A capa desse tomo robusto é feita de madeira recoberta por couro negro, onde seu título foi gravado utilizando-se fios de prata, quartzo azul e ametistas. Duas tiras de couro reforçado dotadas de fechos prateados o mantém fechado. Trata-se de uma obra bastante conhecida sobre astrologia e astronomia escrita no ano de 1352 CV por Tethtoril, o Primeiro Leitor do Forte da Vela, a partir de traduções de textos imaskari, élficos e nethereses.
O ESPAÇO DOS REINOS
Espaço do Reinos é o termo utilizado para descrever o sistema solar Toriliano e tudo que o cerca. Localizado no Plano Material, ele está contido em uma esfera de cristal de 10,30 bilhões de quilômetros de diâmetro que o separa de outros sistemas solares e é formado pelo Espaço Selvagem (i.e. vácuo espacial), um sol, oito planetas e diversos corpos celestes.
AS ESFERAS DE CRISTAL
As esferas de cristal são conchas esféricas gigantes que contêm sistemas solares inteiros, mas parecem ser perfeitamente planas tanto quando vistas do lado de dentro como do lado de fora. Elas variam de tamanho, mas em regra possuem um diâmetro igual ao dobro do diâmetro da órbita do planeta mais afastado do sol ou do planeta que ocupa o seu centro. Suas “paredes” são feitas de um material cerâmico escuro indestrutível e sem gravidade que impede que o Phlogiston invada o Espaço Selvagem dos sistemas solares e os destrua.
Eventuais “aberturas” nas esferas de cristal são conhecidas como “portais” e permitem a passagem de viajantes e criaturas espaciais para dentro e para fora delas. Os portais surgem espontaneamente ao longo das “paredes” das esferas, mas algumas magias e itens mágicos são capazes de localizá-los ou até mesmo de criá-los ou fechá-los.
As esferas de cristal demarcam os limites da influência dos deuses cultuados pelas criaturas que a habitam. A energia mágica divina emanada de uma divindade adorada em um mundo de determinado sistema solar é severamente enfraquecida ou até mesmo completamente anulada após a esfera de cristal ser atravessada, a não ser que a deidade em questão também seja conhecida e cultuada no local de destino do viajante.
Não se sabe exatamente qual a origem das esferas de cristal. Alguns estudiosos afirmam que elas foram criadas para proteger os sistemas solares do Phlogiston. Outros acreditam que as esferas são mais antigas que os deuses e existem para delimitar suas áreas de influência.
A esfera de cristal que contém o Espaço dos Reinos é ligeiramente mais quente do que as outras esferas conhecidas (Espaço de Greyhawk, Espaço de Krynn e etc.), razão pela qual muitos estudiosos conjecturam que ela seria a mais antiga de todas, pois as esferas tornam-se mais quentes com o passar do tempo.
Além disso, a esfera que contém o sistema solar Toriliano possui diversos símbolos misteriosos e glifos crípticos de tamanho colossal entalhados em suas “paredes” internas. A origem deles é desconhecida. Tais selos arcanos são capazes de produzir efeitos místicos de proporções cataclísmicas se lidos magicamente. Todos são diferentes e podem ser ativados um número infinito de vezes.
Por outro lado, as vírgulas, pontos finais e acentos utilizados nessa escrita hermética são capazes de criar portais para o Plano Quase-Elemental da Radiância. Esses portais brilhantes, milhares de quilômetros distantes uns dos outros, parecem ser estrelas e constelações quando vistos da superfície de um planeta. Apesar da energia do Plano Quase-Elemental da Radiância ser altamente perigosa e destrutiva, existem relatos de viajantes que conseguiram atravessar a esfera de cristal criando uma passagem exatamente no local ocupado por esses “portais estelares”. O fenômeno se assemelharia à um “desaparecimento” temporário de uma estrela, se presenciado por um habitante de Faerûn.
Por fim, cabe ressaltar que a superfície interna da esfera de cristal que contém o Espaço dos Reinos é habitada por um misterioso grupo de centenas de milhares de humanóides conhecido como “Os Andarilhos”.
OS ANDARILHOS
Os Andarilhos são um misterioso grupo de centenas de milhares de criaturas pertencentes à todas as espécies de humanóides sencientes que habitam o Espaço dos Reinos. Eles vagam lado a lado pela superfície interna da esfera de cristal na direção norte-sul entoando cânticos silenciosos e gesticulando como se conjurassem uma magia. Todos trazem a marca de Torm em suas mãos.
Muitos estudiosos acreditam que essa estranha procissão de seres aberrantes é formada pelas almas de indivíduos malignos que morreram no Espaço dos Reinos. A cada cinco anos um espírito suficientemente malévolo seria escolhido para se juntar às fileiras dos Andarilhos, condenado a vagar pela superfície interna da esfera de cristal entoando sua estranha litania por toda a eternidade.
