recompensa pelas informações prestadas e bufando voltou aos seus afazeres.

Beco sem Saída

Aescriel sentiu novamente que o nome “Insix” havia sido mencionado novamente e quando notou que foi em Rathnar, imaginou que o elfo estava tentando obter informações. Os aventureiros comeram e apreciaram a deliciosa comida do Velho Chifre. Mas não deixaram de confabular os próximos passos.

Ao fim, Rathnar decidiu que tentaria obter mais informações com o estalajadeiro, ainda que tenha sido aconselhado por Kalin a não fazê-lo. Alguma coisa, segundo o clérigo, lhe dizia que o grupo deveria ter mais reserva. Mas mesmo assim o elfo paladino tentou.

Rudolf se mostrou muito menos solicito que da primeira vez. E Rathnar não obteve qualquer informação.

Os aventureiros pagaram pela comida e bebida e decidiram ir na estalagem Papagaio de Pirata, ter com o capitão Artaud Terranova.

Os aventureiros aproveitaram a caminhada para fazer digestão e aproveitar para contemplar a vista do portinho pelo qual passavam. O céu estava claro e azul, sem qualquer sinal do inverno que ficou para trás no mês passado. A água era de um verde transparente e cristalino e a luz do sol dava brilho as pedras alvas daquela região.

Rathnar foi o primeiro a notar que naquela área não havia o trânsito das pessoas e ficou alerta.

O grupo viu quando três figuras se aproximaram vindo pela rua oposta e liderado por uma mulher com pouco mais de 20 anos falou para o grupo: “- Vocês andam fazendo perguntas inapropriadas na estalagem. Para forasteiros, vocês estão muito desavisados sobre os perigos e riscos que podem estar correndo aqui em Keristen…”

O Trio de Dol Angra

A Espada de Dol Angra

Dispostos a frente de Lester, Rathnar, Kalin e Aescriel estavam três figuras, distando cerca de 10 metros do grupo. Uma jovem, um meio orc e um meio elfo. E foi Rathnar que falou em retorno:

“- Precisamos falar com Insix, você pode nos ajudar? Somos forasteiros sim, mas não temos qualquer má intenção com ela. Onde podemos encontrá-la?”

“- Insix não é “encontrada”, é ela que encontra quem queira falar com ela e se vocês querem mesmo ter uma reunião com ela, devem se identificar primeiro.”

E Kalin disse: “- Como dito pelo meu amigo alto elfo, somos aventureiros e recebemos a indicação de procurar por esta mulher. Infelizmente o teor de nossa missão demanda reserva e tange exclusivamente a ela. Pode nos ajudar?”

“- Não até que cada um de vocês se identifiquem.”

E Aescriel respondeu: “- Eu sou Aescriel Saliezur, ao meu lado o halfling Lester Winchester, o alto elfo é Rathnar Selfanar e ali é Kalin Orochi. Isso basta para você?”

O encontro no portinho

“- Sim.” E para surpresa dos aventureiros ela deu as costas e começou a se afastar do quarteto. Rathnar falou: “- E então pode nos ajudar?”

“- Sigam o caminho de vocês para a Papagaio de Pirata.”

E foi o que os heróis fizeram.

A Papagaio de Pirata

A estalagem ficava situada em uma colina já na orla externa da cidade. Abaixo da colina um porto se abria com centenas de barquinhos e embarcações grandes se atulhavam em meio a um porto antigo. Aninhada no alto da colina, colada com outras construções estava a estalagem. Pessoas entravam e saiam do estabelecimento e todas de um aspecto m ais simples e cotidiano.

Os heróis desceram por uma escada larga, com cerca de 3m de largura e cerca de 25 metros de extensão até um tipo de porão. Era lá de onde provinha a música, o cheiro e a confusão típica de uma estalagem como aquele tipo. Em uma parede, 3 janelas davam uma bela vista para o porto avistado do lado de fora e era a única fonte de ventilação.

Estalagem – Papagaio de Pirata

Em uma mesa, estava lá a garota que conversou com o grupo no portinho. A comitiva se dirigiu à sua mesa e notou de pé os outros dois homens (o meio-orc e o meio-elfo) estavam alertas a todo movimento da estalagem.

“- Sente-se. Logo minha mãe virá ao encontro de vocês.”

Kalin: “- Como você se chama, quem são vocês?”

“- Eu me chamo Renfri, o meio-orc, chama-se Mordrec e o meio-elfo – Lugos, somos parte da tripulação do Dol Angra, a nau de minha mãe. Sentem-se, bebam conosco. Fiquem atentos aos seus bolsos…”

Cientes do alerta dado pela garota, o grupo se sentou, atento a eventuais batedores de carteira que um lugar como aquele poderia ter. E Rathnar disse: “- Onde está sua mãe?”

E apontando para uma área da estalagem eles notaram, em um canto mais deserto do estabelecimento, uma mesa onde sentado estava um meio-orc e um homem bem vestido, certamente capitão de alguma embarcação, dado o seu jeitos e chapéu característico. Enquanto uma operação ocorria, Renfri dizia: “- O capitão que vocês veem, é Artaud Terranova, senhor da nau de guerra Willip Fortress, e aquele outro… é um membro da Guilda de Rakdos.”

O homem entregava um saco de moedas ao meio-orc, enquanto este lhe passava um pergaminho… Mais atrás, próxima a uma escada, estava uma mulher olhando para o grupo e ao mesmo tempo, atenta a operação que ocorria entre Artaud e o meio-orc. E Renfri, continuou: “- Aquela, é a minha mãe.”

A negociação

Aescriel, Rathnar, Kalin e Lester não sabiam, mas começava ali uma grande aventura e eles não faziam ideia de que teriam que assaltar junto com o Dol Angra, a Willip Fortress em pleno Lago cuja as profundezas são desconhecidas.

Continua…

Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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