Descida ao Avernus – Capítulo I: Portão de Baldur

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A aventura se inicia com Gatts, Dhounay, Pyrus e um novo integrante – Jiguro, chegando ao Portão de Baldur, uma cidade recheada de mistérios, violência, caos, intriga e magia. Em 19/05/2023, tivemos a primeira sessão da campanha Descida ao Avernus.

E tendo sido conduzidos por ninguém menos do que Morderkainen ao novo plano, o grupo encontrou Jiguro já à espera diante do famoso e primeiro Portão da cidade e que recebe o seu nome.

Jogadores:

  • Ted (Gatts);
  • Brunão (Jiguro);
  • Dolphins (Pyrus);
  • Bilu (Dhounay).
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A famosa cidade de Portão de Baldur

O que os heróis têm que fazer de importante é nada menos do que descobrir o mistério que ronda o desaparecimento da cidade de Elturel. Seja lá o que quer que tenha acontecido a ela parece estar ligado ao desaparecimento de vilas e lugarejos em Flanaess, o mundo natal da maior parte dos aventureiros.

A primeira missão do grupo é encontrar o Capitão Zodge, e se alistar ao grupo de mercenários conhecidos como o Punho Flamejante. Essa aliança, ao que parece, pode ser o primeiro passo e o mais importante que o grupo tenha que dar.

Mas vamos conhecer um pouco desse no cenário onde os heróis se encontram.

Portão de Baldur

Portão de Baldur começou como uma cidadezinha portuária onde os comerciantes se encontravam com os “faroleiros-fantasma”, habitantes da Costa da Espada que usavam luzes para atrair os navios perdidos no nevoeiro para a praia. Quando os navios encalhavam, os faroleiros-fantasma vasculhavam os escombros e corriam para vender o butim em Baldur, situada na margem direita de uma curva do rio Chionthar. Passaram-se anos e Portão de Baldur se tornou uma cidade grande e murada.

Hoje suas ruas nevoentas vivem manchadas com o sangue dos infelizes que caem nas garras de oportunistas malvados, muitos dos quais são nobres, comerciantes, piratas e assassinos. Um exército de soldados mercenários, conhecido como o Punho Flamejante, mantém a paz na cidade, e esses soldados respondem ao grão-duque Ulder Ravengard. Os integrantes do Punho Flamejante não se importam com a justiça: cobiçam somente poder e dinheiro, nada mais. Contudo, mesmo que o Punho tenha a reputação de ser uma organização cruel, as pessoas consideram o grão-duque um homem honrado e razoável.

A cidade de Elturel, capital de Elturgard, localiza-se bem mais no interior do continente, subindo o rio Chionthar. Se Portão de Baldur merece a reputação de ser um ninho de víboras, Elturel é considerada um bastião de fé, ordem e alta cultura. As duas cidades vivem uma rivalidade feroz e persistente, que começou com Baldur roubando a carga e o dinheiro de navios com origem ou destino em Elturel, sufocando-lhe o comércio marítimo.

Apesar de os conflitos entre Baldur e Elturel nunca terem degringolado para uma guerra franca, as relações entre as cidades são tensas há um bom tempo… tempo demais, diriam alguns.

Boas-Vindas e por onde começar

Bem-vindos ao Portão de Baldur, um verdadeiro ninho de víboras e ratazanas que se agarra às encostas rochosas que sobranceiam o rio Chionthar. De sua posição elevada na Cidade Alta, os nobres locais – conhecidos como patriares – observam com um desprezo dissimulado o populacho da encardida Cidade Baixa que abraça o porto coberto pelo nevoeiro. Baldur inteira fede a sangue, crime e oportunidade. É fácil entender por que piratas e comerciantes se deixam atrair pelo lugar feito moscas por uma carcaça.

