O Grupo encontrou o príncipe, um combate se anunciava frente ao carcereiro, um golem de pedra com cerca de 3 metros de altura. Será que os aventureiros conseguirão vencer o guardião, salvar o príncipe, sem baixas? E a estranha figura que contempla o combate de uma passagem oposta a que vieram os aventureiros, o que estaria fazendo ali, seria mesmo Lázarus como suspeita Erzurel e Sandy?
Descubra todas essas respostas no capítulo final da aventura – O Caminho dos Heróis, uma épica história sobre bravura, heroísmo, redenção e descobertas.
Texto Original de Bruno de Brito
Essa é a continuação do capítulo O Guardião, publicado no dia 04.01.18. Para ler toda série de aventuras clique nos links abaixo:
- Heróis do Norte – O caminho do Herói – Parte I
- Heróis do Norte – Tríplice Coragem | Caminho do Herói – Parte II
- Heróis do Norte – O Impasse | Caminho do Herói – Parte III
- Heróis do Norte – Por Erzurel | Caminho do Herói – Parte IV
- Heróis do Norte – O Guardião | Caminho dos Heróis Parte V
O príncipe estava desacordado e muito debilitado, seus equipamentos estavam sob uma mesa organizados, o escudo, a espada e o elmo. A forma como estavam dispostos sugeria uma peça única, feita em aço polido e reluzindo a prata e metais nobres.
Erzurel sinalizou para Sandy os itens e a paladina entendeu o sacerdote. Se alcançassem os itens Erzurel poderia utilizá-los e ter uma defesa maior, o Elmo da Verdade e o Escudo já serviriam de proteção de grande. Eles não tinham tempo, precisavam correr. Desconheciam a condição do príncipe, mas visualmente ele parecia abalado e muito pálido.
E o plano foi colocado em execução. Sandy avançou em uma direção oposta a mesa com os equipamentos e o golem imediatamente reagiu à intrusão se virando em direção a ela. Erzurel aguardou por segundos que se assemelharam a uma eternidade até o golem estar completamente focado na direção da paladina e imediatamente correu em direção oposta. O golem também o percebeu. A arte da furtividade lhe era carente. Erzurel pensava consigo que precisava praticar mais exercícios e buscar aprimorar suas perícias. Ele jamais seria furtivo como um ladino, ou atlético como um guerreiro, mas precisava aprimorar suas habilidades físicas, fosse com treinamento, fosse com magia. Pensaria seriamente nisto caso saísse vivo daquela difícil missão.
O Golem seguiu o sacerdote com os olhos indo em direção a mesa com os itens, mas já estava em carga em direção à paladina e continuou. Sandy se preparou para a carga e em um último instante saltou para o lado com um reflexo que lhe espantou. O golem colidiu com a parede atrás de Sandy com extrema violência. O teto e as paredes estremeceram. O peso de algumas toneladas mostrou a Sandy a força daquele guardião e ela começou a analisar o seu inimigo buscando pontos vulneráveis. Em sua mente Exórdios orientou a paladina e a espada mudou seu formato. Armas cortantes ou perfurantes de nada valeriam contra a massa de aço que era formada pelo inimigo. Assumindo o formato de um martelo Exórdios adicionou um encantamento sobre a área de impacto, isso ajudaria à paladina.
Erzurel conseguiu pegar o elmo e o escudo, e descobriu imediatamente os efeitos de cada item, além de um poder adicional derivado do uso conjunto dos 2 itens. Por um motivo que o sacerdote desconhecia preferiu não pegar a espada. Alguma coisa naquele item o advertia sobre o peso de carrega-la. E assim o sacerdote se virou em direção do Golem que já iniciava um novo ataque contra a paladina. E segundos antes de avançar olhou para o príncipe. Por um momento Erzurel sopesou o plano que definiu com Sandy, era muito arriscado… Thrommel estava ali, próximo.
Ele poderia quebrar a fechadura com seu martelo pegar o príncipe e sair dali, mas condenaria a paladina. Dividido, Erzurel tomou a decisão, investindo em direção ao golem de ferro, e sentiu quando seus movimentos se tornaram mais intensos e seus reflexos aguçados. Havia magia naquela sensação, e vinha da figura oculta nas sombras.
Considerando que dificilmente Lázarus faria isso, só poderia ser uma pessoa: Aescriel, ele orou internamente para que fosse.
Sandy também viu quando a estranha figura ao fundo voou em direção ao combate, e à luz de Erzurel Aescriel se revelou:
– Erzurel ajude Sandy, irei tirar o príncipe da gaiola!
