Minas Caingorn (Parte I – Jornada na Colina) | Heróis de Kron

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Esse é o resumo da aventura vivida pelos Heróis de Kron, onde eles buscam um feito de grande ousadia e tenacidade. Esse resumo abrange uma série de sessões, a primeira iniciada em 07/04/2020 e seguida dos encontros em 11 e 13 de Abril de 2020. Esse é o inicio de uma aventura com final surpreendente.

Jogadores:

Diogo Coelho | Theros Gatts
Aharon Freitas | Erzurel Graysson
Bruno Freitas | Melina (Apoio ao mestre)

Revisão Bruno Simões

Esse artigo é uma continuação da história: Encontros Reais

Conhecimento de cada um

17 de Preparos de 592CY

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rzurel, Gatts, Kendra e Arziel desciam as escadas após falarem com o Rei e o Conselho Sextante e refletiam sobre os próximos passos. Guiados pelo anfitrião Brocc Frug, algum tempo depois chegaram ao acampamento onde todos estavam. Arziel entregou ao gnomo um pergaminho com anotações e após olhar por um tempo, devolveu o olhar ao líder dos cavaleiros e saiu com o papel em mãos.

Para frustração da maioria, Arziel não falou com todos, em vez disso, chamou Gatts, Erzurel, Henri, Lavínia, Maurício, Xitoos, Melina e, após estarem todos sentados em círculo, ele disse finalmente:

“- Amanhã iremos em missão. Nosso propósito é simples e tem um único objetivo: Sequestrar o Rei Troll Lothun. Devemos capturá-lo e entregar às autoridades gnomo, sob argumento que ele será um trunfo para aquietar os trolls que ameaçam este reino. Não será uma tarefa fácil, por tanto vocês foram escolhidos. Cada um aqui detém a habilidade necessária para cumprir essa missão, porém antes de detalhá-la, quero que cada um se apresente, desta forma diminuiremos o desconhecimento entre nós e formaremos a partir deste momento um grupo.”

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Cada Um

Cada membro do grupo foi se apresentando e falando de suas principais habilidades:

Gatts – Sou um mago guerreiro, coloco nesta ordem pois é desta forma que minha força se equilibra. Sou muito mais mago, do que homem de combate. Conheço magias arcanas até o 5º círculo;

Maurício – Me chamo Maurício Strabius, e sou um convocador, minha principal habilidade é trazer aliados para o campo de batalha, seja para ajuda os combatentes, seja para atrapalhar os inimigos. Comigo fica a minha guardiã, a eidolon Amphinis.

Erzurel – Eu me chamo Erzurel, outrora fui clérigo de Pelor, mas agora trilho o caminho penitente, com foco em reparar meus erros do passado e fortalecer a palavra de Pelor. Minha maior força é a espada e a proteção dos aliados. Sou um homem de armas.

Xitoos – Eu me chamo Xitoos, e sou um trovador e amante da espada também. Sou muito melhor combatente que cantor, mas minhas canções inspiram aliados e fascinam os inimigos.

Lavínia – Me chamo Lavínia, e sou uma maga especialista em evocação – frio. Conheço até a 4º esfera de magia.

Henri – Sou Henri Fortescudo. Clérigo e agora paladino ungido de Rao, sob o tutelado de Arziel e do Santo. Nessa missão, vocês contarão com as bençãos divinas da paz e a espada justa de Rao.

Melina – Sou Melina e minhas habilidades envolvem a furtividade, portas trancadas e armadilhas.

Keira – Chamo-me Keira Mertz, e sou uma sacerdotisa de São Cuthbert. Minha função aqui é protegê-los e combater igualmente nossos inimigos.

Arziel – Sou Arziel, outrora paladino de Pelor e agora campeão sagrado de Rao. Por esse motivo me tornei guerreiro pela herança de Pelor e já adquiri as bênçãos de Rao para seguir sob nome de sua causa como paladino. Eu vos liderarei e minha palavra é lei e comando. Se há alguém que discorda, deve dizê-lo aqui e agora.

A Dispensa do Convocador

Arziel observou um a um, e seu olhar transmitia pensamentos que envolviam aquela equipe, e após um momento ele disse: “- Para essa missão seguiremos a configuração: Erzurel, será seu dever proteger Lavínia, custe o que custar.” Ao que Erzurel assentiu e Lavínia sorriu.

