O Ataque a Hidra | Heróis do Trono

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Esse é o resumo da eletrizante missão dos heróis do trono para encontrar vestígios de Pyrus e o paradeiro de Thrommel. Sandy, Gatts, Eophain e Dustran trabalham com grande sinergia para enfrentar esse desafio.

Jogadores participantes:

Fabrício Nobre (Eophain)
Diogo Coelho (Gatts)
Patrick Nascimento (Sandy)

Essa é uma história original de Bruno de Brito (DM).

O Plano dos Heróis

09 de Preparos do ano de 597CY

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ophain ouvia o plano que estava nascendo e ponderava sobre suas falhas e brechas. Havia uma dose significativa de risco, chances razoáveis de morte, perturbáveis probabilidades de falha, mas no fim, ele acreditava que era o melhor a ser feito. O plano era simples, ainda que nada em sua execução tivesse qualquer faceta de “facilidade”.

Gatts seguiria pela falésia da colina até a sua outra extremidade a direita, enquanto o trio, composto por Sandy, Eophain e Dustran, percorreriam o lado esquerdo, acessando a colina por uma ladeira pouco íngreme. Ambos os times distariam um do outro a perigosos 60 metros e estariam incomunicáveis. Ao trio da esquerda, caberia a tarefa de a qualquer custo atrair a atenção dos wyverns e da hidra para longe da “dispensa”, local onde estavam Dikstra e Thrommel. Uma vez que isso ocorresse, Gatts do outro lado (mais próximo) subiria voando até o topo da colina no exato local onde estava a hidra originalmente e onde o príncipe estava também. Ele se encarregaria de pegar o príncipe, a meio-orc e se afastar do ninho a maior velocidade possível.

Uma vez que isto tivesse feito, Sandy, Eophain e Dustran, recuariam também a toda velocidade, evitando qualquer possibilidade de confronto direto com a Mãe dos Wyverns, uma hidra de cinco cabeças e 3 ferrões.

O resumo da aventura poderia acabar exatamente aqui. Uma vez que foi precisamente o que ocorreu, porém com algumas variáveis imprevistas que justificam continuarmos a narrativa…

Execução Perigosa

O grupo se dividiu quase com a mesma taxa de deslocamento, mas após cerca de 20 metros Gatts manifestou a habilidade mágica de sua bota e alçou voo até os limites da faixa que recortava a colina abruptamente. De acordo com o que Dustran lhe dissera, ele deveria seguir até o fim do trecho onde terminaria abruptamente em um paredão. Daquele ponto ele deveria subir. A altura do ponto final chegava aos seus 40 metros.

O trio da esquerda alcançou a rampa de acesso ao platô da colina e Eophain foi primeiro a subir em disparada. Ao final da caminhada ele sabia que encontraria um wyvern, pois já conseguia ver a silhueta de uma criatura. No caminho todos ministraram poções mágicas de fortalecimento e antes que o kensai pudesse alcançar seu inimigo, duas flechas passaram ao alto em direção a besta mágica, atingindo o wyvern com precisão.

Quando Eophain chegou ao topo, logo atrás sentiu a proximidade de Sandy, o wyvern que se encontrava preparado avançou contra o kensai. Que pela primeira vez recebeu uma investida daquelas criaturas, mas suas habilidades de combate o favoreceram e ele conseguiu evitar parte da carga.

A derrota do primeiro wyvern veio rápida com as lâminas combinadas dos dois guerreiros, Sandy e Eophain. Com o wyvern derrotado, Dustran passou pelos dois companheiros e se posicionou a cerca de 15m de outro wyvern que recebeu suas flechas. A besta guinchou de fúria, e não muito longe dali a hidra notou o ataque ao seu ninho e todas as 5 cabeças gritaram ameaçadoramente.

O Confronto inevitável

Gatts subiu cinco metros e focou sua audição nos gritos das criaturas, mas com a cacofonia produzida foi difícil para ele entender o que estava sucedendo e manteve sua posição. Para garantir melhor proteção ele conjurou sobre si, a magia invisibilidade e esperou.

Sandy e Eophain surgiram ainda distantes dos wyverns e da hidra gritando em retorno a ameaça selvagem das criaturas. E ao mesmo tempo que a hidra iniciou seu avanço, dois wyverns a acompanharam. Mais atrás Sandy ouviu quando o wyvern que recebeu as flechas de Dustran veio com carga sobre o patrulheiro e ambos rolaram pelo chão. Isso aconteceu ao mesmo tempo que a paladina notou que Eophain estava muito a frente e distante dela, e ela gritou para o kensai: “- Eophain recue um pouco, precisamos estar bem próximos.” O kensai balançou a cabeça afirmativa e fez conforme pedido pela paladina.

