Minas Caingorn (Parte II – A Fenda) | Heróis de Kron

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Essa história é uma continuação da aventura As Minas de Caingorn. Os heróis finalmente chegam a fenda de acesso a caverna. Besh guiou o grupo por cerca de um dia e meio pelas Colinas Kron, desafios e surpresas foram encontrados, mas agora é passado. Os heróis devem agora se preparar para o desconhecido. As partidas ocorreram 24 e 27/04/2020.

Essa é uma continuação das aventuras Minas Caingorn

Jogadores:

Diogo Coelho | Theros Gatts
Aharon Freitas | Erzurel Graysson
Bruno Freitas | Melina (Apoio ao mestre)

Revisão: Bruno Simões

Essa história é uma continuação do artigo: Minas Caingorn | Jornada na Colina

Escalada pela Fenda

19 de Preparos de 592CY

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atts voltou da fenda após uma verificação de sua profundidade. Era uma queda de aproximadamente 80 metros e as cordas que foram trazidas tinham cerca de 60 metros. Uma grande cachoeira precipitava para dentro criando na base um lago de água cristalina. Todos foram descendo com grande cautela e tempos depois estavam todos nas margens do lago. A caverna era grande com cerca de vinte metros de altura e uma largura que se perdia na escuridão do local. A indagação de qual caminho tomar veio sem demora e foi Gatts que a fez:

“- Para onde Besh?”

O gnomo engoliu seco e torceu para que ninguém notasse a fina linha de suor que escorria de sua têmpora, e disse:

“- Veja bem, estudei a fundo os mapas que tive acesso na Biblioteca Real de Tulvar, e pude memorizar apenas a parede que devemos quebrar para acessar o salão de Lothun. Não sei quais caminhos percorrer.” Dito isso o gnomo baixou a cabeça e rezou para que não lhe fossem dirigidas novas perguntas, e para a sua sorte não foram. Havia algo que chamou a atenção do grupo mais do que a ineficiência de seu guia. Grandes ninhos com cerca de um metro quadrado repletos de ovas marrons com cerca de trinta até sessenta centímetros. Dentre os conjuradores apenas Gatts parecia ter uma teoria acerca de que tipo de espécie seria aquilo.

“- Ankhegs e Tribulos Brutais possuem ninhos com essas características, se de fato forem dessas criaturas, para com a primeira não teremos problema, já a segunda, sim.”

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As estranhas ninhadas

“- De todo modo, não façam qualquer mal a esses ninhos, com sorte evitaremos confrontar eventuais guardiões deles.”

E o grupo tomou o caminho da esquerda. A caverna era ampla em seus túneis e parecia ter sido um misto de formação natural e escavado por poderosas ferramentas. Em uma nova câmara notaram várias ninhadas e quase no meio foram surpreendidos por quatro ankhegs que cercaram o grupo e um tribulo brutal. Os ankhegs eram como grandes formigas, e pelas informações passadas por Gatts não ofereceriam grande perigo aos heróis. O problema estava justamente no tribulo. A criatura é uma mescla de besouro humanoide com estatura e densidade de um gorila e a cabeça de um besouro, além de possuir uma arma que poderia ser letal – seu olhar da confusão. Gatts e Maurício foram rápidos em responder à ameaça do ankheg mais próximo, derrotando a criatura com poucos golpes, porém mais da metade do grupo acabou afetado.

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Os aventureiros são cercados

O Lado Esquerdo

Os heróis conseguiram vencer os ankhegs e o tribulo, mas a confusão causada pela criatura mostrou como poderia ser deveras perigosa. Durante o confronto vários aliados ora não agiam, ora se feriam, e até mesmo chegavam a tentar atacar os aliados (quando não obtinham êxito). Gatts se irritou mais uma vez com Besh, quando ele ateou fogo a um ninho de ovas sob o argumento que não queria ser vítima de novas criaturas como aquela. E ainda que se achando correto, o gnomo não tornou a fazê-lo novamente.

O grupo também encontrou uma ossada de um gnomo, e junto dos restos mortais, acharam uma bolsa com poções e um medalhão mágico. Henri guardou o crânio do gnomo e seguiram. Novos desafios foram sendo apresentados a cada novo corredor ou câmara descobertos. Ankhegs e tribulos foram sendo derrotados, toda aquela região era tomada por ninhadas, e mais três ossadas de gnomos foram encontradas.

A comitiva não sabia, mas aqueles haviam sido os que não conseguiram sobreviver a missão dada meses antes, com intuito de mapear a mina com interesse futuro… E o seu patrocinador tinha um nome – Dal Quertos.

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Um tribulo Brutal

Ao final daquela série de corredores, os aventureiros voltaram ao ponto de partida. A caverna se reencontrava no mesmo local onde haviam iniciado a exploração, e uma sensação de frustração e recursos gastos levianamente tomou os heróis. Não havia sinais da parede destinada a ser quebrada, não naquele lado. Para evitar ficarem sem uma orientação mais clara, Gatts pede a Maurício para que comece a desenhar a caverna.

