O Plano de Eophain

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Nesse resumo, Eophain sai da reunião de preparação para a missa determinado a fazer algo para evitar o pior. O grupo vive um duro dilema para cumprir o melhor através de seus feitos.

Jogador participante:

Fabrício Nobre – Eophain Al´Durkan

Este é um texto original escrito pelos jogadores e Bruno de Brito. O artigo foi revisado pelo Nobre, Fabrício.

Obrigado companheiro Fabrício pela habitual habilidade de transformar os artigos de Greyhawk nessa obra prima!

Esse artigo é uma continuação da história:

O Kensai e a defesa

Greyhawk_Letra-E-186x200 Aurora dos Conflitos Greyhawk Pathfinder 2ª Edição ophain saiu do templo preocupado com as decisões arbitrárias de seus aliados. La dentro, uma reunião ocorria sem seu aval. Pesaroso, ele reflete sobre as consequências que essas decisões possam ter com o futuro daquele Viscondado. Os seus companheiros criaram um problema que o grupo não possuía e não precisava. Diferente da Pedra de Kir, que podiam ter desdobramentos ruins se não fosse tratada, a missa era algo simples que havia se tornado perigoso! No caso de alguma coisa sair de errado, Verbobonc alegaria que não autorizou o evento, que os organizadores agiram por conta própria e os envolvidos passariam de heróis a inimigos públicos num estalar de dedos.

Para o Kensai, a alcunha de Herói carrega mais do que uma espada e uma capa. São responsabilidades explicitas e cuidados as vezes implícitos que devem ser considerados a todo momento. Cuidados esses que não foram levados em consideração para aquela missa.

Após sair enfurecido da reunião de planejamento para a reabertura do templo, Eophain segue para Verbobonc.

E ele ira tratar sobre isso diretamente com o  Abade Regis.

05 de Preparos de 597 CY, fim da tarde

Eophain é recebido pelo governante da mansão do Tutor, o governante da casa, Tulius. Ele o leva até a sala de visitas onde lhe é servido um chá e café com biscoitos.  Tulius diz: “- O Tutor esta concluindo uma reunião com seus secretários e logo virá ter com o senhor. Ele pede que o aguarde. Ele apreciaria muito saber o motivo da sua visita”.

-” Agradeço por ter me anunciado. Poderia me servir um pouco de café? Dispenso os biscoitos. – Diz Eophain, sentando-se.

Uma Reunião Inusitada

Eophain aguarda. Balançando as pernas na cadeira, ele denota impaciência. As atitudes precipitadas e sem cálculos de seus companheiros lhe enervam. Da ultima vez que decisões foram tomadas de maneira irresponsável e arbitraria, ele acabará na barriga de um dragão!

Meia hora se passa ate que o governante da casa o convoca. Ele o conduz pelos corredores da mansão. Eophain nota belos quadros, estatuas e vasos decorados ao longo do caminho. Abrindo uma porta dupla, Eophain vê um cômodo com cerca de 8 metros quadrados, as paredes tomadas por livros e uma mesa de mogno envernizado no final, a frente de uma janela fechada por uma fina cortina branca.

O tutor esta sentado. Ele retira um monóculo e parece fechar uma pasta com folhas de papiro em seu interior. Ele se levanta e, estendendo-lhe a mão em sinal de recepção, olha para Eophain:

– É um prazer recebê-lo, nobre Eophain Al´ Durkan. A que devo a honra de sua visita? Está tudo bem com seus companheiros? Como vai a bela Sandy Benelovoice?

O Abade veste um robe preto com tons de cinza e uma bela corrente de prata com o selo do Viscondado, que denota sua posição como um dos 8 Tutores do governo de Verbobonc.

Preocupações Legítimas

– “Obrigado por ter me recebido, Sr. Regis. –  Inicia o Kensai  Acredito que nenhum mal assombre a paladina, além das seus próprios demônios internos e paranoias. Mas o que me traz ate aqui são fatos que me preocupam por possuírem um desenrolar incerto.”

Eophain cumprimenta o Abade, sentando-se a sua frente.

Pode me chamar de Regis. Deixemos a formalidade de lado. Pode falar livremente meu caro. – Tranquiliza o Tutor, sentando-se.