Acredita-se também que é o cântico dos Andarilhos que permite a abertura de portais na esfera de cristal. Se todos eles fossem eliminados, nenhum portal poderia ser aberto até que outra alma maligna fosse selecionada para recomeçar a canção. Como prova dessa assertiva, muitos estudiosos argumentam que durante o Tempo das Perturbações o cântico dos Andarilhos foi interrompido, o que impediu a abertura de portais através da esfera de cristal do Espaço dos Reinos até que a Guerra dos Deuses terminasse.
O PHLOGISTON
Phlogiston é o termo utilizado para designar tanto o espaço existente entre as esferas de cristal do Plano Material Primário quanto o fluido etéreo, opaco, caótico, multicolorido e altamente inflamável que o preenche. Esse fluido não é homogêneo, variando de densidade a depender do local. Além disso, contém correntes semelhantes às dos rios e mares, que podem ser usadas para navegar mais rapidamente através dele. Contudo, o Phlogiston se dissipa rapidamente dentro das esferas de cristal, não guardando qualquer semelhança com os quatro elementos (Água, Terra, Fogo e Ar). Não existe nenhum meio conhecido de reproduzi-lo artificialmente.
Uma característica importante do Phlogiston é que ele impede qualquer forma de acesso à outros planos, mesmo em se tratando de espaços extradimensionais criados por itens mágicos, como um Buraco Portátil. As viagens extraplanares somente voltam a ser possíveis quando o viajante ingressa no Espaço Selvagem de alguma esfera de cristal, exceto se ele for capaz de conjurar magias extremamente poderosas, como Desejo, por exemplo.
O SISTEMA SOLAR TORILIANO
Anadia: Anadia é o planeta mais próximo do Sol no Espaço dos Reinos. Visto da superfície de Toril, aparenta ser uma pequena esfera ambarina com polos verdes. Ele é habitado por tribos primitivas de Umber Hulks nas regiões equatoriais, que são quentes, secas e desérticas demais para permitir o florescimento de vida humanoide, e por halflings nos polos norte e sul, cujo clima é quente e úmido. Os orcs acreditam que Anadia é o Olho de Gruumsh. Um dia ele irá purificar Faêrun com uma chuva de fogo, deixando os filhos do Deus Insone livres para governar. Os elfos associaram o planeta ao deus Solonor Thelandira e o denominaram de Uluemyn. Por fim, vale lembrar que Anadia e Coliar também são conhecidos como os Arautos da Aurora.
Chandos: Chandos é o quinto planeta do sistema solar Toriliano. Os elfos o conhecem como Iaras e o associaram ao deus Labelas Enoreth. Visto da superfície de Toril, aparenta ser uma esfera de cor verde-amarronzada cujas características parecem mudar após algumas noites de observação. Ele é composto por grandes corpos de água onde flutuam enormes formações rochosas que emergem, afundam e se deslocam sem nenhum padrão previsível a cada rotação completa do planeta. Desprovido de camada de ozônio, o clima de Chandos é relativamente temperado apesar de sua distância em relação ao Sol. Todavia, as temperaturas variam drasticamente ao longo do ciclo dia-noite. A faixa equatorial do planeta apresenta altos índices pluviométricos. As ilhas dessa região são habitadas por plantas sencientes que caçam todas as demais formas de vida de Chandos. Além das plantas sencientes, o planeta também é habitado por anões, humanos primitivos e agressivos e orcs que desenvolveram uma forma colaborativa de sociedade. Por fim, vale lembrar que Chandos integra o grupo dos “Cinco Andarilhos”, os cinco planetas superiores do sistema solar Toriliano.
Coliar: Coliar é o segundo planeta do sistema solar Toriliano. Visto da superfície de Toril, aparenta ser uma esfera branco-acinzentada. Trata-se de um gigante gasoso envolvido por uma densa camada de nuvens de 160 quilômetros de espessura, depois da qual encontramos ilhas de matéria flutuante orbitando o seu centro de gravidade a diferentes altitudes. Elas contém lagos, rios, cavernas e florestas e são habitadas por homens-lagarto, aarakocra, dragões e outras criaturas voadoras. Os elfos associaram Coliar ao deus Erevan Ilesere e o denominaram de Luridel. Acredita-se que o arquimago Elminster Aumar possua algum tipo de refúgio escondido no planeta. Por fim, vale lembrar que Anadia e Coliar também são conhecidos como os Arautos da Aurora.