Em outra circunstância o sacerdote de Pelor temeria a mentira ou blefar, mas as palavras do vampiro soavam verdadeiras, ele podia sentir isso. Não havia engodo, ele conseguia ver com clareza. O Elmo da Verdade lhe garantia isso.
E ciente disto Erzurel sabia que cada segundo era precioso para sua companheira, o golem atacava sem parar e cada impacto era de uma violência ensurdecedora.
Sandy atacava, se esquivava e se mantinha constantemente em movimento. O golem era lento, mas cada ataque do martelo era perigoso. Ela já havia recebido um ataque na altura da cintura e todo o seu corpo tremeu ante o impacto. Outro ataque bem-sucedido e seria o seu fim. Seus movimentos também haviam se tornado mais rápidos, ela conhecia aquele efeito e quando olhou atentamente a figura identificou Aescriel.
O vampiro era a figura oculta no outro lado da sala e estava ajudando-os. As chances de vencer aquele combate melhoraram.
O sacerdote chegou a tempo de colocar a frente da paladina o escudo guardião e sentiu quando todo seu braço tremeu frente o impacto, aquela criatura era deveras forte. Sandy surgiu por debaixo do escudo do sacerdote de baixo para cima lançando Exórdios em um ataque com muita técnica e força. O martelo atingiu violentamente o queixo do gigante como um soco. O golem deu um passo para trás buscando equilíbrio e Sandy e Erzurel se realinharam para continuar o combate.
Foi quando Erzurel ouviu uma voz em sua mente:
– A maior vitória que conquistarão aqui é a fuga com todos vivos!
Erzurel buscou a origem da voz, e em um instante reconheceu, era do príncipe! Mas ele estava desacordado, como era possível? Não havia tempo a perder. Erzurel ampliou sua luz interior garantindo uma cura contínua para a paladina e para si e ouviu quando Aescriel gritou de dor. A luz o alcançou no limiar e queimou a pele. O vampiro olhou com raiva para o sacerdote e percebeu pela cara de surpresa dele que não o havia feito com má intenção. O vampiro se afastou.
Virando-se para a paladina e com um movimento arriscado fez menção de entregar o escudo à paladina, e ela negou:
– Proteja o príncipe! Eu segurarei esta criatura.
Erzurel sabia o que significava aquele gesto, e mais uma vez uma decisão difícil estava em suas mãos. Olhando para trás notou Aescriel terminando de destruir a porta da gaiola e retirar de dentro Thrommel. O Vampiro olhou para ele, ainda sentindo a carne queimar e fez menção de se afastar. Desativando sua luz interior e avançando rápido em direção ao vampiro, Erzurel retirou de seu alforje a poção dourada e Aescriel a notou. Havia um brilho no olhar do morto-vivo, mas mesmo com o elmo da Visão Verdadeira, era indecifrável para Erzurel, mas mesmo assim o sacerdote avançou, atrás de si ouvia o som do combate incessante, violento e ininterrupto, ele orava pela resistência da paladina.
Aescriel e Erzurel se encontraram cara a cara e de braços estendidos o sacerdote abriu em suas mãos a pequena poção. Um frasco com aproximadamente 30ml de uma substância líquida reluzente.
Estava ali, próximo ao alcance da mão e tudo estaria acabado, mas Aescriel não podia. E Erzurel percebeu que o vampiro não queria isso. A única coisa ele disse foi:
– Eu não posso, não agora, mas preciso muito que você confie em mim. Me toque.
Erzurel não sabia exatamente por que, mas seguiu a sugestão do mago, e no mesmo instante que o sacerdote tocou, um disco mágico surgiu abaixo das três figuras e entre o golem de ferro e Sandy as três figuras surgiram. Foi como um piscar de olhos.
Sandy estava muito ferida, no limite de suas condições físicas, esperava que seus companheiros conseguissem escapar, com um dos olhos fechados por uma forte pancada que recebeu, estava enxergando borrões entre seu inimigo e seus companheiros e queria acreditar que seu sacrifício tinha valido a pena. Ela estava no limite. E de repente Aescriel apareceu de costa para o grande golem, a sua frente Erzurel e Thrommel. O vampiro era uma barreira para o golem, e Aescriel sorriu para a paladina mostrando seus caninos protuberantes e seu olhar citrino.
Sangue saiu do canto de seus lábios quando a marreta atingiu as costas de Aescriel, havia sido um poderoso golpe cuja intenção era arrancar da frente o pequeno adversário. Mas Aescriel se manteve imóvel e apenas o que disse foi:
– Acredite em mim, me toque – Agora!
Uma segunda pancada dirigida a Aescriel, doeu quase em Sandy e Erzurel e o vampiro se manteve imóvel, o som de ossos quebrados audíveis. Nenhum ser humano jamais resistiria a tais poderoso golpes.