A Leste dali, subindo o rio, fica Elturel, a capital da terra santa de Elturgard, ou era esse o caso até dias atrás. A enxurrada de refugiados provenientes de Elturel piorou desde que chegaram as primeiras notícias de que a cidade havia tombado. Estão todos dizendo que Baldur será a próxima a cair, mas ninguém sabe realmente quem ou o que levou Elturel.

Os patriares pagam um exército de mercenários chamado o Brasão do Punho Flamejante para defender seus interesses em Baldur e, por extensão, também a cidade. O Punho Flamejante ganhou ainda mais poder desde que seu carismático líder, Ulder Ravengard, reivindicou o título de grão-duque há alguns anos. Aparentemente, Ravengard está desaparecido. Em sua ausência, o Punho Flamejante lacrou os portões da cidade para estancar a torrente de refugiados. Ninguém tem permissão para entrar ou sair.

Capitão Zodge

E foi assim que, conduzido por Jiguro, o grupo se dirigiu até o Portão do Basilisco e puderam testemunhar a situação crítica em que se encontra a população da região. Uma verdadeira cidade improvisada cresce do lado de fora dos muros, conhecida exatamente como o nome sugere, a Cidade de Fora é o lar de refugiados e toda espécie de pessoas cuja pobreza dragou o direito de conviver decentemente com os balduranos.

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Portão do Basilisco

O grupo foi recebido por um membro da guarda que os conduziu até onde estava o líder da milícia local. O capitão observava com as mãos voltadas para trás o aglomerado de casas desordenadas do lado externo da cidade.

“A crise dos refugiados”, diz o capitão Zodge, “ainda alimentando o receio de que Portão de Baldur possa ter o mesmo fim de Elturel, da qual nada sobrou fora um buraco no chão ao que parece. Nosso Grão duque, Ulder Ravengard, estava em Elturel em missão diplomática quando a cidade foi destruída. Coincidência? Creio que não.

“Os Cavaleiros de Eltugard se intitulam Cavaleiros do Inferno. Alguns deles escaparam da ruína de Elturel e acham que nós temos alguma culpa nisso. Bando de baderneiros hipócritas! Estamos prendendo todos eles assim que os vemos, mas, com isso, ficamos desfalcados para lidar com um outro problema. É para isso que preciso da ajuda de vocês”.

“Faz tempo que Baldur é assolada por seguidores da Trindade dos Mortos, os deuses Bane, Bhaal e Myrkul. Achei que tivéssemos exterminado todos eles, mas parece que não. Esses propagadores do medo e da morte estão se aproveitando da crise atual para cometer uma onda de homicídios na cidade. Como meus delegados, vocês têm licença para matar esses canalhas assim que os virem. Encontrem o covil dessa gente e extermine todos eles. Eliminem qualquer um que se colocar no seu caminho e não se preocupem com danos colaterais.

“Se fizerem o que estou dizendo, vou cuidar para que cada um de vocês receba duzentas peças de ouro, sem conta a minha gratidão, que vale muito mais que isso.

“A alguns quarteirões do Portão do Basilisco fica a Taverna da Elégia Élfica. Uma espiã chamada Tarina frequenta o lugar para levantar informações para a Guilda. Ela me deve um favor, portanto podem dizer que vocês trabalham para mim. Perguntem o que ela sabe sobre a Trindade dos Mortos. E, pelo amor de Balduran, sejam gentis. Tarina tem amigos perigosos.

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Capitão Zodge

O grupo, após uma breve negociação, aceitou a proposta do capitão da guarda e de posse do distinto da guarda dos Punhos Flamejantes eles eram era a lei, a ordem e sobretudo, detinham o poder sobre a vida e morte de qualquer um que fosse de encontro a ordem da cidade.

A Elégia Élfica

Tempos depois o grupo se dirigiu para a taverna. A noite principiava quando eles chegaram ao estabelecimento. Uma grande taverna situada nas imediações do Portão do Basilisco. Os heróis conheceram Alan Alyth, o proprietário da taverna. Um meio-elfo, Alan acabou de completar 75 anos e dirige o estabelecimento há décadas.