“- Henri e Keira, será papel de vocês defender Gatts. Ele representa o nosso segundo conjurador arcano nesse grupo. Melina agirá comigo e será nossa batedora nas sombras, não esperem dela qualquer apoio direto, seu papel é obter vantagem para o grupo agindo nas sombras. Quanto a você jovem Maurício, quanto anos você tem?”

“- 22, senhor”

Arziel olhou nos olhos de Maurício e depois rapidamente cruzou olhar com Gatts. Gatts sabia que Maurício mentia e não deveria ter passado dos quinze anos. A estada do jovem na Torre da Mágoa havia provocado aquela experiência precoce. Com um tempo passando muito mais devagar dentro da Torre, Maurício se desenvolveu intelectualmente, mas seu corpo estacionou na idade física que tinha antes.

“- Você ficará aqui. “

Arziel foi direto e objetivo, e toda a alegria que havia no semblante de Maurício se apagou. “- Mas por quê? Posso ajudar!” Maurício buscou em Gatts apoio, mas o seu mestre ficou em silêncio.

“- Esse grupo precisa trabalhar com precisão e os desafios com que nos depararemos vão requerer um nível de maturidade elevado. Sei que deve ser muito habilidoso, mas neste momento não há como dividir mais um defensor para você. Além do mais, sua relação com Gatts, pode custar a ele ações importantes no que diz respeito agir em grupo. No mais, quero todos prontos na primeira hora de sol amanhã. Se preparem.”

Dito isso, Arziel saiu e ouviu atrás de si o chamado de seu filho Erzurel. “- Pai, teria alguma espada para me emprestar? Eu possuo uma, mas ela é comum.” “- Infelizmente não Erzurel”.

Outro que foi ter com Arziel foi Gatts.

Indagações e preparativos

“- Você disse que meu pupilo não poderia seguir conosco, em função da minha relação com ele, o que é verdade. Minha atenção poderia muito bem ser obliterada em função da minha ligação com ele. Mas me diga uma coisa Arziel, isso também não se aplica a Erzurel e você?”

Arziel mirou nos olhos de Gatts por um tempo, e ele viu que avaliava uma resposta para dar ao guerreiro furyondês. Quando disse finalmente:

“- Erzurel já é um homem feito, ciente de seus atos e juízos. Maurício saiu a pouco tempo da infância. Independentemente do nível de experiência que possua, ainda é muito jovem. Agora me diga, estou enganado?”

E foi a vez de Gatts parar pensando. “- Não, não está. Você é o líder e assim o faremos.”

Ademais o grupo se preparou. Cordas, rações, mantimentos para viagem, tudo estava sendo verificado. Gatts acabou emprestando para Erzurel uma picareta pesada. O item pertencera a Pyrus, e isso fez Gatts viajar na lembrança do companheiro morto na tentativa de salvar Thrommel. Em sua memória a morte do companheiro era uma ferida mal cicatrizada.

O grupo já estava pronto e preparado para a missão uma hora antes do sol nascer no horizonte de Tulvar. Besh o patrulheiro veio de encontro ao grupo e todos se puseram a caminhar.

A Trilha Esquecida

18 de Preparos de 592CY

Os heróis se puseram a caminhar, o clima estava fresco e o vento que soprava por entre as Colinas trazia um frescor de um inverno que há cerca de um mês já tinha se ido. As colinas representavam uma paisagem ímpar. Colinas recortadas ou aplainadas por ventos cortantes produziam uma miríade de paisagens por onde os heróis passavam. Besh não conversava muito e dissera aos heróis que provavelmente no fim daquele dia, chegariam ao destino, a boca das Minas Caingorn.

Logo o sol estava no alto, e o calor acabou propiciando uma parada estratégica para o grupo comer alguma coisa. Devido o relevo muito acidentado as montarias não foram levadas na jornada. E foi quando todos estavam guardando suas coisas para retomarem a caminhada que eles viram criaturas surgindo de fendas laterais à passagem em que os heróis estavam. Erzurel e Keira não identificaram, mas já haviam enfrentado aquelas criaturas antes. Eram dragões da fenda, três dessas criaturas.

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Os heróis foram atacados por Dragões da fenda.