Garden: Garden é o sétimo planeta do sistema solar Toriliano. Raramente visto da superfície de Faerûn, aparenta ser uma pequena mancha esverdeada. Na verdade, não se trata de um planeta propriamente dito, mas sim de um aglomerado de asteroides conectados por uma planta de proporções titânicas conhecida como a Prole de Yggdrasil. Alguns desses asteroides são grandes o suficiente para conter cidades e até mesmo pequenos rios. Todos compartilham a mesma atmosfera. Não se sabe se a Prole de Yggdrasil é senciente, mas a planta é extremamente resiliente e longeva, seguindo as estações de Garden conforme continua seu ciclo de crescimento. Seu tronco principal é formado por centenas de troncos menores entrelaçados. Apenas as suas raízes existem no Plano Material. Observada à distância, ela parece as raízes de um jovem pé de batata extraído do solo. Devido à esse estranho formato, o nascer e o por do sol ocorrem de forma abrupta em Garden. Doze luas orbitam o planeta: Neta, Yerthad, Paeceon, Retinae, Glorianus, Fjord, Locci, Rocha do Dragão, Knurl, Sunson, Templar e Farworld. Ele é habitado por piratas e por um grupo de humanos escravagistas. Por fim, vale lembrar que Garden integra o grupo dos “Cinco Andarilhos”, os cinco planetas superiores do sistema solar Toriliano.
Glyph: Glyph é o sexto planeta do sistema solar Toriliano. Visto da superfície de Toril, aparenta ser uma esfera acinzentada cercada por um espetacular anel de asteroides e orbitada por três corpos menores (Haven, Mingabwe e Polluter). Trata-se de um planeta inóspito devido às queimadas sistemáticas de sua vegetação promovidas pelos Devoradores de Mentes que o habitam. O objetivo das criaturas é evitar que seus escravos fujam e se escondam nas florestas. A fumaça resultante dos incêndios acumulou-se na atmosfera, provocando precipitações constantes de chuva ácida. Ao invés de água em estado líquido, os oceanos de Glyph são formados por uma estranha substância gelatinosa capaz de saciar a sede. Ela jamais congela ou fica salobra, permanecendo sempre pura, a despeito da atmosfera poluída do planeta. Contudo, os seus polos são dotados de calotas polares feitas de gelo contaminado. O anel planetário de Glyph orbita o seu equador e durante o dia parece ser uma belíssima nuvem com extremidades afiladas. Ao cair da noite, partes dele assumem tons alaranjados, avermelhados e azulados. As mini-luas de Glyph foram transformadas em colônias de oortlings, que servem de alimento aos Devoradores de Mentes. Por fim, vale lembrar que Glyph integra o grupo dos “Cinco Andarilhos”, os cinco planetas superiores do sistema solar Toriliano.
Haven: Haven é o menor dos satélites que orbita o planeta Glyph. Trata-se de um asteroide oco de formado oval utilizado pelos Devoradores de Mente para negociar entre si, resolver disputas e planejar sua expansão, além de servir como base para as forças que patrulham a região em busca de intrusos. Embora a gravidade funcione normalmente em seu exterior, no interior do asteroide seu sentido é revertido. Diversas espécies de bolores, fungos e cogumelos purificam o ar das instalações dos Devoradores de Mente localizadas nas entranhas de Haven.
H’Catha: H’Catha é o oitavo planeta do sistema solar Toriliano. Visto da superfície de Toril, aparenta ser uma centelha cristalina de branco diamantino, embora existam relatos de H’Catha ter aparecido no céu como uma estrela verde esmeralda. Trata-se de um disco de 482 quilômetros de espessura composto de água cristalina com uma única montanha em seu centro (conhecida como “O Eixo”), que está sempre apontada diretamente para o sol. Visto à distância, H’Catha se parece com uma gigantesca roda de carruagem. Seu clima é frio, com uma temperatura invariável de 10º C. Duas luas orbitam o planeta ao nível da linha do equador: Turnbetl e Lumbe. Elas são as responsáveis pela existência de correntes marinhas em H’Catha. A água do planeta cai constantemente de suas extremidades, evaporando em uma neblina densa que obscurece as bordas do disco. Ele é habitado por várias espécies de Observadores, que lutam constantemente umas contra as outras pelo controle do Eixo. Por fim, vale lembrar que H’Catha integra o grupo dos “Cinco Andarilhos”, os cinco planetas superiores do sistema solar Toriliano.
Karpri: Karpri é o quarto planeta do sistema solar Toriliano. Os elfos o conhecem como Ochael e e o associaram ao deus Rillifane Rallathil. Visto da superfície de Toril, aparenta ser uma esfera da cor de safira dotada de enormes calotas polares brancas. Trata-se de um planeta oceânico, sem nenhuma massa de terra, cuja zona equatorial é dominada por uma imensa faixa de algas marinhas infestada de insetos. Embora o ar de Karpri seja bastante puro, a sua água é repleta de bactérias e micro-organismos que a tornam imprópria para o consumo. Enquanto as calotas polares são habitadas por criaturas adaptadas ao frio (ursos polares, yetis e etc.) e uma pequena população de gnomos (no polo sul), as águas de latitude temperada e tropical são o lar de elfos aquáticos originários do Mar sem Rastros de Toril. Por fim, vale lembrar que Karpri integra o grupo dos “Cinco Andarilhos”, os cinco planetas superiores do sistema solar Toriliano.