Logo após o movimento do guerreiro furyondês, os inimigos chegaram. Contra Eophain e Sandy um wyvern em cada e no meio a enorme hidra. O guerreiro observava em sua pele as placas de pedra, e pensava consigo: “Espero que essa magia que Gatts invocou sobre mim absorva o que está por vir, esse combate será tenso”.

Complicações

Sandy olhou para trás e viu que Dustran estava em maus lençóis, os ataques do wyvern haviam sido violentos contra o patrulheiro e aquelas bestas representavam para o baklunita um grande desafio, ela tinha notado que ele precisava de ajuda. Mesmo assim a paladina sopesou a situação e com um passo de ajuste, já se encontrava próxima o suficiente para atacar a besta mágica que lutava contra Dustran. A paladina atacou com tudo, e ainda que seus ataques atingem precisamente o monstro em todas as investida, os danos causados não foram suficientes para superar a vitalidade do wyvern opositor.

Eophain notou o recuo de Sandy, mas percebeu que de fato o patrulheiro estava sendo solapado pelo wyvern. Ele segurou firme sua espada larga obra prima e calculou como combateria. Ele sabia que precisaria derrotar primeiro os wyverns laterais à hidra e depois investir contra ela. E foi o que fez. Em sua primeira dança de lâminas viu a asa de um ser arrancada, com um novo ataque no pescoço, lacerou a criatura quase totalmente e o ataque extra por conta da velocidade invadiu o peitoral da criatura. Ela tombou sem qualquer chance de resistir aos danos sofridos.

Dustran perdeu os sentidos no ataques do seu wyvern e Sandy viu que ainda que estivesse vivo, o patrulheiro estava severamente ferido, entretanto com os inimigos já em cima de Eophain, havia problemas maiores sobre todos os heróis, principalmente a hidra!

Lembrança do Dragão

A hidra avançou com os seus ataques sobre Eophain, logo que o kensai abateu o primeiro dos dois wyverns que chegaram junto com ela. E ainda que sua capa do deslocamento ofuscasse as chances da senhora do ninho atingi-lo, era uma chance e alguns ataques ela errou e em outros o acertou. Eophain percebeu o valor da Pele Rochosa conjurada por Gatts. A camada de pedra absorvia cerca de metade dos danos que cada cabeça produzia no kensai, e não obstante, quando achou que a saraivada de ataques havia findado, vieram os perigosos ataques dos 3 ferrões.

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O Confronto contra a Hidra

Entre ataques bem-sucedidos e falhos, seja pela proteção da armadura de mithral de Eophain, seja pelo poder de sua capa do deslocamento, a hidra atacava com uma selvageria ensandecida. E Eophain entendeu o motivo, cada wyvern morto, parecia feri-la diretamente, a dor obviamente era emocional, mas certamente aumentava cada vez mais a selvageria dos ataques do monstro de cinco cabeças.

Ignorando o risco a que o Patrulheiro estava exposto, Sandy somou-se a frente de combate com o kensai e juntos começaram a minar as forças das crias da hidra. Tudo isso era parte do plano, lá ao fundo, o terreno estava livre para Gatts.

A Confusão de Gatts

Gatts decidiu que era impossível determinar se a hidra havia se afastado o suficiente para seu surgimento não colocar em risco a vida do príncipe, ou mesmo a sua própria. Com isso ele decidiu que precisava arriscar, e assim voou para o topo da colina e quando lá chegou percebeu que surgiu bem a tempo. Sandy e Eophain combatiam corpo a corpo a hidra e seus wyverns. A “dispensa” estava completamente desguarnecida. Era sua hora de agir. O guerreiro mago notou que Dikstra estava acordada e parecia preparar o príncipe para carregá-lo, quando Gatts falou: “- Tirarei vocês daqui, deve confiar em mim”. A meio-orc imediatamente sacou seu machado e olhou na direção da voz.

Gatts notou que sua invisibilidade era o motivo da suspeita, e com toda sua diplomacia disse: “- Dikstra, sou eu Gatts, confie em mim!”.

Dikstra abaixou o machado em sinal de anuência e redarguiu: “- A criatura é tremendamente forte. Sua pele é dura como aço e é praticamente impossível feri-la antes que seus ferimentos se fechem. Ajude seus amigos, eu tirarei “ele” daqui.”

Gatts observou o combate desenrolar ao longe, e considerou ir de encontro a sua prima e ao kensai, mas era muito arriscado. Balançando a cabeça negativamente ele disse: “- Dikstra, segure firme em mim” e carregando o príncipe com ambos os braços, voou pela colina abaixo, de onde viera.