Indagado por Maurício, o motivo pelo qual Henri guardava os crânios dos gnomos encontrados, foi Lavínia que lhes respondeu:

“- Se há alguém capaz de contar o que aconteceu aqui antes de nossa chegada, são os ossos daqueles que por aqui passaram. Caso fiquemos sem opção de caminho, ou algum enigma se apresente diante de nós, esses gnomos poderão responder a esses questionamentos.”

Surpreso com a estratégia, o convocador ficou satisfeito com a resposta. Porém, eles não sabiam, havia um enigma colocado para todos os membros, e eles não conseguiam enxergar. E Besh mais uma vez suou frio, mas ninguém percebeu.

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O lado esquerdo havia sido completamente mapeado

A Travessia

Havia uma seção da caverna completamente submersa e que, sob as suspeitas do grupo, davam acesso ao outro lado. Gatts, Erzurel e Keira, com uso de uma poção mágica de respirar na água, exploraram a área e, como suspeitavam, havia um acesso seco a outra área da caverna. Após um tempo de travessia, todo o grupo estava em uma nova região.

Uma bifurcação levantou a suspeita do grupo que algum perigo poderia estar à espreita, e de fato estava. Na tentativa de explorar furtivamente uma das seções, Melina, a ladina do grupo, acabou caindo em uma armadilha de fosso de aproximadamente quinze metros de profundidade com estacas no fundo. Graças a sua habilidade, ela conseguiu evitar as estacas que poderiam matá-la, no entanto outras furaram a perna, braços e cintura. Nesse instante surgiram mais tribulos e o grupo confrontou-os com grande maestria. Diferente do primeiro encontro, agora poucos membros eram afetados pela confusão produzida pelos seres, seja por sorte, seja por habilidade.

O outro caminho também revelou possuir uma armadilha e apesar de ter detectado, Melina não conseguiu evitar cair nela. Se havia alguém ali capaz de evitar aquelas armadilhas, era a ladina, e todos trataram-na com grande respeito, pela bravura e coragem.

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A caverna era vencida pouco a pouco

O Segredo da Mina

Seguindo rumo ao norte da caverna, os aventureiros encontraram uma passagem desmoronada a direita e foi seguindo pelo caminho a esquerda que eles se depararam com a primeira impressionante jazida de esmeralda. O mineral precioso brotava literalmente da parede e todos ficaram abismados. Lavínia fez uma avaliação inicial e jugou que ali havia uma verdadeira fortuna, mensurada em milhares de moedas de ouro. Ninguém notou quando Melina pegou discretamente um pedaço daquele mineral verde com cerca de quinhentas gramas, uma verdadeira fortuna bruta.

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O grupo encontra uma jazida de esmeralda

O grupo seguiu, agora tomando rumo ao lado sudoeste da caverna. Depois da jazida verde, eles puderam notar através de veios nas paredes mais linhas que indicavam que mais mineral havia ali. Aquela caverna, era de fato uma mina de valor incomensurável. Mas tanta riqueza não estava desprotegida, e o guardião se revelou diante de uma jazida de outro mineral mais valioso que esmeralda. Uma jazida de diamante se rompeu ganhando forma humanoide com cerca de três metros de altura e poderosos braços. Um golem de cristal avançou contra o grupo. E o primeiro a ser atacado foi ninguém menos que Maurício.

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O Golem de Cristal

O convocador sentiu como se sua cabeça fosse explodir e graças a um reflexo mental ele conseguiu evitar grande parte do dano psíquico que lhe afetara, mas isso custou-lhe a participação no combate. Todos os combatentes foram para cima do golem e graças a uma grande coordenação, sob a liderança de Arziel, eles conseguem derrotar o guardião das gemas.

O que se viu na sequência foi uma discussão sobre a posse ou não dos diamantes que ruíram quando a criatura despedaçou no solo da caverna. Gatts tirou da região do coração uma pedra vermelha de grande intensidade e quente ao toque. Erzurel, Lavínia e Melina cataram as pedras preciosas, e somente após um sermão de Arziel, decidiram por largar as pedras coletadas. Mas Maurício, não vendo reprovação por parte de Gatts também coletara. Eles não sabiam, mas aquele espólio carregava um preço, ainda maior que o desafio representado por um golem. Gatts conhecia criaturas semelhantes, mas aquela variação lhe era desconhecida. Mas Maurício lhe surpreendeu quando explicou que havia lido sobre aquele tipo de golem.