O sangue élfico herdado de sua mãe meio-elfa o manteve vivo durante tanto tempo e com uma aparência melhor do que a de muitos humanos puro-sangue da mesma idade. Dhounay percebeu que ele também é agiota e oferece empréstimos aos clientes nos quais confia. Ele raramente empresta dinheiro para aventureiros, pois sabe muito bem como essa gente é descuidada.

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Alan Alyth

O grupo experimentou uma caneca de vinho Elverquisst por 5 moedas de prata cada e respondeu a alguns questionamentos do grupo, dentre eles o principal: Onde estava Tarina.

O Andar dos Jogos

O grupo não teve dificuldade para localizar a pirata. Dhounay foi precisa em se envolver nos jogos de Dados Baldurianos e com isso pôde se aproximar sem levantar suspeitas. Tarina de fato detinha as informações que o grupo precisava, no entanto, a mulher pediu algo em troca…

Os parceiros de jogatina não percebem que ela trapaceia. “Tarina”, obviamente, não é seu nome verdadeiro. Antes de se esconder em Portão de Baldur, Tarina era um pirata conhecido como Rhonda Trovoada (tampouco seu nome verdadeiro).

Após meses de serviços leais ao capitão Murosko Sessprin a bordo da Serpente Descortês, ela roubou o butim dos colegas piratas e fugiu antes que conseguissem detê-la. Ela já gastou boa parte do saque nos últimos anos, mas ainda tem o suficiente enfurnado em algum lugar para garantir que nunca passará fome.

Faz seis meses que Olho Branco provocou um motim que culminou na morte do capitão Murosko Sessprin, o que deixou a nau – a Serpente Descortês – sob o comando de Lekard “Olho Branco” Cadavrus. Olho Branco é um homem que deve o apelido ao olho direito, coberto pela catarata. Ele não gosta de tomar banho e tem um bafo de peixe podre. É acompanhado por uma malta de sete bandidos com a mesma tendência de praticar o mal e estão atrás do tesouro roubado por Tarina.

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Tarina

A Elégia

Enquanto os heróis esperavam, próximo do cair da noite, uma comoção atraiu a atenção do grupo. A taverna foi tomada pelo queixume fantasmagórico de um espírito élfico que sabidamente assombra o lugar. Só que desta vez ao invés do conhecido lamento que o faz, o espírito não cantou sobre um namorado perdido, mas sim sobre Elturel. O grupo percebeu como foi uma surpresa para todos ali, até mesmo para Alan Alyth, que nunca ouviu o espírito cantar algo diferente.

Canção de Elturel | Descida ao Avernus | 5e – YouTube

A canção ecoou por muito tempo depois na lembrança dos presentes. Os heróis não sabiam, mas a cantilena do espírito seria importante no futuro e eles tomaram nota.

Algum tempo depois enquanto jogavam no primeiro andar com Tarina e alguns transeuntes, um grupo surgiu na entrada da estalagem.

Com amigos como estes…

Um grupo bem heterogêneo formado por cinco humanos entra sem pressa na taverna. O líder é um homem robusto, com o olho direito embaciado, um sorriso desdenhoso e cruel e o andar típico de um pirata metido a valentão. Os outros são uns arruaceiros malcheirosos que se comportam como se fossem os donos do lugar.

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Piratas

“Estamos procurando uma velha amiga nossa”, diz o homem do olho branco. Ele fareja o ar. “Atende por ‘Tarina’, ou foi o que me disseram. Adora roubar os Baldurianos.”

O que se viu na sequência foi um confronto aberto no primeiro andar que acabou sendo resolvido rapidamente. A força dos Defensores do Trono não era para o qual aqueles piratas estavam preparados.

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Olho Branco cobra a dívida.

Findado o combate, a parte do acordo que cabia ao grupo estava cumprido, e restava Tarina cumprir com a sua.

Continua na próxima sessão.

Sobre o Autor: Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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