Erzurel, segurando Thrommel com uma de suas mãos e a outra segurando a mão esquerda de Aescriel, Sandy Benelovoice tocou a mão oposta do vampiro. E como em uma fração de poucos segundos novamente o vampiro proferiu palavras intrincadas e complexas, o quarteto desapareceu sob o ataque incessante do golem.
A espada do príncipe ficou para trás.
Eles ressurgiram quase 2 centenas de metros distante do local. Era uma das inúmeras câmaras daquela masmorra e por um momento todos ficaram tontos. Era o efeito da magia portal dimensional conjurada por Aescriel. O vampiro desabou no chão, seus ferimentos foram deveras severos. Diferente de Sandy o corpo do mago ainda que fortalecido pela condição de vampiro, possuía uma resistência limitada, e havia alcançado o limite existencial. Sandy e Erzurel se aproximaram dele e notaram que aquele havia sido um gesto desesperado que consumiu muito de sua energia vampírica, somado aos ataques recebidos, o vampiro havia feito seu sacrifício e o preço estava sendo cobrado, o vampiro estava se tornando gás.
– Deem-me a poção…
As palavras de Aescriel saíram com extrema dificuldade, e Erzurel desesperadamente administrou a poção na boca de seu companheiro. No final a última gota atingiu o chão. Aescriel havia se transformado totalmente em gás. Uma medida preventiva de todos os vampiros quando beiram a destruição. E nesta forma ele recuaria para o seu porto seguro, normalmente um caixão ou local escuro, protegido do sol.
Erzurel e Sandy viram a névoa se afastando deles rumo aos corredores frios daquele local…
E um brilho dourado mudou a tonalidade da névoa, pequenas descargas elétricas e movimentos erráticos, algo estava acontecendo, Sandy e Erzurel acompanhavam com expectativa.
Uma luz intensa, um brilho que ofuscou a todos ali presentes e quando a luz foi perdendo sua força Sandy e Erzurel viram o corpo de Aescriel desacordado no chão, a tez de sua pele vivida, seus cabelos louros, o elfo dourado estava de volta, ainda que desacordado. Erzurel se dirigiu para Aescriel para verificar seus sinais vitais, enquanto Sandy imediatamente foi verificar o príncipe.
Thrommel dormia. O oerita furyondês estava magro, e com diversas marcas de feridas produzidas por uma arma perfurante pelo corpo, pescoço, braços, peito. Thrommel havia emagrecido a um ponto alarmante naquele curto espaço de tempo desde seu rapto. Sandy verificou que o príncipe respirava, mas estava desidratado e visivelmente desnutrido. Enquanto lhe dava um pouco de água com cuidado necessário para não engasgar, Sandy agradecia a Heironeous, ainda que com a saúde abalada, não havia sinais de doenças ou chagas. O príncipe precisava de alimentação adequada e descanso a julgava a paladina.
No fim, um pensamento lhe veio a mente. Sandy recordou olhando o sacerdote utilizando o Elmo do príncipe, e se perguntou por que Thrommel havia se submetido àquela condição, muita coisa surgiu em sua mente como possibilidades, dentre elas a cura de Aescriel e o conhecimento sobre a entidade Anacrael, pairavam como as principais razões. Mas somente o herdeiro do trono poderia confirmar. Quem quer que fosse esse lich, ele não havia surgido para o grupo em nenhum momento.
O sacerdote de Pelor que estava próximo verificava que Aescriel estava bem, não havia sinais de maculas ou mesmo que indicasse sua antiga condição, o elfo parecia dormir tranquilamente, até que começou a abrir os olhos. Erzurel avisou Sandy:
– Ele está acordando!
Observando de perto, Erzurel e Sandy viram quando o elfo se sentou com as mãos nas têmporas, como se massageasse buscando o alivio para uma dor, e ele dirigiu para dupla seu olhar, e com um sorriso no rosto disse:
– Obrigado.
O clérigo deu um abraço em Aescriel, a paladina apertou sua mão firmemente e olhando nos olhos falou:
– Eu nunca desisti de você!
– Eu sei disto paladina, e eu devo minha vida a vocês, o que fizeram por mim é incomensurável.
E com um abraço também selaram aquele momento.
Aescriel | Precisamos sair daqui. Quando estávamos na biblioteca encontrei o único pergaminho feito em papiro.
Retirando das costas um canudo de marfim, Aescriel abriu o objeto e de dentro dele retirou um empoeirado pergaminho.
Aescriel | Está é nossa passagem de saída.