Lágrimas de Selûne: As Lágrimas de Selûne são um aglomerado de asteroides que parece seguir a lua de Toril em sua órbita pelo céu. Da superfície do planeta eles aparentam ser estrelas e somente brilham o suficiente para serem vistos durante à noite, embora nem sempre seja possível enxergá-los no céu noturno. Embora existam centenas de asteroides orbitando um misterioso castelo localizado em um deles, apenas nove são identificáveis de forma clara e distinta da superfície de Faerûn. Os elfos de Encontro Eterno acreditam que as Lágrimas de Selûne são um sinal de que os deuses estão satisfeitos com seus avanços nas artes mágicas. Já os goblinóides afirmam que elas são parte de um plano dos magos humanos para tornar todas as noites mais claras. Para os humanos, o aglomerado de asteroides são as lágrimas da deusa Selûne, derramadas depois de ela ter encarcerado o belo guerreiro pelo qual se apaixonou em uma gema feita de sua essência vital, pois ele revelou ser um terrível monstro metamorfo sedento por caos e destruição.
Lumbe: Lumbe é a lua mais distante do planeta H’Catha. Ela possui formato cilíndrico e é feita de metal. Seu interior aparentemente era o laboratório arcano do poderoso e misterioso mago Sarelk.
Mingabwe: Mingabwe é uma pequena lua do planeta Glyph onde todas as raças que exploram o Espaço dos Reinos é bem vinda. Embora a sua superfície seja fria, vazia e coberta por gelo compacto, existem plantas comestíveis e água potável que podem ser coletadas livremente. Os únicos locais aquecidos são aqueles nos quais foram construídos os abrigos para visitantes. Somente o paladino Justin Matador de Demônios se estabeleceu em caráter permanente em Mingabwe. Até onde se sabe, ele é o único escravo dos Devoradores de Mente que conseguiu escapar de Glyph.
Polluter: Esta pequena lua orbita Mingabwe, uma das luas do planeta Glyph. Marcada pelo impacto constante de asteroides, ela contém água congelada mas nenhuma atmosfera. Alguns rumores afirmam que dois itens mágicos malignos foram escondidos em Polluter. Eles pertenciam à Justin Matador de Demônios antes de ele se tornar um paladino.
Os Sargaços: Doze zonas esféricas de magia morta equidistantes entre si orbitam o Sol do Espaço dos Reinos a 64 milhões de quilômetros de distância dele. Elas possuem 160 mil quilômetros de diâmetro e são conhecidas como Sargaços.
O Sol: Uma única estrela irradia uma quantidade adequada de calor a todo o Espaço dos Reinos. Todavia, ela é particularmente suscetível a erupções solares, que ocorrem com frequência. Sua superfície contém diversos portais para o Plano Elemental do Fogo e doze zonas esféricas de magia morta conhecidas como Sargaços a orbitam. Acredita-se que tal estrela foi criada por Selûne a pedido da deusa Chauntea, que desejava uma fonte de calor para nutrir a vida que florescia em Toril. A Donzela da Lua então inflamou um dos corpos celestes que flutuava no Espaço Selvagem, criando o Sol. Isso teria sido o estopim do conflito entre Selûne e Shar, que perdura até os dias de hoje.
Selûne: A lua que orbita Toril é conhecida como Selûne. Bastante brilhante, ela é capaz de projetar sombras pálidas em uma noite clara. Seu ciclo completo dura 30 dias, 10 horas e 30 minutos, razão pela qual costuma estar cheia no primeiro dia de cada mês e também à meia noite do primeiro dia de cada ano bissexto. Apenas um dos seus lados pode ser visto a partir da superfície de Toril, pois os períodos de revolução e rotação de sua órbita ao redor do planeta coincidem. Contudo, esse lado visível encontra-se protegido por uma poderosa ilusão que o faz parecer uma vasta planície desolada, repleta de vales e crateras. Essa ilusão flutua a cerca de 800 quilômetros da superfície do lado visível de Selûne e somente um Desejo consegue devassá-la, revelando sua aparência verdadeira a quem conjurou a magia. Já o lado mais distante (também conhecido como “Lado Escuro”) não se encontra camuflado por ilusão nenhuma. Como a lua de Toril realiza exatamente 48 revoluções sinódicas a cada quatro anos, ela sempre estará na mesma fase em que estava há quatro atrás em determinada data e horário. A superfície de Selûne possui dois enormes mares e diversos lagos de grande porte, além de ser pontilhada por cidades interligadas por belíssimas estradas. Seus habitantes a chamam de Leira e são conhecidos como selûnianos, embora prefiram o termo leiranos.