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O confronto contra o poderoso golem

A Parede e o desafio final

O grupo segue após um tempo e em uma última câmara finalmente Besh identifica a parede que dá acesso ao lado troll e o grupo se prepara para colocar em prática o plano. Lavínia leria um pergaminho mágico que abriria uma passagem, os combatentes capturariam o rei troll e Henri cancelaria a passagem mágica desmoronando a passagem criada pela maga. Com isso, eles não teriam os trolls em seu encalço. Mas todo o plano dos heróis teria que esperar, de uma passagem mais abaixo na câmara um novo golem surgiu, e quando o grupo estava pronto e mobilizado para confrontá-lo, um segundo golem apareceu perto de onde estava Maurício.

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O grupo enfrentava da melhor forma que podia, os dois golens de cristal

O confronto que se iniciou ali deixou de ser algo até então bem equilibrado e sinérgico. O grupo passou a lutar pela própria vida. Gatts, Erzurel e Arziel estavam lutando contra o primeiro golem que havia surgido, e Tanto Keira, como Henri se mobilizaram para confronta o segundo. Com a polarização dos melhores combatentes, o desequilíbrio cobrou um preço do grupo. Lavínia foi a primeira vítima da explosão mental. Todos ouviram o lamento enlouquecido da maga especialista em magias de frio, e em seguida sua cabeça literalmente explodir. Maurício iniciou a invocação de suas criaturas, mas elas eram muito fracas perante a força do Golem. Gatts, com a coordenação dos ataques e o benefício do flanco com o pai e filho Graysson, conseguiu dar o último golpe no primeiro golem, que ruiu em milhares de cristais.

O combate estava um caos, e ficou ainda pior quando todos perceberam a perda de mais um aliado. A cabeça do guerreiro mago furyondês Theros Gatts explodiu, tal qual ocorrera com Lavínia.  O corpo tombou sem a cabeça no solo polvilhado de cristais. Os momentos subsequentes são lembranças descoordenadas na visão daquele grupo moribundo. Melina ainda tentou em vão se desfazer das gemas que pegara, em uma esperança de que o seu adversário parasse aquela matança, mas sem sucesso. Ela vislumbrou o olhar da criatura. Mas sem saber, seus companheiros possuíam outras partes e enquanto isso perdurasse, os guardiões da Mina de Caingorn cumpririam sua missão.

Keira tombou, Besh teve sua cabeça explodida e por fim, o último golem foi abatido. Mas não houve clamor pela vitória, ninguém estava satisfeito com o resultado. Gatts, Besh e Lavínia estavam mortos. Keira, gravemente ferida, foi curada por Henri.

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O fim da batalha

Choro aos mortos

Henri, Xitoos e Arziel, choravam diante do corpo de Lavínia. Keira e Erzurel não podiam acreditar que Gatts estava morto. Algum tempo depois, todos os corpos foram reunidos e Arziel buscou entre os pertences de Besh algo que pudesse orientá-los sobre os próximos passos. O guerreiro santo não encontrou exatamente o esperava, mas ali entendeu que todos haviam caído em uma armadilha.

O primeiro pergaminho era um mapa. Todo o detalhe das passagens e desafios. Erzurel esmagou o pergaminho entre suas mãos com raiva. Todo aquele tempo o gnomo tinha informações dos caminhos a seguir e nada revelou. Todos com exceção de Arziel compartilharam da mesma raiva. A traição do gnomo por mais de uma vez, esteve nítida ao grupo, e, no entanto, não perceberam.

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O mapa completo da Mina de Caingorn

Erzurel leu em voz alta o segundo pergaminho, e seu semblante mudou mais uma vez:

“A sua missão é algo simples pequenino, como um bom patrulheiro e pai dedicado que é, você conduzirá os escolhidos por toda a mina. Deverá explorar cada canto daquela caverna e conduzir os heróis a eliminar cada obstáculo ou monstro que ali houver. Principalmente os Golens de Caingorn. Sua missão não é garantir a sobrevivência deles, mas a sua, portanto, não se aproxime a menos de 20 metros desses gigantes de cristal, ou correrá o risco de ser alvo de seu grande poder psiônico. Se algum deles desconfiar ou descobrir que você serve a Dal Quertos, cozinharei seus filhos e darei de comer ao seu povo e cortarei sua bela esposa em pedaços tão pequenos, que ninguém conseguirá saber que ali outrora foi uma gnomo dedicada ao lar.”

Ass. Dal Quertos.

Esse era o plano real. O grupo sentiu-se feito de idiota. Ninguém esteve tão perto de descobrir, como Erzurel e Gatts, e o primeiro sentia uma frustração tremenda. Seus instintos haviam o alertado e ele ignorara. Nada ali fazia mais sentido. A missão de captura do rei troll era na verdade um grande embuste.

Cansados, feridos e exauridos de recursos, não foi difícil para Erzurel convencer o grupo a desistir daquela missão insana. Eles tinham a prova de que Dal Quertos era um traidor e Erzurel desmascararia o tio de Gatts e pai de Sandy diante do Conselho Sextante.

Mas o fim dessa história não ocorreu exatamente como Erzurel esperava.

Continua.

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Sobre o Autor: Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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