Os dragões surgiram lançando sobre o grupo uma baforada ácida que atingiu quase todos. E velozmente iniciaram a sucessão de ataques. O combate foi perigoso e graças a coordenação das equipes conforme instrução de Arziel, saiu tudo bem. Os dragões da fenda foram vencidos. Duas das bestas jaziam mortas e terceira fugiu do combate.

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O confronto contra os Dragões da Fenda

Vencido o desafio contra as criaturas, o grupo prosseguiu. Algumas horas mais tarde, ocorreu uma conversa com Besh, na qual Erzurel intuiu que o gnomo pudesse não estar revelando tudo que sabia, mas o gnomo percebeu e se irritou plenamente com Erzurel, evitando dirigir-lhe qualquer palavra pelo restante do dia.

Descanso Perigoso

Quando o sol já beirava o limite das colinas, Besh começou a procurar um local onde o grupo pudesse passar a noite. No caminho ele chegou a identificar um local onde parecia há pouco tempo ter havido um confronto. Havia claros sinais de luta, mas ele omitiu os detalhes aos viajantes e apenas Arziel percebera.

A noite em uma clareira em meio as colinas Besh apontou um local ideal para passarem a noite. Gatts sugeriu que todos se acomodassem em seu refúgio mágico e apesar de claramente não se sentir à vontade, Arziel aceitou. Um casebre surgiu no plano determinado por Besh, uma construção de apenas um cômodo, com oito beliches. Aquela era a famosa magia: Abrigo Seguro de Leomund, e Gatts apreciava conjurá-la em momentos como aquele. Os turnos foram definidos:

1º Turno – Gatts
2º Turno – Xitoos
3º Turno – Keira
4º Turno – Henri
5º Turno – Melina
6º Turno – Erzurel
7º Turno – Arziel

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O Abrigo Seguro de Leomund

Cada um pegaria uma hora, com exceção de Arziel que teria um turno de duas horas, para que Lavínia não precisasse fazê-lo. Outra coisa que foi definida foi que quem pegasse o turno deveria ficar do lado de fora da construção e Melina tratou de colocar uma armadilha de alarme do lado externo da casa e avisou a todos que iriam pegar os turnos para ativá-la caso identificassem algo fora do comum. Lavínia entregou para Gatts uma ampulheta feita de vidro e ferro, o objeto era pequeno e ela disse: “- Foi ajustado magicamente para ao fim de uma hora brilhar levemente. Assim saberá que o seu turno acabara.”

Gatts foi o primeiro a pegar o turno e aproveitou para revisar algumas coisas escritas em seu grimoire e contemplar a noite de céu estrelado. Ali, naquele local, o silêncio imperava de modo natural, apenas morcegos e um lobo ao longe eventualmente produziam algum som. O furyondês olhava a ampulheta indicando o fim de seu turno, mas a disposição que tinha lhe permitiu ficar por um tempo mais. Quando a ampulheta voltou a brilhar, ele já estava com sono e os bocejos indicavam que era hora de descansar. Ele acordou o guerreiro bardo Xitoos, e foi descansar.

O Som dos sinos

Gatts acordou ouvindo o som de metal batendo em metal, e por um momento ele achou que estivesse sonhando, mas logo realizou. Eram os alarmes de Melina, alguma coisa não estava certa. E ele percebeu que nem todos acordaram. Haviam acordado Gatts, Henri, Xitoos, Lavínia e Melina, mas continuavam dormindo Erzurel, Besh, Keira e Arziel. E a primeira coisa que quem estava acordado fez foi acordar quem ainda não havia desperto.

Um som produzido magicamente chegou até o abrigo: “Socorro!” E apenas um membro da comitiva reconheceu a voz – Gatts e ele sabia exatamente a quem pertencia – Maurício!

Gatts sabia que o som havia sido produzido por uma magia conhecida como Som Ilusório. Certamente Maurício, estava em apuros e pelos seus cálculos o garoto deveria estar longe, e estava mesmo. Enquanto todos se mobilizavam em direção onde o pedido de ajuda havia vindo, Gatts conjurou um portal dimensional e sem levar qualquer apoio consigo surgiu a nove metros do chão em plena escuridão. Ele ouviu vozes retumbantes e na sequência armas perfurantes tais como lanças rasparam-lhe a pele, outras passaram distantes.

