A Cidade Perdida de Luckendor, 2ª Parte: A Águia, a Coruja e a Serpente, sessão I

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No dia 10/02/2015, das 20:30 às 23:00 houve uma sessão online do Grupo 2. Nessa sessão os heróis chegam na Cidade Perdida de Luckendor após 13 dias de viagem extenuante pelas areias do deserto de Myd-Arventhor.

Essa sessão marca o início da aventura A Cidade Perdida de Luckendor, 2ª Parte: A Águia, a Coruja e a Serpente.

A Lenda de Luckendor e de Haran-Pharak

Enquanto andavam pelas areias em direção a cidade, a pedido dos heróis, Sâmira Olhos-de-Esmeralda conta a história da lendária cidade de Luckendor e de Haran-Pharak, o sumo-sacerdote Portador do Olho-de-Fogo.

Chegada a Cidade Arruinada

Os heróis chegam até a cidade de Luckendor por volta do meio-dia, após cerca de 6 horas de caminhada, portanto mais cedo do que o previsto. No caminho até os portões da cidade percebem diversas ossadas e esqueletos espalhados nas areias, com mais frequência do que viam anteriormente.

Armas enferrujadas, pedaços de rocha, metal enferrujado, panos e tecidos rasgados e outros entulhos que estavam soterrados são revelados pelos ventos a medida que se aproximam. Um sinal de que houve civilização a muito tempo atrás.

Quando chegam até os portões notam diversas rachaduras e fendas que destroçaram as muralhas de pedra. Torres abandonadas e semi-destruídas podiam ser vistas. Aquela altura os heróis imaginavam a época em que Luckendor tombou diante dos exércitos de Tharkesh, conforme contou Sâmira sobre a história do lugar.

A entrada, uma passagem em arca com 4,5m de largura, sem portas ou grades, estava simplesmente escancarada. Nenhum um sinal de vida.

Antes de adentrarem, a ladra Zelot confere se não tem nenhuma armadilha. Com cuidado ela vasculha a passagem, as laterais e o chão, mas não encontra nada. Apenas um corvo gralhava em cima da muralha, observando-a. Ele parecia recepcionar os novos visitantes.

O grupo começa a entrar em Luckendor. Preparados e em estado de alerta, começam a explorar as antigas ruas da cidade.

Recepção Inusitada

Em dado momento o grupo resolve parar para discutir. Eles queriam saber para onde deveriam ir exatamente. O local onde param tem alguns bancos e até um chafariz parcialmente destruído. Passagens em arca e restos de antigas construções bem como uma torre arruinada e um coqueiro podiam ser vistos ao longe. Eles pareciam estar em uma antiga praça.

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Ruínas Luckendor.

Em dado momento, as sombras das ruínas pareciam ficar mais intensas a ponto de escurecer o local onde estavam. As colunas e muralhas destroçadas parecem ficar maiores do que realmente eram. Figuras sinistras nas sombras se aproximam, vindos de todos os lados. Esses humanóides aos poucos se aproximam enquanto os heróis se preparam para um possível combate.Krusther utiliza mais uma vez o Bastão de Haran-Pharak para guiar o grupo. Entretanto, ao contrário das outras vezes enquanto o grupo viajava pelas areias de Myd-Arventhor, ele nada sente. Os heróis aproveitam para descansarem sob as sombras, alguns se sentam em bancos ou recostam nas paredes, afinal a dias estão caminhando em um terrível deserto.

As figuras sinistras aos poucos se revelam para a luz e os heróis podem ver humanóides altos, atléticos cujo as cabeças são cobertas por um elmo fechado que lembra a de um animal, semelhante a um lobo ou raposa, de tonalidade negra-esverdeada. Eles usam lanças curtas, espadas de lâmina curva e alguns portam arcos-longos reforçados. Vestem armaduras com partes de metal e couro.

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Sentinela Valumbar, Alkemor.

Nesse momento os heróis se preparam para o combate. Krusther conjura armadura arcana, Eberk, que estava responsável de proteger a garota Sâmira procura escondê-la atrás de uma mureta, Sean prepara-se para sacar sua espada larga e Zelot se esconde, aproveitando a cobertura dos demais membros do grupo. A ladra aproveita para contar o número de inimigos e estima que sejam entorno de 10.