Toril: Também conhecido como Abeir-Toril (“Berço da Vida”) em uma língua antiga e esquecida, Toril é o terceiro planeta do sistema solar Toriliano. Ao seu redor orbita uma lua conhecida como Selûne, que é seguida por um aglomerado de asteroides denominado de Lágrimas de Selûne. Seus principais continentes são Faerûn, Zakhara, Kara-Tur, Maztica, Anchorome, Katashaka e Osse.
Turnbetl: Turnbetl é a lua mais próxima do planeta H’Catha. Ela possui formato esférico e sua atmosfera é altamente volátil e inflamável, explodindo com a violência de uma ou mais Bolas de Fogo ao entrar em contato com oxigênio.
ESTRELAS E CONSTELAÇÕES
As Adagas Gêmeas: Localizada na porção ocidental do céu, esta constelação é composta por dois aglomerados de estrelas azuladas que formam arcos descendentes no firmamento, um do lado do outro, apontando para baixo. O centro do espaço existente entre as “lâminas” das “adagas” indica o Oeste Verdadeiro. Os elfos a conhecem como “Os Olhos de Uelaereene” (uma antiga rainha élfica). No norte da Costa da Espada ela é chamada de “Os Olhos da Observadora”. Já os Bedine do Anauroch se referem a esta constelação como “Os Olhos de Elah” ou “As Duas Jambiyas”. Por fim, os halflings de Lurien a denominaram de “A Gaivota”.
Angharradh: Constelação de formato feminino de grande importância para os elfos da lua, pois representa a deusa tripartite Angharradh. Entre os humanos ela é chamada de Velessea em homenagem à poderosa feiticeira homônima das terras do norte, bastante conhecida pela sua luta incansável contra as hordas de goblinóides e pela ajuda providencial à viajantes em necessidade.
O Arqueiro: Também conhecida como Labraen entre os elfos, esta constelação costuma ser vista como uma espécie de “companheira” da constelação “O Espadachim”. Durante a noite, as duas parecem estar se encarando no firmamento. Contudo, os thayanos acreditam que “O Arqueiro” na verdade é o poderoso guerreiro Rivalyn, que desempenhou um papel crucial na defesa de Thay durante a primeira invasão de Mulhorand. De acordo com essa lenda, “O Espadachim” é ninguém menos que Amentira, o faraó que ordenou o ataque.
O Bufão: Essa constelação brilha bastante durante todo o mês de Eleint, em especial quando o Festival da Colheita se aproxima. Entre os elfos, ela é conhecida como “A Dançarina” e recentemente foi associada a Eilistraee, a Dançarina Sombria. Contudo, os elfos de Encontro Eterno rejeitam essa teoria, pois não aceitam que o Bufão seja corrompido por conceitos extraídos da magia negra dos drow.
O Cálice: Este agrupamento de estrelas em formato de taça também é conhecido como Chebelos ou Odalin, palavras de origem raunvirana cujo significado se perdeu no tempo. Contudo, alguns textos sugerem que o Cálice era de grande importância para o povo do Império de Raumathar.
Cassima: Essa constelação também é conhecida como “A Ave do Paraíso” e “A Fênix”. Segundo os elfos, Cassima era uma jovem donzela que foi condenada à morte na fogueira pela prática de bruxaria. Contudo, Hanali Celanil decidiu salvá-la, transformando-a em um pássaro de fogo que ascendeu aos céus. Os humanos acabaram adotando o mito élfico, mas a benfeitora de Cassima costuma ser identificada como Selûne ou Lliira.
Os Chifres: Trata-se de um aglomerado de estrelas agrupadas em uma formação em “V”. Para muitas culturas primitivas, a figura dos chifres de um animal simbolizava boa sorte, fortuna e fertilidade. Por isso, acredita-se que essa constelação era bastante importante para os primeiros adoradores de Waukeen, em especial nos reinos de Amn, Tethyr e nas Terras Centrais Ocidentais. Entre os elfos, os Chifres são conhecidos como Shansibal, a mítica Cornucópia, ocupando um papel de destaque no culto à Aerdrie Faenya. Já os halflings a chamam de “O Seio de Sheela”, em homenagem à deusa dos banquetes, festivais e romance. Orcs e anões se referem aos Chifres como “O Punhal”, enxergando a constelação como um presságio para os guerreiros. Os orcs inclusive afirmam que ela é uma manifestação de Ilneval, o deus da guerra.