No momento seguinte fez-se luz. Saindo das sombras de Maurício, uma elfa apareceu em seu manto azul escuro como a noite, era Lavínia e ela veio com Luz, somado a isso, a real noção de quem os estava atacando. Eram gigantes, que eram dotados de duas cabeças em invés de uma.

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Gigantes Ettin

As ações subsequentes foram todas rápidas e contaram com uma importante sinergia. Maurício invocou uma estranha mágica, nunca antes testemunhada por Gatts ou Lavínia, ainda que lhes fosse conhecida. Sob os pés do gigante mais a noroeste, abriu-se sob seus pés um buraco com cerca de 3 x 3 metros. Percebendo que encarar os gigantes corpo a corpo seria arriscado, Gatts invocou uma barreira, na verdade uma muralha de fogo circundado ele, Lavínia, Maurício e Amphinis, a sua conjuração.

O Ettin mais a norte avançou contra Melina, que acabou revelando sua posição ao se queimar muito próxima do fogo invocado por Gatts. Mas se Gatts achava que o fogo seria uma barreira para a determinação dos Ettin, ele se equivocou e ficou surpreso quando dois daqueles gigantes saltaram para dentro do círculo de fogo, o combate acabava de ficar realmente muito perigoso. As chamas mágicas queimavam tudo que estava na sua borda externa, mas protegia qualquer um que estivesse em seu interior. Os gigantes não sabiam disso, mas acabaram arriscando.

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O combate evoluía perigosamente

A Ajuda que veio rápida

Erzurel, Arziel e demais chegaram logo que a muralha de fogo fora invocada, e sem qualquer dos gigantes a vista, além do que Melina enfrentava, seguiram para o inimigo. O confronto acabou sucedendo de forma rápida. Gatts percebendo o risco que os dois gigantes representavam dentro da muralha, tratou de dissipá-la. Amphinis mostrou sua forma de Eidolon e conseguiu derrotar um dos gigantes. Gatts e Melina derrotaram o outro.

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O último Gigante

O último gigante a ser derrotado foi o que havia caído no buraco mágico de Maurício. Quando a duração da magia terminou, o Ettin surgiu, e não entendeu que contra a força daquele grupo, qualquer resistência significaria a morte.

Sem Descanso

Gatts segurou Maurício pelo ombro e o virou em sua direção. O furyondês estava possesso. Enquanto o resto do grupo se reagrupava e avaliava os danos sofridos, Erzurel notava Gatts falando com o convocador de forma controlada e pausada, mas conhecia o aliado bem o suficiente para saber que ele estava tremendamente irritado e certamente as palavras inaudíveis que eram ditas à distância que estava, não deveriam ser nada tranquilas.

Arziel reuniu o grupo, agora com Maurício e falou a todos:

“- Aos que conseguiram dormir, ótimo e os que não, meu lamento. Daqui a poucas horas o sol irá nascer e nos poremos em marcha. Sei que os conjuradores, talvez à exceção de Henri, não dormiram o suficiente para poderem reaver suas magias, mas o tempo é um fator fundamental nessa missão, e precisamos muito dele.”

Arziel não sabia, também não era sua expertise, mas os sacerdotes recuperariam suas magias independente do sono faltante, o problema maior era para os conjuradores arcanos, para eles o descanso de oito horas era fundamental, e nem mesmo Lavínia, dispensada de pegar os turnos conseguiria estudar de forma ideal suas magias. Isso só serviu para deixar Gatts ainda mais irritado com Maurício. O convocador por sua vez, ainda que não denotasse em comportamento, arrependimento ou alegria por estar ali, parecia excitado com a expectativa da missão.

Cerca de um tempo depois o sol surgiu no limite das colinas a leste e toda a comitiva já estava em movimento. Não houve novos encontros inoportunos nas horas seguintes e por volta do sol alto, os heróis chegaram à Fenda de Caingorn. Um buraco com cerca de 20 metros de abertura que descia para o vazio em uma escuridão abaixo. Era possível ouvir o som de uma ruidosa cachoeira, certamente fruto de algum lençol freático ali existente. O grupo finalmente havia chegado ao início da missão.

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A fenda para Caingorn

Continua.

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Sobre o Autor: Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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