Uma Carta

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Depois de semanas viajando pela orla do Nyr Dyv, Qiad e a criança param para descansar por alguns dias no Ducado de Urnst. O homem aproveita uma situação para relatar seu avanço ao seu senhor, Lorde Yach. O texto abaixo é uma continuação dos eventos narrados em Um Novo Velho Conto.

Baixo Mardreth, Fim de Plantio de 563 CY

Ao meu caro Lorde Yach, que Pelor abençoe seu horizonte.

Há aproximadamente três meses deixei a Fortificação em Alhaster, e a viagem até a fronteira entre a Terra dos Escudos e o Condado de Urnst correu sem maiores percalços. Seu filho continua saudável e crescendo bem. Será um bom homem, sem dúvidas.

Porém, com os rumores de tumultos vindos do Leste, a travessia entre Trallant e Dominion foi mais complicada do que o planejado. A guarda na fronteira está reforçada, e não queria levantar suspeitas sobre o bebê que levo comigo, especialmente sem que uma mulher me acompanhe.

Não vou entrar em pormenores das dificuldades enfrentadas até chegarmos a esta cidade, mas acho que dois encontros devem ser relatados, em especial o segundo.

Qiad

Entre Dominion e Bampton, poderíamos pegar a Grande Estrada ou a Estrada Costeira. Recebemos relatos que aquele trecho da Estrada Costeira não era seguro, com bandoleiros que ameaçavam grupos de viajantes, e usavam portos clandestinos do Nyr Dyv para fugir. Assim, decidimos seguir pela Grande Estrada, passando por Brookhollow, e pegamos uma estrada secundária até Bampton. Obviamente me resguardei, e contratei um grupo de aventureiros para escoltar-nos por este caminho.

Mesmo com estes cuidados adicionais, fomos atacados um pouco antes de entrarmos na estrada secundária. Dois dos quatro aventureiros que contratei sucumbiram neste combate, porém, acredito que os deuses abençoaram nosso caminho, ou de seu filho, ou de ambos, pois uma delegação de elfos que vinha no caminho oposto nos salvou. Como o senhor sabe, sou fluente no idioma do povo eterno, o que facilitou a comunicação com eles. Um dos elfos me chamou a atenção, parecia mais jovem que os demais, de cabelos ruivos, deveras competente com seu par de espadas, e um tanto quanto tagarela. Conversando com ele, fiquei sabendo que eram mercadores do Clã Selfanar, que seguiam à Cidade de Radigast. Parece que os negócios do clã, naquela cidade, estavam ameaçados com a sombra da Terra dos Bandidos.

Chegamos em segurança ao Baixo Mardreth, e daqui tínhamos uma decisão a tomar: poderíamos ir de barco através do Nyr Dyv até Nystran, ou seguir por terra até Nesserporto. Durante uma noite, jantando na estalagem A Primeira Estaca, reparei um jovem clérigo, de feições furyondesas, que carregava um símbolo sagrado de Fharlanghn. Ofereci-lhe uma bebida e puxei papo. Seu nome é Alphonse, e ele me contou que chegara de Nystran há duas noites, e encontra-se regressando neste momento para Furyondy. Alphonse é este jovem que lhe entregou a carta. Ele tem como base a Estalagem Beira Estrada, ao sul da Cidadela de Greylode.

Passei a última semana debatendo estratégias e caminhos de como chegar até o Ducado de Urnst da forma mais segura, e o garoto sugeriu de forma veemente que utilizássemos o barco até Nystran. Contei brevemente meu objetivo no Ducado de Urnst, e que precisaria deixar a criança numa situação segura. Alphonse prontamente escreveu uma carta de recomendação, e um endereço. Havia um casal morava nos arredores de Leukish, e que só possuía filhas. O próprio Alphonse havia feito o parto da última criança, de forma emergencial, e a mãe não poderia ter mais filhos. Um jovem garoto seria bem-vindo naquela casa.

Confiei no jovem pois, durante nossas conversas, notei que ele é a favor de uma união entre Furyondy e a Terra dos Escudos contra o avanço de Iuz, por isso o pedi (e lhe dei um justo pagamento) para que entregasse a carta. Gostaria que o avaliasse pessoalmente.

Nosso caminho seguirá até o Ducado de Urnst, e espero não encontrar percalços no cruzamento do Nyr Dyv. Assim que considerar seguro, volto a lhe contatar. Espero que suas diligências com Lorde Walworth sejam bem-sucedidas, e que Pelor lhe conceda a luz da sabedoria.

Qiad

Bruno Simões

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