– “Acredito que seja de seu conhecimento que o Tempo Flor do Sol esta novamente em posse do clero de Pelor e devotos do Deus Sol. – Continua o guerreiro  Sendo assim, meus aliados engendram a realização de uma missa para marcar a reinauguração das atividades do templo. Porém, um passo além foi dado. Somente fui comunicado a poucas horas do que ira se seguir. Foram despachados convites a pessoas influentes e autoridades de Colinas Kron e redondezas, assim como lideranças e autoridades de Verbobonc, convocando-as para a reinauguração do templo, enquanto que em paralelo, nos bastidores, um suposto tratado de paz sera costurado pelos heróis entre as duas cidades.

– “Desejo saber se é de sua ciência estes fatos e, até onde, meus aliados devem seguir com este cronograma. Saliento porém que, uma vez posto esse plano em pratica, passamos a dar forma a certas ameaças ate então ocultas a nós, aos convidados e, principalmente, Verbobonc, caso algo não funcione conforme foi planejado.”

Regis cruza os dedos com os cotovelos apoiados sobre a mesa e olha nos olhos do kensai.

Sombras de Controle

“- Recebi ontem a mensagem do pombo do templo. Não sabia que outras autoridades foram convidadas. Controlei o efeito das notícias trazidas a mim por Sandy ontem pela manhã, de modo evitar que o que ocorreu tornasse o templo alvo de ladrões e outros tipos de visitas indesejáveis. Mas vejo que é pública a informação agora. O Templo Flor de Sol é um local muito querido em Verbobonc. Ainda que seja afastado do centro do Viscondado, o clero do Santo Cuthbert o tem como um bastião de renovação e perdão àqueles que eventualmente se arrependem de seus atos.

E em tom preocupado, ele continua:

– “O que me diz é de relevante importância, meu caro. As coisas não podem se misturar desta forma. Até agora em cerca de 2 anos, nunca houve um encontro formal entre lideranças do Viscondado e de Kron. Se alguma coisa der errado, podemos azedar esse caldo mais ainda.

Alguns colegas comentaram comigo que receberam o convite, mas a mensagem não fala nada sobre uma união em paz entre os reinos. Apenas evidencia que deseja o apoio das oligarquias da região neste momento delicado.”

O tutor se levanta e dando as costas ao kensai olha através da janela. Eophain vê uma sombra de preocupação cair pesadamente no ambiente. E o silêncio permanece. O Tutor parece pensar em mil coisas enquanto olha para fora.

– “Senhor, – diz Eophain, quebrando o silencio incomodo – Com base em minha experiências, e se posso lhe oferecer meus conselhos, lhe digo: Vete o evento. Infelizmente o risco é imenso e, embora a vontade de meus aliados seja genuinamente que a paz seja selada, ela não pode ser feita sem os devidos cuidados. Um incidente diplomático somente agravaria as coisas, selando a paz a 7 palmos abaixo da terra. Que seja uma missa feita de bom coração somente para acalentar os espíritos atormentados, sejam eles vivos ou não. Não é saudável, neste momento, misturar fé e politica.”

Fé, Política e Boas Intenções

Compreendo meu caro, mas não tenho qualquer autonomia sobre o clero de Pelor – Lamenta o Abade.    Inclusive o território em que se encontra pertence a Santa Luz de Pelor de Greyhawk. O que você diz faz todo sentido. Mas não vejo como cancelar. E ainda que o evento fosse cancelado, a esta altura do fim do dia, que efeito teria sobre aqueles que foram convidados e eventualmente já estão se deslocando, como possivelmente é o caso dos gnomos, se eles estão vindo de mesmo de Kron?

Se tivesse um ou dois dias no máximo, conseguiria convencer o Visconde a cancelar o evento. Ele teria tal autonomia, ainda que isso pudesse vir a expô-lo de forma indesejável…Você por acaso tem a lista de convidados?

– “Infelizmente não tive acesso, caro Tutor. – responde o guerreiro – Mas se não é possível cancelar, tenho outros dois caminhos. Pode me mostrar a mensagem convite que você recebeu? Muito provavelmente ela esta apenas assinada por Erzurel, sem nenhum selo ou brasão de Verbobonc.”