O Cinturão de Belnimbra: Trata-se de uma série de cinco estrelas que recebeu esse nome em homenagem à primeira humana de Faerûn, Belnimbra, que teria sido transformada em um cisne e depois perseguida pelo deus Lanthander. Em Unther e Mulhorand ela é conhecida como o Cinturão de Ishtar. Os halflings acrescentam mais duas estrelas próximas à sequência e chamam a constelação de “O Cachimbo”. Por sua vez, os elfos a denominaram de “Lágrimas de Corellon” e as consideram lágrimas reais derramadas pelo Protetor quando descobriu que Lloth havia conseguido corromper os drow. As lendas élficas dizem que as Lágrimas de Corellon emitiram um brilho escarlate durante a queda de Myth Drannor.
Círculo Estelar de Mystra: Também conhecida como “A Coroa do Norte”, “A Coroa Gélida”, “O Olho do Mal”, “O Poço de Escuridão” e “O Círculo de Moedas” (atiradas para o alto pelos deuses para provocar a cobiça dos mortais), esta constelação consiste um maravilhoso anel de grandes estrelas brilhantes com um vazio de escuridão absoluta em seu centro. Uma delas, a Estrela Frontal, indica o Norte Verdadeiro. Muitas fábulas afirmam que o Castelo da Noite de Mystra flutua suavemente em meio às trevas aglutinadas no centro desse anel de estrelas. Por sua vez, algumas tribos de Bedine do Anauroch acreditam que na verdade a constelação nada mais é do que a Tenda de N’asr, o Deus dos Mortos, embora a maioria deles conheça o Círculo Estelar de Mystra como “O Círculo de Espadas”, pois suas estrelas seriam as cimitarras dos maiores heróis Benine recolhidos pela supracitada divindade. De acordo com os astrônomos dos elfos, existia uma estrela que ocupava o centro do anel. Ela se chamava N’landroshien (“A Escuridão na Luz”, em uma tradução livre) e parece desempenhar um papel muito importante em diversos mitos élficos sobre o fim dos tempos. Contudo, não é avistada no céu noturno há muitos milênios.
Correllian: Esta constelação outonal é composta por treze estrelas, possuindo grande significado religioso entre os elfos, em especial os elfos da lua, pois o seu surgimento marca o final do verão.
O Espadachim: Também conhecida como “O Guerreiro” e “O Sentinela”, esta constelação costuma ser associada a valores como lealdade, proteção, batalha e liberdade em diversas culturas de Faerûn. Muitos mitos modernos dos humanos afirmam que ela está relacionada aos feitos de Torm ou de Tempus. Por sua vez, o Fpovo das ilhas Moonshae acredita que o Espadachim é alma do legendário herói Cymrych Hugh, colocada no firmamento pela Mãe Terra. Já os elfos afirmam que essa constelação é o espírito de Auranamn, o Primeiro Elfo, que lutou ao lado de Corellon Larethian no grande combate contra Gruumsh. Após a sua morte no campo de batalha, foi elevado aos céus para melhor vigiar a raça élfica.
Estrela Frontal: A Estrela Frontal é a estrela mais brilhante do Círculo Estelar de Mystra e indica o Norte Verdadeiro. Os Bedine do Anauroch a chamam de Alagairtha em homenagem à uma bela e orgulhosa feiticeira que desafiou os deuses muito tempo atrás. Como punição pelo seu crime, foi aprisionada no firmamento tanto para preservar sua beleza incomparável como para permanecer paralisada e indefesa por toda a eternidade.
A Estrela de Mystra: A Estrela de Mystra é uma das mais brilhantes do firmamento e possui o mesmo significado para todas as raças de Faerûn. Acredita-se que sua luz azulada costuma refulgir com mais intensidade no momento do nascimento de magos notáveis, como Ahghairon de Águas Profundas, por exemplo.
A Estrela de Osíris: Uma das estrelas mais brilhantes do hemisfério sul, Osíris não pode ser vista por ninguém que esteja ao norte de uma linha imaginária traçada sobre o meio do Mar das Estrelas Cadentes. No antigo reino de Mulhorand, acreditava-se que a luz emitida por ela era o portal para o Reino dos Mortos através do qual a alma dos mortais falecidos ascendiam até o deus Osíris.
A Estrepe: Também conhecida como “As Flechas dos Deuses” e “O Sinalizador Solar” entre os humanos, esta constelação é formada por um grupo de três linhas de estrelas dotadas de um aglomerado de estrelas em suas “pontas”. As três pontas convergem em uma mesma direção e no ponto onde se tocam fica o Leste Verdadeiro. Os elfos chamam esta constelação de Adarivael e a consideram sagrada para Solonor Thelandira, o deus élfico das caçadas. Já o povo nômade do Anauroch a conhece como “As Flechas de At’ar’s” e acreditam se tratam de três poderosas flechas disparadas pela deusa do sol para lhes guiar ao longo do Grande Mar de Areia.