Uma figura humanoide usando mantos vermelho escuro com detalhes em prata se aproxima. Ele levanta a cabeça e revela sua face. Um homem careca, de olhos brancos com um cavanhaque grosso. Sua expressão não é nada amigável. Ele fala em voz alta em duas línguas, a primeira os heróis não entendem, depois ele repete em comum:

Farid: “Quem são vocês, intrusos? O que fazem nas Ruínas de Luckendor?”

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Farid

O halfling Vlendzer assume a dianteira, levanta as mãos em sinal de paz e diz:

Vlendzer: “Somos viajantes e viemos em paz. E vocês, quem são?”

O homem observa o halfling, o encara e diz:

Farid: “Vocês não são dessas terras. Me parecem exploradores em busca de tesouros e fortunas. Não os deixarei saquearem esse local sagrado!”

Vlendzer caminha um passo a frente e responde em voz alta:

Vlendzer: “Não, não viemos para isso. Nós fomos enviados para uma missão especial e nos não sairemos até cumpri-la”.

O homem olha para os outros membros do grupo, levantando a cabeça como se quisesse intimidar e fala:

Farid: “Não há nada para vocês aqui. Retornem de onde vieram se não quiserem perder suas vidas nessas areais”

Percebendo que seus companheiros estão ao seu lado, o halfling fala mais alto e sem pestanejar:

Vlendzer: “Você não está entendendo. Viemos para cumprir a Profecia de Haran-Pharak. Estamos com a garota de Olhos-Esmeralda.”

Nesse momento o clima fica mais tenso. Os seres com cabeça de animais seguram com mais força suas armas. As flechas em seus arcos ficam tesas, prontas para serem disparadas. Até que uma terceira voz, feminina, irrompe o silêncio:

Latifa: “Já chega, Farid! A chegada desses viajantes era aguardada! Mande os Sentinelas de Valumbar se afastarem!”

Uma bela mulher se aproxima. Ela possui uma pele lisa, olhos castanhos penetrantes e veste uma burca vermelha, com algumas joias ornamentadas.

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Latifa.

Ela caminha suavemente entre as ruínas enquanto fala:

Latifa: “Perdoem a rispidez de Farid. Mas é porque esse local já foi alvo de muitos ladrões e saqueadores. Os Sentinelas de Valumbar estão aqui para impedir que o legado e história desse local se perca e os templos sejam profanados. A chegada de vocês era aguardada pelo meu irmão Mennak. Meu nome é Latifa, serei a anfitriã de vocês.

Ao escutar sobre Sentinelas de Valumbar, Krusther se recorda que havia encontrado guardiões de Valumbar na aventura em que fizeram em Terjeruk, a primeira em Alkemor. Naquela ocasião os guardiões do Falso-Faraó Davlok usavam armaduras e ornamentações com penas negras e usavam elmos em forma de cabeças de corvos. Krusther se recorda que o Corvo é um animal que representa Valumbar, mas que em dado momento, explorando a Pirâmide Enterrada, ele havia visto imagens desenhadas nas paredes de um homem com cabeça de chacal, semelhante a esses Sentinelas. O feiticeiro conclui que esse pessoal talvez esteja falando a verdade.

Enquanto a bela mulher se aproxima, um outro homem sai de trás dela. Um homem de pele negra, careca, usando trajes simples de pano com tonalidade amarelada. Marcas em sua pele, semelhante a queimaduras podem ser vistas. Ele encara os heróis  com um olhar sério e penetrante. A única arma que porta é  uma cimitarra na cintura, a qual ele levemente repousa a mão direita. Latifa diz:

Latifa: “Este é meu guardião, Nyaga. Ele não é de falar, mas não se preocupem, ele não irá fazer nenhum mal. Posso saber quais os nomes de vocês viajantes?”

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Nyaga

Vlendzer, surpreso, dá um leve olhar para Krusther e Sean e diz:

Vlendzer: “Me chamo Vlendzer Goodbarrel. Represento meus companheiros. Viajamos por muitos dias por essas areais. Como vocês sabiam que estávamos chegando?”

Latifa responde ao pequenino:

Latifa: “Sei que vocês possuem muitas perguntas, mas antes, por favor, deixem-me que os levem a um local onde possam descansar da longa viagem que tiveram. Levarei-os ao Manancial de Yezdegerd, lá poderão recuperar suas forças e descansar até Mennak os convocarem. No caminho responderei algumas de suas dúvidas.” – Fala a mulher com um sorriso no rosto.

Krusther se aproxima e diz:

Krusther: “Meu nome é Krusther Nesmish. Se eu não fosse prometido da Princesa Érika, iria cortejá-la. És muito bonita, senhorita Latifa.”

