A Ilha de Caermus | Heróis da Ordem

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Esse é o resumo da aventura A Ilha de Caermus – Parte I, e aborda a chegada dos heróis a estranha ilha de criaturas pré-históricas. Esse resumo compreende duas sessões, uma no dia 19.03.20 e 28.03.20.

Jogadores:

Bruno SimõesKalin;
Bruno FreitasRathnar;
Marcelo GuimarãesAescriel.

Revisão: Bruno Simões

Essa história é uma continuação do artigo: Viagem a Caermus

Estragos no Dol Angra

16 de Preparos de 592CY

Greyhawk_Letra-O-198x200 Aurora dos Conflitos Greyhawk Pathfinder 2ª Edição  som de gaivotas despertou os aventureiros do sono, e logo que saíram de suas cabines ouviram a grande movimentação na embarcação. Os marujos se detinham na proa, local onde a grande serpente marinha havia se detido e confrontado os tripulantes. Um buraco do tamanho de um braço um pouco acima da altura do mar jogava água eventualmente para dentro.

As aves nos céus indicavam o que era óbvio no horizonte, “terra a vista”, uma ilha vulcânica com uma vasta vegetação se encontrava a cerca de meio dia de viagem. Mas com o buraco no casco, era perigoso colocar a embarcação rumo a ilha, e era por isso que o Dol Angra estava parado. Os aventureiros pensaram formas mágicas de ajudar a reparar o barco, no entanto não dispunha de meios, e foi Rathnar que teve uma ideia. O alto elfo se lançou ao mar e procuraria ali, “aliados” que pudessem ajudar o Dol Angra a ser rebocado rumo a ilha de Caermus. Porém, para a surpresa do elfo, não havia um peixe no entorno a 500 metros do barco, e aquilo era absolutamente estranho.

Quando iniciou o nado em retorno à superfície, notou que vibrações na água eram sentidas vindo de trás e ele percebeu para sua surpresa a imensa serpente marinha vindo em sua direção, mas para seu alívio, a aproximação era amistosa. A cabeça da criatura alinhou com o corpo do elfo, e na imensidão das águas sob o reflexo do sol acima, era possível notar a diferença de proporções entre o elfo e a serpente.

“- Eu preciso de ajuda, a embarcação precisa ser levada para a ilha próximo daqui, pode me ajudar?”

E com uma afirmação de entendimento a serpente emergiu junto com o elfo. Passado o pânico da tripulação com a presença da criatura, Rathnar explicou que ela iria ajudar a colocar o Dol Angra em um local seco na ilha mais adiante. E assim foi feito.

Enquanto a serpente conduzia sobre seu corpo o Dol Angra, Rathnar observava a criatura e ponderava sobre como havia sido importante ter tomado a decisão de não matar a criatura, afinal.

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A Ilha de Caermus

Caermus

O Dol Angra atingiu a areia com firmeza e foi puxado através de um sistema de cordas e apoio para solo firme. O trabalho de reparos se iniciou imediatamente, havia muito a ser feito. A parte destruída precisava ser completamente removida, árvores deveriam ser derrubadas para produzir novas ripas, além de cola e corda. Muito em função disso, o grupo compreendeu quando Insix alegou que não poderia acompanhar o grupo, no entanto indicou um marujo que poderia apoiá-los ao longo da jornada pela ilha, o seu nome era Antony Bri Cri, um patrulheiro.

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Antony Bri Cri, o patrulheiro

O grupo aceitou de bom grado o apoio e tão logo pegaram o barco salva-vidas e seguiram por um rio que desembocava no mar. Ainda que contra a correnteza, esta não era forte o suficiente para deter a viagem rio acima. Seguiram afinal, Rathnar, Lester, Aescriel, Kalin e Antony. Passadas não mais que uma hora o barco desembocou em uma pequena praia e os marujos, logo iniciaram o retorno. Todos se sentiam gratos por poder pisar em solo firme outra vez, e enquanto experimentavam a areia sob os seus pés, olharam para cima, para a vasta vegetação que cobria toda a ilha e a grande montanha que se erguia rumo ao céu. Kalin pôde sentir em seus dedos a temperatura da água morna e em alguns pontos uma rala neblina proveniente do calor sob a água.

Uma cachoeira próxima indicada por Antony poderia ser escalada e a andada iniciada, no entanto o grupo iniciou uma longa conversa sobre como procederia. Rathnar pediu para que Aescriel utilizasse seus olhos observadores, com eles toda a ilha poderia ser mapeada, ao que o elfo do sol frustrou as expectativas do seu amigo paladino. Os olhos só poderiam se afastar até 1 quilômetro de distância, além disso, o grupo deveria ficar parado aguardando o retorno deles. Depois de um tempo discutindo, o grupo chegou à conclusão de que não havia o que ser feito. Eles precisariam confiar nas habilidades do patrulheiro e o grupo precisaria avançar um pouco mais para identificar eventuais riscos e informações úteis.