Ghastis: Esta constelação recebeu um nome diferente em quase cada cultura de Faerûn. Na floresta de Gulthmere ela é conhecida como “Nobanion, o Grande Leão”. Entre os nômades do Shaar, como “O Leopardo”. Nas terras do norte, como “Asglyn, o Lobo”, leal companheiro de Gwaeron Windstrom. Em Aglarond e Rashemen, como “Narnos, o Cão de Guarda”. Mais ao sul, nos Antigos Impérios, como “Ghastis, o Chacal Selvagem”. Contudo, as raças semi-humanas não parecem reconhecer essa constelação e por isso não lhe deram nenhum nome específico, exceto pelos elfos, que chamam parte dela de Elael, o Artífice da Música, em homenagem à um bardo que compôs uma canção tão doce e pura que comoveu os próprios deuses.
O Gorgon: Nas cidades do Norte costuma-se afirmar que o nome dessa constelação tem origem no mito do herói Uthgar. Ele teria derrotado um gorgon sozinho e com as mãos nuas, tornando as terras da Fronteira Selvagem novamente seguras para seu povo. Já ao sul, especialmente entre os nômades do Shaar, essa constelação é conhecida como “O Camaleão”, o trapaceiro ardiloso que eternamente importuna o Leão Uerdyl (i.e. a constelação “O Espadachim”) em seu trajeto pelo firmamento.
Ieriyn: Também conhecida como “A Estrela do Marinheiro”, Ieriyn é a estrela mais brilhante do firmamento, ofuscando até mesmo a Estrela de Mystra, e pode ser encontrada bem acima do Polo Norte de Faerûn. À medida que a noite passa, ela parece permanecer fixa em um ponto do céu, indicando para qual direção fica o norte, o que auxilia a navegação tanto no mar quanto em terra firme. Os seguidores de Selûne a consideram uma dádiva sagrada e muitos marinheiros costumam pedir sua proteção durante as orações. Os elfos a chamam de Y’landrothiel.
Maerilzoun: Esta constelação em forma de serpente foi denominada de Maerilzoun pelos antigos Imaskari antes mesmo dos poderosos impérios de Unther e Mulhorand surgirem. Nos mitos do Império Raurin, Maerilzoun era retratada como uma imensa e malévola serpente que um dia iria descer do firmamento para devorar o Sol. Os poucos sábios e astrólogos de Faerûn que conhecem essa lenda costumam identificar Maerilzoun com Dendar, a Serpente Noturna, uma das Encarnações Ancestrais do Mal. Contudo, para a maior parte dos estudiosos e para as pessoas comuns, essa constelação é simplesmente “A Serpente”. O povo nômade do Shaar a enxerga como a contraparte divina de ” Uerdyl, o Leão”, personificado na figura da constelação “O Espadachim”. Já nos Impérios de Areia (Amn, Calimshan e Tethyr), a Serpente é considerada auspiciosa por todos aqueles que praticam suas artes sombrias durante a noite, como assassinos, ladrões e magos, por exemplo.
A Marcha do Mago: Essa constelação é formada por um grupo de três estrelas: Ulazimir, Iziaslau e Rahnieda. Muitos estudiosos acreditam que elas receberam esses nomes nas terras dos rashemi e dos raunviranos. Segundo os mitos desses povos, as estrelas eram magos poderosos que vagavam pela terra defendendo as pessoas de monstros e saqueadores, além de aconselharem os governantes locais.
A Moeda do Rei: Esta estrela brilhante e amarelada forma o pomo da espada da constelação “O Espadachim”. Acredita-se que ela brilha com mais intensidade no momento do nascimento de algum governante destinado à realizar grandes feitos. Algumas fábulas contam que ela chegou a desaparecer do firmamento quando determinados monarcas faleceram, como por exemplo Faerlthann Obarskyr, primeiro rei de Cormyr. Na antiga Imaskari a Moeda do Rei era conhecida como Imadain, que significa algo como “A Estrela da Fortuna do Rei”. Recentemente, ela ganhou bastante relevo entre os seguidores de Siamorphe, que acrescentaram sua imagem aos seus brasões, especialmente nas terras de Tethyr.
A Nebulosa Galeão: Esta nebulosa se parece um enorme galeão multicolorido. Costuma aparecer no firmamento durante o outono e o começo do inverno. Ela compartilha sua órbita com a Nebulosa do Leque Cromático, mas do lado oposto, de modo que as duas jamais podem ser vistas ao mesmo tempo da superfície de Toril. Alguns astrólogos acreditam que a Nebulosa Galeão foi posta no firmamento pelas divindades da magia como um convite para que os mortais explorem as estrelas. Já outros estudiosos afirmam que as supostas suas propriedades mágicas imprevisíveis são um aviso acerca dos perigos das viagens espaciais.
