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Esse texto é um fragmento final da conversa entre os heróis dos Vales, o Paladino de Tyr Zarock Malorn e Kirkmund, o Peregrino. As horas da madrugada avançavam teimosamente e mesmo sabendo que precisava descansar da jornada exaustiva que tiveram nos últimos dias, eles precisavam determinar o futuro daquela resistência, daqueles que enfrentavam os drows dos Vales.

Esse artigo é sobre uma reflexão compartilhada de Kirkmund para Malorn, e seu foco é a difícil arte de Liderar.

Texto Original e Revisão: Bruno de Brito
Cenário: Forgotten Realms
Mestre da Masmorra: Diogo Coelho

03 de Alturiak – Garra do Inverno, ano de 1375

irkmund estava se afastando indo para a tenda que dividia com os demais companheiros, quando parou e retornou pedindo a Malorn apenas que ouvisse apenas uma última reflexão: Meu amigo sagrado em Tyr, sei que lhe peço algo que não é fácil, e pode para muitos parecer que ser o líder é uma posição de poder, de comando, de decisão, e é, mas sobretudo é também de audição.

O Líder sabe mais que todos ouvir, e nunca, nunca impõe sua vontade sobre os pares. Ele conduz, orienta e se sacrifica. Não usamos a arte da diplomacia, negociação, blefe ou persuasão. Nosso papel é simplesmente despertar, o que há de melhor em cada um, e fazer esse sentimento sobrepujar qualquer desejo ruim, pensamento negativo, dor ou mágoa, que tanto sofremos ao longo dessa missão de vida que escolhemos. Quando você despertar o que de melhor há em cada um, e este sentir a vontade natural de querer fazer algo errado, ele perceberá, sentirá e se conscientizará.

Haverá ali rapidamente um esgar estranho, que seria sentido e lamentado caso se cometesse, o que sua dor e vontade pedem. Talvez tenha sido isso que Fharagauer sentiu e permitiu flexibilizar sua opinião inicial sobre o destino de Gil, talvez tenha sido isso, pode também não ter sido. Em quê você prefere ter fé que foi?

Esse é o nosso verdadeiro papel como líder, e você tem isso, e precisará desenvolver, você não tem escolha. Não serás mais um em meio ao grupo, por que você não é, sua missão é ser, o que de melhor o grupo pode representar, e é isso que se tornou a Comitiva dos Bravos na visão das pessoas, essa é a nossa história nestes Vales, que tanto precisa de nós…

Após um forte abraço, Kirkmund desejou uma boa noite ao paladino, e ao se afastar tremendo do frio de inverno que perturbava seus ossos. Ele olha o novo anel que conquistou nos espólios da última investida e pragueja seu aparente mal funcionamento. Kirkmund não percebe que o frio que sente é de cansaço, da alma, não do corpo e ele pensa “estou ficando velho demais para isso”.

Kirkmund após a passagem pela cidadela de Barranco nos Vales

Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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