Perigos Pré-históricos

Após uma longa discussão sobre como proceder pela ilha, muito encabeçada por Rathnar, Dankester surgiu e para a surpresa dos heróis, para declarar que não seguiria com os aventureiros. Os heróis indagaram o halfling e a única coisa dita foi que Insix precisaria dele, muito mais que os aventureiros. Mas Kalin percebeu que o halfling temia a alguma coisa. Ainda que argumentos tenham sido colocados, Dankester estava irredutível e ele partiu sem esperar por novos pedidos dos companheiros. Aquilo estava muito estranho.

Antony indicou por onde o grupo poderia subir ao lado da cachoeira e após chegar lá em cima, ele jogou uma corda para o grupo. Aescriel conjurou voo e subiu. Dado a sua pouca força, ele não podia levar mais ninguém. Rathnar com algum esforço conseguiu escalar e Kalin foi içado.

Uma vez lá em cima, estavam alto o suficiente, e sob a sugestão de Antony, Aescriel alçou voo para olhar por cima da copa das árvores, a montanha que compunha a ilha subia a pelo menos 1.000 metros acima de todo o seu entorno. O elfo do sol subiu mais, a quase trinta metros do solo, notou três pontos distantes dele a cerca de três a quatro quilômetros, e foi quando o elfo notou sombras sobre a sua cabeça, por um breve momento acreditou que eram nuvens, mas a velocidade com que se deslocavam logo lhe advertiu que não.

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Aescriel é atacado por Pteranodontes

As criaturas mergulharam de um ponto ainda mais alto de onde Aescriel estava e com seus enormes bicos e grande envergadura de suas asas atingiram o elfo desprevenido em cheio. As criaturas que avançaram contra Aescriel tinham cerca de 20 quilos em média, mas impressionantes nove metros de envergadura das asas e elas passaram pelo elfo perfurando e rasgando seu corpo com golpes que fizeram ele perder o equilíbrio. E durante a queda ele conseguiu recuperar o sentido e aproveitou da gravidade para sair do espaço aéreo e voltar para onde estão os aventureiros.

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As aves pteranodontes atacam Aescriel

Ainda que fossem aves pré-históricas, não eram dinossauros, explicou Aescriel enquanto recuperava o fôlego e era curado por Kalin. É impossível trafegar pelo espaço aéreo, essas criaturas apesar de desengonçadas, quando efetuam seus mergulhos em ataque, podem produzir um dano fatal a qualquer um.

A Ilha

Aescriel explicou o que vira, e isso de certa forma indicou três caminhos a seguir. A floresta era densa até certa parte e depois rareava perigosamente com o solo ficando encharcado ao pantanoso. Isso instaurou uma nova rodada de discussões que eram de um todo sem uma estratégia ou norte. Rathnar se sentia frustrado pelo desconhecimento do caminho e desafios a frente. As ideias que tinha não eram frutíferas, Os “Olhos Observadores“, uma poderosa magia já invocada por Aescriel antes, nas docas onde estavam membros da Guilda de Rakdos, tinha um alcance limitado e ele precisaria se aproximar a pelo menos dois quilômetros dos pontos identificados e para isso era necessário avançar um pouco mais.

A caminhada sobre a proteção e escrutínio de Antony pelo caminho mostrou que o patrulheiro era deveras habilidoso. Ele apontou para grandes árvores, além de insetos muito maiores que os seus comparáveis do continente. Grandes aranhas, centopeias e até mesmo libélulas do tamanho de cachorros.

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Insetos pré-históricos

Os aventureiros avançaram até que Aescriel e Antony perceberam algo que os demais companheiros não ouviram. Era um grito desesperado de algum lugar a frente, o idioma foi entendido apenas por Kalin, significava “– Socorrro!“, e era dito em Aquan, o idioma das águas.

A criatura que estava desesperada, se encontrava presa a uma piscina de uma substância escura, preta e muito viscosa, era uma espécie de piche e ele dragava para dentro o infeliz humanoide que se encontrava preso a ele. Antony avisou aos heróis onde eles deveriam evitar caminhar, somente por olhar a superfície do solo a frente, e os aventureiros notaram que a terra escondia outras poças.

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Salvem o Tritão

O primeiro a avançar foi Aescriel, depois Rathnar, Antony e por fim Kalin. Aescriel voou deixando uma corda correr livre para trás. Chegando próximo da figura desesperada ele largou a corda que foi prontamente agarrada. Mas com esse movimento o ser acabou por imergir na substância que o dragava para baixo. Rathnar e Antony puxaram a corda e sentiram a força a qual precisavam superar, o piche dragava o corpo com uma força duas vezes maior que os dois. E percebendo que logo perderiam o estranho para o piche, Aescriel conjurou uma magia e enfiou a mão no lodo pegajoso. Quando ele sentiu que estava firme, concluiu a magia. Aescriel invocou um portal dimensional e com isso salvou o humanoide desesperado.