– Veja, o convite não possui qualquer timbre ou selo que comprometa a cidade. Ate ai, pode-se concluir que é um evento isolado da igreja e de seus organizadores. O que vou sugerir é manter as autoridades de Verbobonc fora desde evento. Nem mesmo o Senhor deveria comparecer – Eophain observa o Abade por cima do convite – Vamos excluir qualquer ligação de Verbobonc com o ocorrido, garantindo assim a isenção de culpa da cidade ou de seus Tutores com qualquer coisa que possa dar errado naquela missa.”

E sob o olhar atento do Abade, ele conclui:

-“ Emita um documento atestando que toda responsabilidade sobre os ocorridos no evento é de unica e exclusiva propriedade do grupo conhecido como Heróis do Ferro. Mantenha esse documento assinado e pronto para o envio, caso se faça necessário. Desta forma, blindaremos Verbobonc, não comprometendo nem ameaçando os esforços da cidade numa futura trégua.”

Um Plano Paralelo

“- Sua ideia é sensata meu caro. – Concorda o Tutor. – E a procederei. Lamentaria muito prejudicar de algum modo tão nobres heróis, mas a segurança de milhares de pessoas pode residir nesta eventual incriminação. Adicionalmente pedirei que nenhuma das autoridades do Viscondado, a exceção do clero do Santo Cuthbert que com certamente comparecerá.”

Ele escreve em um pedaço de pergaminho algo e sela com tinta e um carimbo de prata. Balança um pequeno sino e tão logo o governante da casa surge. E ele diz:

“- Entregue essa mensagem para os sete pombos dos tutores e também ao visconde. Envie para os 20 secretários a mesma mensagem e peça para que retornem confirmando a leitura com máxima brevidade.”

O homem pega a mensagem e sai do aposento.

O que mais podemos fazer Eophain, você comentou ter duas alternativas. Essa era uma, qual a outra?

“- Seria de utilizarmos meios mágicos para comunicar as autoridades mais distantes e fora do alcance de pombos correio enviados neste momento para que não compareçam ao evento, caro Tutor. Mas isso denotaria custos ou outros insumos que não sei ao certo se estariam ao alcance.”

– “Infelizmente eu não disponho de tais opções” – Lamenta o Tutor.

A Decisão Final

– “Então a primeira atitude foi sim a mais prudente a ser tomada – conclui Eophain. Devemos manter nossos esforços de paz incólumes. A paz por si só é frágil, ainda mais esta, que está para dar seus primeiros, passos tímidos tal qual uma criança que aprende a andar. Espero que com estas contra medidas estejamos salvaguardando a todos”.

-“Vamos orar, meu caro – Diz solenemente o Abade. Há algo mais que possa te ajudar, caro Eophain?”

Eophain se recorda do compromisso com Hadauck, e ao olhar pela janela, vê que a noite chegou.

“- Me sinto na obrigação de comunica-lo que irei investigar o assalto ocorrido na loja Ferro & Aço nesta madrugada. Não tenho muitas pistas, mas meu intento de adquirir armas e armaduras naquela loja me faz seguir o rastro desse roubo”. – Informa o guerreiro.

– “Ouvi algo a respeito. Lírio está bem?” – Pergunta Regis.

“- Sim, aparentemente bem. Somente consternado pelas perdas causadas pelo roubo. Tentarei persuadi-lo a dar-me um bom desconto caso consiga encontrar as peças roubadas. – sorri Eophain, na tentativa de amenizar o clima deixado pela pauta tratada naquela reunião.”

E assim ambos se despedem. Quando Eophain se encontra fora dos domínios da mansão, Regis pede ao seu cavalariço que prepare sua carruagem. Tulius seu governante lhe indaga para onde iria o seu senhor e se a guarda seria necessária, ao qual Regis apenas lhe responde:

“- Cumpra o meu pedido, por gentileza”.

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Sobre o Autor: Bruno de Brito

Mestre da campanha "Aurora dos Conflitos", ocorrida no cenário de Greyhawk. Entusiasta do sistema Pathfinder, fã de Magic: The Gathering e churrasqueiro nas horas vagas.

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