Aescriel começou a elaborar com areia e pedras glifos no chão e consultando esporadicamente o pergaminho foi falando palavras intrincadas e fazendo movimentos que manifestavam pequenos estalos e faziam percorrer uma energia no círculo no chão. Após um tempo, o elfo sinalizou para o grupo se posicionar em locais específicos dentro do círculo. Sandy carregando o príncipe, Erzurel e por fim entrando no círculo o mago elfo.
Invocando novas palavras mágicas uma coluna de luz saiu do brilho do chão e o quarteto desapareceu.
Ressurgindo em uma estrada o grupo sentiu na pele o frio e o vento de um dia de inverno. Eles estavam fora da masmorra. Finalmente haviam conseguido. Revezando com Erzurel, a paladina e Aescriel seguiram para dentro de Verbobonc e foram direto para a estalagem Gamo de Madeira e uma vez lá pediram dois quartos, banharam-se lavando a sujeira e o cheiro que impregnaram eles e finalmente descansaram. Sandy apesar de ter ficado em um quarto separado, acabou indo dormir no quarto triplo onde Erzurel, Aescriel e o Príncipe estavam.
O grupo dormiu por longas horas vindo a acordar na manhã do dia seguinte e enquanto tomavam o café, Erzurel tomou café no quarto, salvaguardando o sono do príncipe, enquanto Sandy e Aescriel tomavam o desjejum no grande salão do Gamo de Madeira.
Logo cedo, eles se prepararam uma carroça comprada e partiram para o norte.
Havia uma longa jornada até Chendl. Gatts finalmente estabeleceu contato com o grupo, ele e Kalin haviam conversado limitadamente com o grupo, tentando determinar a localização deles e com o cruzamento das informações, Sandy e o seu grupo iria aguardá-los em uma ruína nas proximidades do Fiorde de Pantarn. Gatts e seu grupo estava a cerca de 4 dias de distância, considerando os cavalos mágicos do guerreiro mago.
Toda essa história foi narrada durante o inicio da noite até que as primeiras luzes do sol romperam o horizonte. Ainda que exaustos pela longa narrativa, Erzurel, Sandy e Aescriel, contaram tudo para os companheiros: Gatts, Eophain, Kalin, Pyrus e Nybas, com todos os detalhes que recordavam. Thrommel dormia na carroça e o sono contínuo do príncipe era um dos motivos de preocupação do grupo, e essa seria a causa do desdobramento de uma nova série de aventuras que aquela poderosa comitiva de heróis empreenderia, uma estória será contada em uma outra oportunidade.
Fim.
Tesouros e Evolução
Os aventureiros Sandy Benelovoice e Erzurel como recompensa pelas experiências vividas evoluíram significativamente, e agora podem contar com um nível adicional automático. Aescriel recebeu um total de 5.000 pontos de experiência.
Tesouros
Os aventureiros percorreram inúmeros túneis e se depararam com incontáveis câmaras e enfrentaram muitos desafios. Com isso acabaram encontrando tesouros que acreditam ser valiosos.
Moedas (total) 2.781 p.o., 1.649 p.p.
Um bracelete de prata ornado com esmeraldas; Um par de brincos feitos em ouro; Uma gargantilha de electro com uma pedra no centro, possivelmente um rubi; Um tecido muito bem bordado e fino. Um total de 17 gemas.
Itens mágicos, raros e incomuns
O grupo encontrou uma lanterna coberta, 2 bastões solares; 1 bastão de fumaça; 1 corda de seda de 15m; um jarro com uma prata líquida (prata alquímica); placa de 3kg de Ferro frio; 2m de couro de dragão branco.
Uma Besta Leve Obra prima, 7 poções; 1 óleo; um bastão muito bem trabalho em madeira preta; um anel; uma maça feita de prata; uma lança longa que ao toque revelou seus poderes:
Esta lança longa de nome Frio Congelante, é uma arma +3 do frio (causa 1d6 de dano adicional) ilumina como uma tocha quando a temperatura cai abaixo de -18°. Neste caso, ela não pode ser escondida enquanto empunhada, nem essa luz pode ser apagada. Quem a empunha fica protegido contra o fogo, pois a lança absorve os primeiros 10 pontos de dano por fogo por rodada que seu portador normalmente receberia. A frio congelante apaga todas as chamas não mágicas em um raio de 6 metros. Com uma ação padrão, ela também pode dissipar uma magia que cria qualquer tipo de chama contínua, mas não um efeito instantâneo. Quem a empunha deve ser bem sucedido em um teste de dissipar (1d10+14) contra cada magia para dissipá-la. A CD para dissipar tais magias é igual a 11 + o nível de seu conjurador.
Os demais tesouros (pergaminhos, grimoires), encontrados ao longo da narrativa, devem ser adicionados na ficha.