Kalin que havia acabado por ficar preso também no piche, conseguiu se desvencilhar dele com uma outra magia, “Caminhar sobre a água“.

Passado o susto, a figura agradeceu aos seus salvadores. Ele possuía uma pele esverdeada coberta por escamas, garras na ponta dos dedos membranosos e uma cabeça de peixe. Logo os aventureiros perceberam que se tratava de um tritão, o seu nome era Thyssenidas. Contudo, os aventureiros não tiveram muito tempo para se recompor, pois das matas a frente os heróis viram quando três grandes répteis surgiram em tom agressivo. Eles eram enormes e vieram com uma carga contra os heróis, eram triceratopos.

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Triceratopos

Tendo pouquíssimo tempo para agir, Aescriel alçou voo. Rathnar segurou o tritão e com a graça recebida por Segojan ele conjurou voar. No fim ficaram no solo Kalin e Antony. O patrulheiro vasculhou suas coisas e passou sobre si o que parecia ser um óleo esverdeado, o cheiro era forte, mas logo Aescriel percebeu que se tratava de um efeito similar a invisibilidade contra animais.

As criaturas estavam já muito próximas quando Aescriel decidiu fazer algo para tentar neutralizar os grandes dinossauros. O mago da ordem Arcana invocou seus poderes mágicos e um caleidoscópio de cores cintilantes saiu de sua mão em forma de leque e atingiu os três tricerátopos. A rajada prismática tinha como objetivo fascinar as criaturas, neutralizando seus movimentos e até induzindo-as a seguir para onde fosse o prisma de cores. Porém a magia tinha uma limitação, e essa era baseada na vitalidade dos alvos. E foi justamente por conta disto, que apenas um dos adversários foi paralisado pelo efeito visual do caleidoscópio. Aescriel estava surpreso com a força daqueles animais pré-históricos, e eles avançaram sobre o único alvo disponível – Kalin.

O sacerdote de Pelor sentiu quando os enormes chifres vieram junto com toda a carga dos tricerátopos, Aescriel e Rathnar observavam do alto impotentes o companheiro ser esmagado pela violência dos ataques. Aescriel revia seu repertório mental buscando alguma alternativa para ajudar o amigo em apuros, mas nada realmente eficiente lhe ocorria, o portal dimensional era a única magia que seria realmente eficiente para tirar Kalin dali, mas ele já a tinha utilizado momentos antes para salvar o tritão.

Serpentis

As flechas poderosas do paladino de Corellon rasgaram a pele do dinossauro furioso, causando-lhe grande estrago, no entanto, não fora suficiente para derrubar a criatura. Se fosse, havia a outra. Mas quem ajudou Kalin foi Antony. O patrulheiro aproximou invisível às criaturas e tocou Kalin, proferindo palavras incompreensíveis ao clérigo, mas claras para Aescriel: a conjuração era um teleporte invocado no idioma serpentis.

Kalin e Antony desapareceram.

As feras foram se dispersando sem ter alvos para a sua fúria. Rathnar ainda liberou novas saraivadas de flechas e as criaturas debandaram. Para onde Antony tinha levado Kalin?

A pergunta pairava no ar sem resposta ou indícios. Em número muito menor, Rathnar, Aescriel e o tritão Thyssenidas conversaram sobre as possibilidades. Dentre elas uma, a mais forte. De que o patrulheiro havia levado Kalin de volta ao Dol Angra e foi contando com isso que eles começaram a regressar, ainda que a contra gosto do tritão. Thyssenidas como se apresentou, estava ali para resgatar a sua mestra Tsota Lanthi, e para a surpresa dos elfos, ele sabia como chegar até a caverna de Lukokian. Ele alegou que se tratava de um templo abandonado de uma antiga divindade extinta de nome Syrrul. Graças a diplomacia conferida pelo Elmo de Kurdhuras, Rathnar conseguiu convencer o tritão de seu objetivo e ele regressou com os elfos para o Dol Angra.

E para a surpresa de Rathnar, bem como Aescriel, Kalin não estava ali, nem Antony. Uma profunda sensação de desorientação invadiu os heróis. O que fazer agora, sem o sacerdote e o patrulheiro do grupo?

Eles conseguiram convencer Dankester afinal a acompanhá-los, a muito contra-gosto do halfling, e retomaram o caminho. Rathnar indagou a Thyssenidas sobre suas habilidades, ao que o tritão revelou ser um especialista, mestre em armadilhas e furtividade.

Em outro lugar longe dali, mas ainda na mesma ilha, às margens de uma caverna, Chapelle se recompõe após utilizar a magia e olhando para Kalin, o indaga: “- Como você está?”

Kalin suspira, olhando os ferimentos, e diz: “-Você?”

Continua…

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Sobre o Autor: Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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