Mas Gatts, bem como a meio-orc não notaram quando um wyvern veio descendo dos céus em sua direção e a colisão foi inevitável. Todos foram pegos de surpresa, e iniciou ali uma descida desordenada até o solo.

Recuo e Envenenamento…

Sandy olhou para Eophain, e percebeu que praticamente não havia qualquer sinal da pele rochosa invocada para proteger o kensai. Ele estava sentindo na pele as mordidas sucessivas e o veneno se acumulava em seu corpo. Ele estava sob efeito de uma poção dada por Gatts. Como efeito do líquido ingerido por Eophain, todo veneno inoculado estava sendo retardado a ponto de evitar seus efeitos. Mas Sandy e o kensai sabiam que quando o efeito da poção passasse, ele sentiria de forma acumulada o veneno em seu corpo e isso poderia lhes ser fatal.

“- Eophain, prepare-se para evadir. Irei curar-lhes, e como consequência ao veneno também, se prepare!”

O kensai recebeu de bom grado o toque quente da paladina e parte de seus ferimentos foram fechados. A ameaça da hidra pairava próxima o suficiente para sentir o hálito quente das cinco bocarras, era a hora de bater retirada. Eophain seguindo o pedido da paladina correu o máximo que pôde, pelo mesmo caminho que viera.

Sandy deu a retaguarda que o kensai precisava, mas pagou o preço da estratégia. A hidra veio em seu encontro, e ainda que Exórdius conseguisse abrandar parte dos ataques sucessivos, um dos ferrões atingiu a paladina e chegou a sua corrente sanguínea. Uma onda de fraqueza invadiu Sandy. A paladina reuniu suas forças e se colocou em retirada também, ela precisaria correr muito para evitar a hidra que já se colocava em seu encalço.

Queda Livre

Os corpos atingiram o chão com força, mesmo o wyvern se desequilibrara em seu voou descendente e atingiu o solo com o mesmo ímpeto que todos sentiram. Gatts tentou ao máximo atenuar o impacto para Thrommel e olhou imediatamente para o príncipe, avaliando a situação, precisava derrotar aquele oponente rápido, a qualquer momento a hidra poderia surgir. E ele agradeceu quando Dikstra foi a primeira a se levantar e se lançar contra o monstro. O combate não durou muito. Ainda que ambos, Dikstra e Gatts tivessem inúmeras escoriações, e o wyvern também, a criatura não era páreo para os dois juntos.

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O Confronto contra o Wyvern

No momento que o wyvern tombou diante do peso cortante de sua espada, Gatts notou Dikstra carregando Thrommel e se pondo a correr. Gatts a seguiu mais atrás norteando o caminho para o ponto de encontro combinado com Eophain, Sandy e Dustran.

Eophain foi o primeiro a avistar Gatts e a meio-orc, e uma vez reunidos, o guerreiro mago notou a ausência de Dustran. Ao perguntar por ele, o kensai apenas balançou a cabeça negativamente.

O grupo bateu retirada da colina e ainda notaram atrás o grito selvagem da hidra. Sandy que seguia na retaguarda, viu quando a hidra pegou o corpo moribundo de Dustran com uma das cabeças e as outras começaram a decepá-lo em mordidas ferais.

O Abrigo Seguro de Leomund

09 de Preparos de 597 CY (noite)

O grupo correu por horas mata a dentro, a noite já havia chegado e a floresta que durante o dia parecia tranquila, agora parecia agourenta e vil. Gatts encontrou uma clareira grande o suficiente para abrigar a todos, e decidiu que ali eles descansariam. Continuar a caminhada pela mata poderia ser tão perigoso quanto enfrentar a hidra. Havia o risco de novos ataques girallons, wyverns e ou coisas piores desconhecidas naquela mata.

Antes que todos se instalassem, Gatts iniciou uma conjuração, e de sua bolsa retirou uma pedra lascada, um punhado de areia, pedaços pequenos de madeira, juntou tudo e por fim de seu cantil derramou calculadamente uma gota de água. Ao final do encanto uma palavra mágica fez uma cabana surgir onde antes nada havia.

“- Entrem meus amigos, esse é o Abrigo Seguro de Leomund, todos estarão protegidos do relento e do sereno em uma cabana “normal”, mas confortável. E caso inimigos se aproxime dela, ou force suas portas, seremos alertados por um sonoro alarme.”

Todos foram adentrando e se acomodando. Sandy tratava de verificar a todos e principalmente o príncipe, este precisava de tratamento em seus ferimentos e escoriações. A meio-orc estava sentada em um canto e parecia observar às figuras. Um brilho azulado existente em seu olhar, se dissipou como prata no ar.

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O Abrigo Seguro de Leomund

Continua…

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Sobre o Autor: Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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