Latifa: “Muito obrigada pelo elogio, senhor Nesmish.” – Responde a mulher, ruborizada.

Vlendzer levanta um leva sorriso e diz: 

Vlendzer: “Bem, nós  realmente estamos muito cansados. Aceitamos sua oferta senhorita Latifa. Muito obrigado.”

Latifa sorri para o halfling e acena positivamente com a cabeça. Em seguida se aproxima da garota Sâmira e se agaixa próximo a ela. Um aroma adocicado com cheiro de pêssego pode ser sentido sobrevoando o ar seco e árido a medida que ela caminha.

Ela toca levemente no rosto da garota, olha para os seus olhos e diz:

Latifa: “Então a profecia está se cumprindo. Você é a prometida de Surya, a garota que nasceria com a marca, a única capaz de encontrar a Terceira Chave. É como Haran-Pharak e seus escritos antigos diziam. Está tudo ocorrendo conforme ele planejou. Você está preparada, minha jovem criança. Graças a proteção de seus guardiões estrangeiros você chegou até o seu destino.”

O homem que falou no inicio com os heróis, o tal de Farid, a observa e depois olha para dois sentinelas, que logo caminham na direção da mulher, ficando em prontidão ao lado dela. Ela observa e diz:

Latifa: “Não é necessário, Farid. Estarei segura ao lado dos Guardiões dos Olhos-de-Esmeralda.”

Mesmo assim, dois Sentinelas de Valumbar ficam ao lado de Latifa e do homem de pele negra chamado Nyaga. Depois disso Farid e os outros sentinelas desaparecem entre as ruínas, de forma tão rápida e silenciosa como apareceram. Os heróis resolvem seguir com ela em direção ao manancial.

Latifa começa a guiar os heróis pelas ruas e passagens de Luckendor. Alguns membros do grupo se questionam se deveriam confiar neles.

Zelot caminha perscrutando cada movimento da mulher e também vigiando as construções nos mínimos detalhes. A ladra já passou por diversas emboscadas e armadilhas ao longo de sua carreira como aventureira. Do lado diametralmente oposto, o ranger Cedric também presta atenção ao caminho e as sombras que se fazem das antigas ruínas. A monja Miyu se mantém ao lado da garota Sâmira, bem como o anão Eberk, que não estava gostando de nada disso.

Em dado momento Latifa começa a falar:

Latifa: “A cerca de 3 anos atrás chegamos a este local. Como adoradores de Valumbar, sabíamos que o mistério de Haran-Pharak em breve seria revelado. O seu segredo esta protegido a muitas décadas, desde a queda dessa cidade a 100 anos atrás. Nós, do Culto de Valumbar, tínhamos o dever de preparar a chegada de vocês e nos certificar para que o segredo fosse revelado no momento certo. Agora que a garota dos olhos de esmeralda e o bastão de ouro estão aqui, resta encontrar a Terceira Chave: o Pedestal Negro. Esse item está escondido em algum local no Templo de Valumbar e só pode ser encontrado pela prometida de Surya de posse do Bastão de Ouro.”

O heróis escutam com atenção o que a mulher tem a dizer. Em seguida ela continua:

Latifa: “A Tumba de Haran-Pharak esconde o Olho-de-Fogo e outros itens importantes. Depois de 1 século enterrado, chegou a hora da tumba ser aberta e o segredo ser revelado. Nós aguardávamos a chegada de vocês. Os clérigos de Anzurf tiveram o dever de proteger o Bastão de Ouro. As sacerdotisas de Surya de criar e treinar a garota prometida. Nós, clérigos de Valumbar, o dever de esconder o Pedestal Negro bem como a entrada para a Tumba de Haran-Pharak.”

O halfling Vlendzer, que escuta com muita atenção o que a mulher está dizendo, faz uma pergunta: 

Vlendzer: “Você falou sobre um segredo que o sumo-sacerdote tinha. Que segredo seria esse? Seria o Olho-de-Fogo propriamente dito?”

Latifa olha para o pequenino e responde:

Latifa: “Infelizmente não posso revelar mais nada. Quem vai os receber é meu irmão, Mennak, ele é o nosso líder espiritual. Ele aguarda vocês. Mas antes, vocês precisam descansar e se recuperarem. Não há melhor local que o Manancial para isso”.