A Nebulosa do Leque Cromático: Essa nebulosa em formato de leque consiste em uma enorme nuvem multicolorida que brilha de modo semelhante aos efeitos produzidos pela magia Leque Cromático. Costuma aparecer no firmamento durante a primavera e o começo do verão. Ela compartilha sua órbita com a Nebulosa Galeão, mas do lado oposto, de modo que as duas jamais podem ser vistas ao mesmo tempo da superfície de Toril. Para os seguidores de Mystra, a Nebulosa do Leque Cromático é um sinal de que a deusa está satisfeita com o uso que eles fazem da magia. Já para os seguidores de Bane (e posteriormente de Cyric), ela é a manifestação de sua fúria, aniquilando tudo em seu caminho.
Shaundral: Também conhecida como “A Estrela Errante” e “O Olho de Beshaba”, essa estrela errática parece vagar pelo firmamento emitindo um pulso de luz brilhante. Às vezes ela permanece por muitos anos em um mesmo lugar, mas subitamente se desloca para outro. Existe um consenso entre os astrônomos de que Shaundral não é um planeta ou outro corpo sólido. Entretanto, a sua verdadeira natureza é motivo de muita especulação. Seja como for, ela parece brilhar com maior intensidade quando um grande desastre está prestes a se abater sobre Faerûn.
Tassabryl: Segundo um mito bastante difundido em toda Faerûn, essa constelação recebeu o nome de Tassabryl, uma belíssima princesa que viveu em um reino já desaparecido há muitas eras. Contudo, Tassabryl também era muito vaidosa e imprudente e passou a gabar-se de ser mais bela do que Sune. Para punir sua arrogância, a Deusa do Amor decidiu amaldiçoá-la: todos que a vissem ficariam encantados com sua beleza, exceto o seu amor verdadeiro, que a acharia hedionda e repulsiva. Depois de ser rejeitada pelo homem que amava, a princesa se atirou ao mar e nunca mais foi vista. Por essa razão, até hoje as pessoas muito vaidosas ou tolas são conhecidas em certas partes de Faerûn como “crianças de Tassabryl”.
O Tritão: Entre os humanos, esta constelação é majoritariamente conhecida como “O Tritão”, embora no Mar de Alambar ela seja chamada de Poseidon, em Sossal de Ulutiu e em Calimshan de “Bhalaene, o Rei do Mar”. Os elfos a denominaram de Shashelas das Profundezas. Duas estrelas ao lado da constelação receberam os nomes de Tilvadar e Tambaun, em homenagem aos dois companheiros golfinhos leais ao Deus do Mar élfico.
O Trono: Entre os humanos, este aglomerado de estrelas é conhecido como “O Trono” em homenagem à Rainha Jansreene da cidade flutuante de Asram, um dos três enclaves voadores salvos por Mystra durante a Queda de Netheril. Os anões chamam essa constelação de “A Forja” e a consideram sagrada, especialmente os devotos de Moradin. Alguns estudiosos afirmam que por volta de -700 CV um cometa passou por ela, anunciando a fundação da nação anã de Delzoun. Na antiga Narfell ela era conhecida como “O Altar” e representava o altar onde os Nars faziam sacrifícios aos seus deuses sombrios. O nome ainda é utilizado até hoje nas Terras Demoníacas, embora os sacrifícios ritualísticos supostamente tenham cessado.
Uruath: Localizada na porção sul do céu do deserto do Anauroch, essa constelação é composta por uma linha tortuosa de estrelas que “rasteja” paralela à linha do horizonte. Na extremidade voltada para a direção oeste existe um aglomerado de estrelas brilhantes que formam algo semelhante à uma cabeça. Já na extremidade voltada para a direção leste as estrelas curvam-se em uma espécie de cauda. Para os Bedine, trata-se da Serpente da Areia ou Uruath, a Devoradora, uma entidade mais antiga que os deuses, completamente selvagem e amoral, capaz de devorar montanhas, lagos e florestas e deixar para trás apenas areia. Sua presença na porção sul do céu indica que o deserto irá se expandir continuamente nessa direção. Contudo, a linha de estrelas que forma Uruath não é tão visível em outros pontos de Faerûn, seja porque não aparece no firmamento na maior parte do tempo, seja porque se confunde com outras constelações e não é vista como uma unidade. De qualquer sorte, nos Pântanos de Tun e em Cormyr, Iriaebor e Portão Ocidental ela é reconhecida como a constelação que indica o Sul Verdadeiro e denominada de Faeraula, “A Espada do Sul”, “Fogos do Sul” e Relâmpago, respectivamente.