A medida que andam por Luckendor os heróis veem pessoas trabalhando, em sua maioria homens, mas também veem algumas mulheres e crianças, que se escondem nas ruínas antigas. Essas pessoas são simples e vestem trajes muito leves. Eles trabalham carregando pedras, reunindo entulhos e alguns até restauram parte de construções. Eles são taciturnos e calados e não encaram os heróis a medida que eles passam. Pelo contrário, baixam a cabeça.

Latifa diz:

Latifa: “Essas pessoas são fiéis devotos de Valumbar. Muitos são descendentes dos antigos habitantes de Luckendor. Eles escolherem seguir conosco. Não são de falar muito, alguns até tem votos de silencio. Mas são fieis a nossa causa e estão aqui porque acreditam nos antigos escritos de Haran-Pharak.”

O Manancial de Yezdgerd

Em dado momento os heróis chegam a um local diferente de qualquer outro. Eles avistam vegetação, palmeiras, coqueiros e outras plantas. Um riacho nasce de algumas pedras, cobertas por plantas. Alguns frutos, como uvas, pêssegos e damascos nascem de arvores. Homens e mulheres cuidam de algumas plantações e animais, que estão pastando em um pequeno campo ao redor. A natureza parece florescer nesse pedaço de terra.

Latifa: “Estamos no Manancial de Yezdegerd, o último manancial de Luckendor. No passado essa cidade possuía outros mananciais e nascentes de rios. A água podia ser acessada por poços. Não era a toa que era chamada de Oásis dos Deuses. Por causa desse local que podemos nos estabelecer por muitos meses.”

Um homem bem vestido se aproxima. Ele veste trajes verdes e brancos, possui um turbante e tem um cavanhaque.

Latifa: “Esse é Nagib. Ele é o responsável por tomar conta do Manancial e por fornecer alimentos e cobertores. Podem confiar nele.”.

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Nagib.

Ele se aproxima dos heróis e diz: 

Nagib: “Meu nome é Nagib. Cheguei a Luckendor na época em que soube da vinda dos Sentinelas de Valumbar. No inicio buscava riquezas, mas agora vejo que a razão dessa cidade existir é muito maior. As pessoas seguem a religião pois acreditam que a paz e liberdade podem ser alcançada nessa terra de penitência”.

O homem começa a guiar os heróis pelo Manancial. Os heróis veem algumas pessoas lavando roupas, colhendo frutos, plantando e arando a terra. Outras coletam água em vasos de cerâmica.

Nagib guia o grupo até uma grande sala, coberta por tecidos, forrada por tapetes de cipó e almofadas. É um local bem arejado e confortável, bem diferente do ambiente inóspito que os heróis estavam. Em seguida ele diz:

“Vocês podem descansar aqui. É um local ventilado e agradável para ficarem. Irei providenciar comida para vocês. Fiquem a vontade nobres viajantes.”

O homem deixa o local, permitindo os heróis descansarem.

A sessão termina nesse momento.

Comentários do Mestre

Essa foi uma sessão atípica. A sessão online no Roll20 teve muitos problemas técnicos, com problemas de conexão, bugs do programa, travamentos e lag. Até o momento foi a pior sessão de todas. A explicação em parte se deve a péssima internet de Daniel, que estava em uma pousada no interior, e a de Diogo, cujo a internet da sua casa a muito tempo vem estado com problemas de conexão.

Fora essa parte técnica, a sessão transcorreu de forma linear. Os personagens foram apresentados a um novo cenário, pois não esperavam encontrar uma pequena comunidade em Luckendor. As próximas sessões planejo serem mais longas e se possível com poucos problemas técnicos.

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Sobre o Autor: Bruno Gonçalves

Mestre Aposentado, criador do cenário de campanhas Arzien, jogador de RPG a mais de 18 anos nos diversos cenários dos mestres da Orbe dos Dragões. Atualmente escreve sobre RPG, Dicas de Mestre e Cenários de Campanha.

2 Comments

  1. Essa sessão durou cerca de 2:30 a 3 hrs, foi cheia de problemas técnicos. Mesmo assim, foi possível desenvolver a historia.

    Durante a sessão houve um momento tenso, que foi o encontro com os Sentinelas de Valumbar. Caso se iniciasse um combate, seria ate complicado desenvolver, visto que sempre um jogador caia, ou entrava. Eu teria que parar a sessão.

    Durante as partes de diálogos, quem se destacou foi o halfling Vlendzer Goodbarrel, um bardo. Ele é NPC e se destaca pelo seu carisma e porque sabe falar e entender diversas línguas. Então geralmente ele é o interlocutor dos heróis.

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